Na nossa última conversa falamos sobre as responsabilidades que a esquerda portuguesa tem no atual estado de sítio em que vivemos. E não é por causa da pandemia, é mesmo por causa da gestão da coisa pública que tem sido feito.
Todos se lembrarão do encontro entre Mário Soares e o seu homólogo sueco, Olof Palme, em que o líder socialista regozijava dizendo que as suas governações, pós período revolucionário, estavam a acabar com os ricos em Portugal, ao que o colega nórdico lhe retorquiu: Na Suécia estamos a fazer diferente; estamos a acabar com os pobres!
Esta citação histórica serve para classificar como paradigma as sucessivas governações nacionais. Na era democrática portuguesa, os cidadãos contribuintes deste País foram vexados por três vezes: em 1977, em 1983 e em 2011. Nas três vezes que a bancarrota nos assolou, o PS estava no poder. Curioso ou mera coincidência?
A esquerda endividou o País; a esquerda estagnou o desenvolvimento; a esquerda carregou os contribuintes com as mais pesadas cargas fiscais de sempre (mesmo tendo, nos últimos seis anos, revogado algumas das medidas impostas em tempos de governação troikista)!
A 30 de janeiro próximo, os portugueses serão chamados a decidir quem querem ver sentados na Assembleia da República a representá-los. Sim, nestas eleições ninguém votará para Primeiro-ministro, mas para a eleição de Deputados. Se já identificamos as maleitas da esquerda e elencamos as suas mazelas, importa olhar para as alternativas que são colocadas ao dispor dos eleitores.
Ora, para além do PS, o PSD surge nos lugares da frente da pool position. Fala-se em direita, mas a social-democracia professada por Rui Rio coloca o PSD dos dias de hoje quase tão à esquerda como o PS, tanto que o próprio líder social-democrata prefere governar com os socialistas reeditando blocos centrais de má memória. Aliás, este PSD optou por marginalizar os seus parceiros de aliança democrática, anda a piscar o olho ao eleitorado que perdeu para o Chega e une-se à volta de um líder mal-amado pelos seus pares, só porque as sondagens começam a dar cheiro de poder. Ideias para Portugal, apenas que este PSD prefere governar ao centro, sem pejo de se aliar ao PS, pura e simplesmente, para alcançar o poder. E quanto a baixar impostos, o PSD já fez saber que só quando a economia crescer, desprezando a boa medida implementada nos Açores, por mão da IL, de redução da carga fiscal. Esquece-se o PSD, tal como a esquerda da geringonça, que baixar impostos é, desde logo, a melhor medida para fomentar o crescimento da economia.
Neste sentido, a Iniciativa Liberal surge como verdadeira alternativa às opções político-partidárias vigentes e reinantes, conferindo aos votos de todos os portugueses que se revejam na cartilha liberal, a necessária utilidade ao voto que pode ser decisivo para uma mudança de paradigma na governação nacional.
Com a Iniciativa Liberal todos sabem que defendemos (e defenderemos) uma significativa redução dos impostos e profundas alterações da estrutura fiscal (preconizando a criação de um único escalão de IRS); somos pela redução de impostos como o IRC, o IMI, o IMT, entre outros que atentam contra a liberdade individual e de propriedade; queremos a ADSE alargada a todos quantos trabalham, públicos e privados, permitindo uma melhoria substancial na acessibilidade a cuidados de saúde; promoveremos os esforços necessários para avançar com a revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, pois ela impõe-se no intuito de conferir a devida representatividade manifestada pelos portugueses nas urnas e terminando com a hegemonia dos mesmos de sempre (só a título de exemplo, nas últimas 6 eleições para a Assembleia da República que se realizaram nos Açores, ou seja, desde 2001, desperdiçaram-se 118 371 votos dos Açorianos – chegou a existir vezes em que o PSD elegeu 2 Deputados dos Açores à Nação com menos votos do que todos aqueles que foram depositados em outras forças políticas). A meritocracia na administração e a simplificação da vida dos cidadãos na relação com o Estado, são outras bandeiras da Iniciativa Liberal. Sobre elas, em pormenor, falaremos no nosso próximo convívio!
*Cabeça de Lista Iniciativa Liberal pelos Açores nas Legislativas de 30 de janeiro