Ao longo dos anos muitos jovens açorianos, madeirenses e do interior do país saíram das suas terras para estudar e, depois de acabarem os seus cursos, ficaram pelos grandes centros urbanos ou, até mesmo, emigraram à procura de melhores condições de vida do que aquelas que os pais tiveram e poderiam dar. Na realidade, esse foi o destino dos meus dois irmãos mais velhos, que se fixaram, um no Canadá e o outro no continente português. Há de facto partidas que nos partem. A probabilidade de acontecer o mesmo a mim, ou a outros da minha Ilha, é grande. Os Açores, mesmo com o aumento do turismo, nos últimos anos, continuam a não ter muitas oportunidades de emprego para certas qualificações.
No entanto, a pandemia trouxe uma nova realidade: estamos a viver a era do teletrabalho, da economia digital. Muitos dos nossos jovens, com as qualificações mais procuradas e bem pagas, como, por exemplo, em engenharia e gestão, vão trabalhar seguramente atrás de computadores e podem fazê-lo em qualquer parte do mundo. Nasceram novas empresas onde o trabalho é completamente remoto e muitas das empresas existentes adotaram um regime de flexibilidade, onde o trabalhador pode escolher trabalhar todos os dias a partir de casa se desejar. Apareceram, um pouco por toda a Europa, os nómadas digitais que procuram países mais atrativos com melhor clima e qualidade de vida, como é o caso dos países do sul. Países como a Grécia e a Croácia já têm planos para atrair esses trabalhadores.
Estamos a viver uma oportunidade única para fixar os nossos jovens e podemos perdê-la se elegermos políticos cuja única visão é prometer mais obras, mais apoios e mais voos à custa do aumento da despesa pública, em vez de reduzi-la e adotar regimes fiscais mais competitivos. No nosso caso, só temos de conseguir, pelo menos, atrair aqueles que têm um elo emocional forte à sua terra natal, pois têm nela as suas famílias, amigos, melhor apoio e condições para a educação dos filhos e, acima de tudo, a possibilidade de conciliar o emprego dos seus sonhos com o seu lugar preferido para viver. É pedir muito que tratemos bem os nossos jovens, quando e o próprio governo do PS já criou uma taxa única de IRS para quem vem do estrangeiro para Portugal?
Para aproveitarmos essa oportunidade é preciso, por um lado, aprovar as propostas de revisão da lei de finanças regionais que o Iniciativa Liberal propõe, permitindo às regiões do país terem regimes fiscais próprios competitivos entre si, para compensar a menor oferta cultural e de serviços em relação aos maiores centros urbanos e, por outro, é necessário que os governos regionais façam um esforço para reduzir os gastos públicos e adotem impostos tão baixos quanto possível. A alteração da lei das finanças regionais que o IL propõe é das reformas mais importantes para os eleitores dos Açores.
A escolha é cada vez menos entre ficar na região ou em Lisboa e cada vez mais entre ficar em Portugal ou emigrar. Se um jovem bem qualificado não ficar hoje em Portugal e, em particular, regressar à sua terra, não será porque a educação falhou, ou porque a habitação é cara, porque também é no estrangeiro, e cada vez menos é porque não há emprego para as suas qualificações. Será sim porque o país não permitiu a esse jovem conservar uma parte maior do seu rendimento e levar uma vida com propósito. E mesmo que não fosse possível fixar os jovens de todas as qualificações, o saldo migratório poderia ser compensado com a fixação de outro tipo de mão de obra, porque haveria mais poupanças nas regiões e mais investimento e produtividade, no futuro.
Nas próximas eleições, se te preocupas com o teu futuro ou com o futuro dos que mais amas, vota Iniciativa Liberal, para meter Portugal a crescer.