Na última semana Israel intensificou as suas constantes ações de agressão e provocação contra o Líbano e lançou uma violenta campanha de terror sobre aquele País a qual, entre outras gravíssimas violações do direito internacional, incluiu ataques ao contingente da UNIFIL, Força Interina das Nações Unidas.
A onda de explosões um pouco por todo o país, visando indiscriminadamente dispositivos de comunicações de utilização civil, que provocou dezenas de mortos e milhares de feridos, dos quais vários em estado crítico, constituiu um crime de guerra e um acto terrorista a que se seguiu a intensificação brutal dos bombardeamentos em vários locais do território libanês, incluindo centros populacionais e a zona sul de Beirute, capital do País.
Em 24 horas de bombardeamentos o saldo de vítimas mortais situou-se perto das seis centenas, os feridos contam-se aos milhares e mais de 100.000 pessoas foram forçadas à deslocação para o norte do País.
Assim como na faixa de Gaza e de forma cada vez mais grave na Cisjordânia, a brutal agressão lançada por Israel contra o Líbano visa de forma indiscriminada cidades, vilas e aldeias, com o propósito deliberado de provocar o maior número de vítimas civis.
Nas palavras do primeiro-ministro libanês a agressão de Israel é uma «guerra de extermínio em todos os sentidos da palavra e um plano destrutivo que visa destruir as aldeias e cidades libanesas».
Esta operação é indissociável do massacre continuado sobre o povo palestino, em todos os territórios ocupados desde 1967, mas com particular violência e crueldade na faixa de Gaza, o que já justificou, por duas vezes, a pronúncia do Tribunal Internacional de Justiça, considerando fundadas as denúncias que apontam para a prática do crime de genocídio.
Tal como ficou novamente demonstrado na recente votação na Assembleia Geral da ONU sobre o parecer do Tribunal Internacional de Justiça acerca da ilegalidade da ocupação dos territórios palestinos, Israel é um estado que age à margem da lei e em confronto directo com o Direito Internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas, constituindo-se como País pária, mas a quem os Estados Unidos e alguns países europeus continuam a garantir toda a impunidade e mesmo apoio, como é o caso do fornecimento de armamento e financiamento.
Por sua vez, o governo do Irão ordenou o lançamento de cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelo assassinato do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
Esta operação militar levada a cabo pelo Irão é considerada como das mais violentas de sempre e de tal forma que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entrevistado recentemente sobre a actual situação, afirmou que apesar da escalada do conflito opõe-se a ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas, mas sobre instalações petrolíferas considerou que o assunto está em estudo.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou ter declarado o secretário-geral da ONU «persona non grata» no País, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel.
«Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos», disse Katz num comunicado.
António Guterres, como Secretário Geral da ONU, condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente «com escalada após escalada» e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
Este bombardeamento iraniano, foi o segundo feito por este País diretamente contra Israel, após um outro realizado em Abril passado, também condenado por Guterres, em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco.
Na sequência do ataque iraniano, Israel pediu na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado anteriormente, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.
Torna-se assim imprevisível vaticinar qualquer desfecho para mais este conflito a que acrescentamos o da guerra na Ucrânia, os quais colocam o mundo no limiar de uma conflagração que a existir não deixaria muita gente para contar como foi.
No nosso País, é conhecida a posição do PCP que tem proclamado com insistência a necessidade de encontrar o caminho da Paz e acabar com os conflitos armados, nomeadamente os mais recentes que são inseparáveis da política imperialista estado unidense que continua obsessivamente no rota do hegemonismo geoestratégico.