A cerimónia de encerramento do “Ano da CPLP para Juventude” realizou-se no passado dia 16 de janeiro, no Auditório Municipal de Gaia e contou com a participação dos alunos do Agrupamento de Escolas Diogo Macedo, da Escola S/3 Arquiteto Oliveira Ferreira, do Instituto das Artes e da Imagem, do Colégio dos Carvalhos, da Escola Secundária dos Carvalhos, do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente, da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves e do Agrupamento de Escolas António Sérgio.
A cerimónia de encerramento do “Ano da CPLP para Juventude”, que foi lançado no dia 30 de janeiro de 2019, na Assembleia da República de Portugal, com a missão de fortalecer o papel decisivo da juventude no futuro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, teve como foco o fortalecimento da participação efetiva dos jovens da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa no planeamento, na implementação, na monitorização e na avaliação das políticas de desenvolvimento, designadamente no quadro da realização bem-sucedida dos ODS.
A sessão culminou com a realização de um painel que foi mediado por Carlos Santos, consultor em políticas de juventude e responsável pela Candidatura Gaia 2024, e que contou com a participação de Tcherno Baldé, da Academia de Líderes Ubuntu do Instituto Padre António Vieira, que tratou o tema “Construindo Pontes entre os Jovens da CPLP” e de Joaquim Ramos Pinto, presidente da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Educação Ambiental e da Rede Lusófona de Educação Ambiental, que falou sobre os “Jovens da CPLP juntos pela Ação Climática”.
O encerramento do “Ano da CPLP para Juventude” também foi presenteado com as intervenções de Elísio Pinto, vereador para a Juventude e Voluntariado da Câmara Municipal de Gaia, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto de Portugal, Marcus Barão, presidente do Fórum da Juventude da CPLP, Vítor Pataco, secretário-geral da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, Manuel Clarote Lapão, diretor de Cooperação da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, secretário executivo da CPLP, Vinício Teles Xavier de Pina, presidente da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP e ministro da Juventude, Desporto e Empreendedorismo da República Democrática de São Tomé e Príncipe, e Carlos Monteiro, secretário de Estado Adjunto do ministro de Estado de Cabo Verde.
Como afirmou Elísio Pinto, vereador para a Juventude e Voluntariado da Câmara Municipal de Gaia, no âmbito da cerimónia de encerramento do “Ano da CPLP para a Juventude”, “a língua portuguesa é, sem dúvida, um enorme legado cultural e um património que representa toda uma identidade global, uma verdadeira ponte invisível, notável, que necessita de tratamento e de uma dedicação constante”.
“O Município de Gaia vai realizar uma candidatura a Capital Europeia da Juventude em 2024. Trata-se de uma candidatura feita por jovens e para jovens e já com uma envolvência nacional”, anunciou o vereador da autarquia, sublinhando que “a Candidatura de Gaia 2024 é já uma candidatura de toda a lusofonia. Queremos ouvir os vossos contributos, as vossas sugestões, indiquem-nos novos caminhos, nós queremos aprender convosco. Queremos uma Capital Europeia da Juventude que representa o moldo português, que é europeu, mas que ultrapassa largamente as fronteiras do próprio continente. A nossa Capital Europeia da Juventude sairá mais forte se todos nos unirmos e se salientarmos o legado da língua, da cultura, dos jovens e de toda a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Da nossa parte, contem connosco para a construção de um percurso inclusivo, de salvaguarda dos direitos dos jovens e da convivência pacífica entre as várias culturas”.
Por seu turno, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto de Portugal, referiu, através de uma mensagem de vídeo, que “nós estamos todos com Gaia nessa candidatura que queremos todos vencedora, para que Gaia seja Capital Europeia da Juventude, em 2024”, destacando que “nós criamos espaços de participação, criamos espaços de discussão e de reflexão para todos os jovens da nossa lusofonia, criamos espaços de reforço dos seus direitos, aproximamos também a comunidade irmã, da Ibero-América, foram boas notícias”.
“Eu não tenho a menor dúvida de que nós só teremos uma verdadeira e forte comunidade da CPLP se a juventude estiver connosco. Tenho uma certeza ainda mais acrescida que o futuro mesmo desta comunidade depende dos jovens e por isso é tão importante comemorar este ano, o ano da juventude da CPLP”, enalteceu João Paulo Rebelo.
Já Marcus Barão, presidente do Fórum da Juventude da CPLP, aproveitou a ocasião para explicar que “o Fórum da Juventude da CPLP foi criado com o propósito de fortalecer o protagonismo da juventude da CPLP como um ambiente, um espaço de integração das plataformas oficiais da CPLP, neste caso, os Conselhos Nacionais da Juventude”, ressaltando que “eu tenho grandes esperanças que este ano da CPLP para a Juventude tenha sido, talvez, uma provocação, uma inspiração para os nossos Estados-membros, que tenha sido uma inspiração para a CPLP, para que nós possamos compreender que a juventude precisa de mais investimentos, precisa de orçamento, precisa de mais apoios, precisa de mais espaço, precisa de saber que nós estamos dispostos a construir, dispostos a trabalhar, dispostos a fazer as coisas com ou sem recursos, mas com recursos nós conseguimos chegar mais longe. Para além disto tudo, este ano da CPLP só vai valer a pena se cada um de vocês tomar o papel de protagonista e decidir fazer a diferença”.
Enquanto Vítor Pataco, secretário-geral da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, fez questão de agradecer “a Gaia pelo acolhimento e também deixar a expectativa de que acabe positiva esta candidatura a Capital Europeia da Juventude 2024, porque também vai ser uma oportunidade para os jovens da CPLP e para os jovens de toda esta comunidade”.
Por outro lado, Manuel Clarote Lapão. Diretor de Cooperação da CPLP, destacou que “o momento de encerramento do «Ano da CPLP para a Juventude», naturalmente que é apenas uma etapa de um processo que vai continuar, é apenas o princípio de algo que nós gostaríamos que pudesse ser construído na próxima década, fortalecendo a juventude da CPLP, mas como foi dito, este é um processo de construção conjunta”.
Também Francisco Ribeiro Telles, secretário executivo da CPLP, garantiu, através de uma mensagem de vídeo, que “o «Ano da CPLP para a Juventude» representou uma aposta no futuro de uma comunidade que se pretende cada vez mais forte, coesa, ativa, solidária e com a juventude a liderar esse processo. Pretendeu-se chamar à atenção para a necessidade de incrementar a participação efetiva dos jovens da CPLP nas políticas de desenvolvimento desta comunidade. Estou certo de que o «Ano da CPLP para a Juventude» terá contribuído para reforçar a Agenda de Cooperação da CPLP e o seu alinhamento para a Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Num mundo em constante transformação precisamos de capacitar os nossos jovens para um contexto que será radicalmente distinto daquele que conhecemos”.
De acordo com Vinício Teles Xavier de Pina, presidente da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP e Ministro da Juventude, Desporto e Empreendedorismo da República Democrática de São Tomé e Príncipe, “esta cerimónia de encerramento do «Ano da CPLP para a Juventude», representa um ano com um grande significado”.
“Com a meta do desenvolvimento sustentável 2030, temos a partir deste ano, 3650 dias para fazermos deste planeta um lugar melhor para todos. A juventude terá e tem um papel de extrema importância para o alcance deste objetivo. A nossa determinação enquanto dirigentes e governantes é com os jovens e para os jovens tudo fazer para que esta meta possa ser alcançada de forma que possamos transformar o mundo”, revelou Vinício Teles Xavier de Pina, declarando que “esperemos que, de facto, estes 3650 dias sejam os dias da juventude”.
Por fim, Carlos Monteiro, secretário de Estado Adjunto do Ministro de Estado de Cabo Verde, assegurou que “devemos ter ações mais concretas, por isso proponho aqui uma pequena lista de ações que, na nossa opinião, poderiam ser impactantes para a juventude da CPLP, como a criação de espaços seguros para que os jovens participem efetivamente na vida cívica e política dos países da CPLP”, acrescentando que “nós propomos a criação de um fundo para o empreendedorismo social na CPLP, um fundo que promova e financie projetos, que possam ter impacto a nível de empreendedorismo social e cultural em mais do que um país da CPLP, com isso podemos fomentar a cooperação entre empreendedores sociais dos diversos países. Também temos de ter programas que promovam o conhecimento cultural mútuo dos jovens da CPLP, o futuro da nossa comunidade, o futuro dos laços dentro da CPLP só poderá ser brilhante, só poderá ser um futuro de fortalecimento desse laço se conseguirmos incutir nesses jovens a importância do conhecimento cultural da CPLP, porque só aí vão perceber qual a verdadeira importância da CPLP na vida dos povos irmãos que falam português” e “devemos ter programas que promovam o intercâmbio, a mobilidade entre os jovens da CPLP e que permitam, de facto, um conhecimento cultural mutuo por parte dos jovens de cada país”.
“É muito importante e muito interessante a indicação de 2019 como o «Ano da CPLP para a Juventude», mas verdadeiramente passaremos da retórica aos atos se conseguirmos não só o «Ano da juventude», mas se conseguirmos que 2030 seja a «Década da Juventude para a CPLP»”, asseverou Carlos Monteiro, evidenciando que “o ano pode ser a rampa de lançamento, mas a década permitirá medidas verdadeiramente impactantes para mudarmos o status quo em relação aos desafios que temos para a juventude na CPLP”.