CASA DO POVO DA RIBEIRA GRANDE PROPORCIONA DIA DIFERENTE ÀS SUAS CRIANÇAS

Aproveitando o bom tempo e cumprindo todas as regras sanitárias impostas pela pandemia, a Casa do Povo da Ribeira Grande proporcionou às crianças dos seus CATLs um dia diferente no Parque Dr. Fraga. Com vários projetos para o futuro, a instituição pretende continuar a apoiar a comunidade nas suas várias vertentes.

 

 

Depois de um ano complicado, a Casa do Povo da Ribeira Grande levou, no passado dia 6 de julho, cerca de 80 crianças dos CATLs “Os Traquinas”, “Nossa Senhora da Estrela” e “Anjo Bom” para um dia diferente no Parque Dr. Fraga. Desde as 9h até às 16h, as crianças puderam brincar ao ar livre, conviver e estar junto da natureza num dia totalmente diferente e que fez as delícias dos mais novos.

Para Albano Garcia, presidente da direção da Casa do Povo da Ribeira Grande, este é um dia especial onde as crianças podem “descansar e desfrutar da beleza do espaço”, e apenas lamenta não ter conseguido trazer as crianças com necessidades educativas. “Por isso mesmo vamos candidatar-nos a uma carrinha especial de transporte para crianças com dificuldades educativas. Este é um passeio programado no início do ano letivo e acho que valeu muito a pena. Tenho de dar os parabéns à Casa do Povo e à Junta de Freguesia da Maia pelo espaço, porque não é fácil uma estrutura estatal ter uma zona verde tão bela e tão bem preparada para receber forasteiros e até imigrantes, escolas e CATLs”, referiu Albano Garcia.

Apesar de admitir que a Casa do Povo da Ribeira Grande, “tem uma tesouraria humilde”, Albano Garcia explica que todas as despesas saíram do bolso da instituição, com ajuda da Câmara Municipal que cedeu o transporte e dos bombeiros. “O resto são despesas que fazem parte do próprio programa educacional para que as crianças se sintam cada vez melhores na escola do Divino Espírito Santo e na Casa do Povo”, acrescenta.

Para o novo ano que está prestes a iniciar, o presidente da direção tem já novas ideias para colocar em prática, nomeadamente, um espaço para sem-abrigo e melhorar as infra estruturas existentes. “Estou esperançado que até março do próximo ano, porque a 31 março 2022 a instituição faz 55 anos, e espero que isso se concretize que as duas instituições que lá estão, que é o Isa e a Segurança Social que passem para a estrutura que o Governo comprou e se transfiram para la para ficarmos com o edifício desocupado porque temos bons projetos, se não for o sem abrigo ou a biblioteca há mais que temos em carteira para depois investir na Ribeira Grande e fazer projetos que são uma mais valia e que não disputam a ver quem faz melhor”.

Neste dia de convívio a alegria era notória, tanto para as crianças como para as educadoras. Iolanda Medeiros, ajudante de educação, explicou ao AUDIÊNCIA que este era “um dia diferente para as crianças, especialmente num ano cansativo por causa da pandemia e das preocupações com as regras sanitárias”.

Também Daniela Melo, educadora e professora do 1º ciclo do ensino básico, admite que esta é “uma experiência bastante gratificante para as crianças que estão a conviver e a divertir ao máximo”. “Estas atividades são bastantes gratificantes para o desenvolvimento pessoal, cognitivo, sensorial das crianças pois quanto mais contacto elas tiverem com a natureza, com os seus próprios amigos, vão desenvolver-se a si e ajudam o desenvolvimento de outras crianças. Desejo que se divirtam, que sejam crianças felizes e que o mundo lhes traga a maior diversão e magia. No próximo ano espero estar à espera delas, ainda não sei bem do meu futuro, mas tenho esperança que o meu futuro seja trabalhar com crianças e um dia ser professora de ATL”, referiu a professora que explicou o “drama” de estudar no continente e depois não conseguir colocação nos Açores.

“Estudei no continente, em Viana do Castelo, mas os Açores só aceitam quem tirou mestrado nos Açores. Sou residente e é uma pena, os sindicatos deviam lutar pelos seus residentes e não só pelos que estudaram cá. Sinto que não estou a ser reconhecida pelo meu trabalho, modéstia à parte tenho grande valor, gosto imenso de trabalhar com crianças, mas a oportunidade não me foi dada. Tenho 30 anos e não sei quando vai chegar a oportunidade. Diminuem a qualidade dos mestrados do continente, e em conversas com colegas vejo que aprendemos o mesmo e a nível de práticas é igual e somos postos à parte. Tenho Mestrado em educação pré-escolar e ensino do 1º ciclo do ensino básico que pelos vistos não é equiparado, mas o curso é o mesmo. A nível de plano de estudos é semelhante. A minha média é 16, e há quem com 12 ou 13 seja colocada”, afirma.