José David Gonçalves Rocha (1976-1979)
José David Gonçalves da Rocha nasceu a 25 de abril de 1946, na freguesia de Avintes, concelho de Vila Nova de Gaia. Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, cumpriu também o Serviço Militar como Oficial, em Mafra, Vendas Novas, Penafiel e Vila Nova de Gaia.
O seu percurso profissional iniciou-se ainda antes de terminar a sua licenciatura, através de um concurso para os quadros do Banco Borges & Irmão, onde foi colocado nas Operações de Estrangeiro. Mais tarde, foi nomeado Diretor dos Serviços de Inspeção, membro do Conselho Fiscal do Banco e Diretor do Departamento de Organização e Informática. Entre 1988 e 1992, foi Diretor Comercial para as regiões da Madeira e Açores, com residência no Funchal e regressou ao Porto como Diretor nacional de Património e depois como membro da Direção do Banco Português de Investimento – BPI – que entretanto comprara o Banco Borges & Irmão. Terminou a sua carreira no BPI como Diretor Coordenador de Novos Balcões, em 2004.
José David Gonçalves da Rocha era militante do Partido Socialista desde 1974, e foi o fundador da secção do PS de Avintes. Foi também eleito o primeiro Presidente da Assembleia Municipal de Gaia, em 1976, e, mais tarde, Presidente da Assembleia de Freguesia de Avintes, de 2002 a 2005, sendo sucessivamente eleito como vogal nos anos posteriores, até 2017.
Participou na vida associativa, cívica e cultural de Avintes, tendo sido membro do Conselho Fiscal da Fundação Joaquim Oliveira Lopes e do Grupo Mérito Dramático Avintense, integrando também, praticamente desde o início, a Direção da Confraria da Broa de Avintes.
Em fevereiro de 2022, o executivo da Junta de Freguesia de Avintes atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Autárquico, reconhecendo, assim, o percurso e atividade política deste autarca.
José David Gonçalves Rocha faleceu em julho de 2022, aos 76 anos de idade.
Luís dos Santos Salavisa Vicente (1979-1980)
Luís dos Santos Salavisa Vicente exerceu a função de engenheiro técnico agrário, na categoria de técnico especialista principal, na Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, tendo passado pela Herdade da Mitra, em Évora.
Em 1979, foi eleito presidente da Assembleia Municipal de Gaia, tendo tomado posse a 22 de janeiro de 1980, contudo apenas exerceu funções até ao dia 30 desse mesmo mês, altura em que António Coutinho da Fonseca presidiu, pela primeira vez, o plenário da Assembleia Municipal, enquanto cabeça da lista mais votada para este órgão autárquico.
A 12 de julho de 2002 foi agraciado com um louvor do, então, diretor regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, António Fernando de Campos Cêa, que foi publicado em Diário da República, pelo trabalho desenvolvido em prol da melhoria das condições de vida do meio rural onde estava inserido.
O antigo presidente da Assembleia Municipal de Gaia faleceu em fevereiro de 2015.
António Coutinho Gonçalves da Fonseca (1980-1982)
António Coutinho Gonçalves da Fonseca nasceu a 15 de maio de 1929, na freguesia de Paranhos, no Porto. Após os estudos, entrou no ramo profissional dos seguros, onde permaneceria a vida toda, como técnico comercial e, depois de casar, acabou por ir viver para Mafamude, em Vila Nova de Gaia. Aí, ingressou no mundo da política, tendo sido nomeado Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Gaia, em agosto de 1975, cargo que exerceu até janeiro de 1977.
De forma ininterrupta, manteve-se no lugar, como Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o primeiro democraticamente eleito após o 25 de Abril de 1974, em resultado das eleições autárquicas de 1976, como cabeça de lista do Partido Socialista, cargo que ocuparia novamente entre 1983 e 1986, eleito pelo mesmo partido. No interregno entre estes dois mandatos, António Coutinho Gonçalves da Fonseca liderou a lista candidata à Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, que juntava PS, APU – Aliança Povo Unido (PCP e MDP/CDE – Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral) e UDP – União Democrática Popular, que viria a vencer a eleição por três votos apenas.
Integrando a lista do PS pelo círculo eleitoral do Porto, às eleições legislativas para a Assembleia da República em outubro de 1980, António Coutinho da Fonseca não conseguiu ser eleito, não fazendo parte, por isso, do grupo de 14 deputados do PS eleitos por aquele círculo. Contudo, acabaria por ser chamado a substituir o deputado Luís Silvério Gonçalves Saias em duas sessões, a 6 e 7 de julho de 1982.
Voltou à política ativa após as eleições autárquicas de dezembro de 1993, tendo sido eleito vereador à Câmara Municipal de Gaia pela lista do PPD/PSD como independente, fazendo parte da oposição à presidência do executivo socialista liderado por Heitor Carvalheiras, entre 1994 e 1998.
Além da política, António Coutinho da Fonseca foi sócio fundador do Lions Clube de Vila Nova de Gaia, sócio honorário dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões e associado do Centro Recreativo de Mafamude, da Associação Cultural Amigos de Gaia e do Automóvel Clube de Portugal (ACP).
Após várias décadas a viver em Vila Nova de Gaia, Coutinho da Fonseca faleceu a 9 de outubro de 2009, aos 80 anos.
Alberto Augusto Martins da Silva Andrade (1983-1985)
Nascido em Oliveira de Azeméis a 29 de outubro de 1927, Alberto Andrade adotou Vila Nova de Gaia como sua terra, na qual desenvolveu grande parte de toda a sua atividade política, sindical e cultural.
Abraçou a luta contra o regime salazarista e participou ativamente na campanha presidencial do General Humberto Delgado e, em 1961, foi candidato a Deputado pelo círculo eleitoral do Porto nas listas da CDE, tendo sido preso pela polícia política conjuntamente com outros democratas e lutadores antifascistas, entre os quais Virgínia Moura e Fernando Seixas, saindo da prisão em meados de 1963. Funcionário bancário pertencente aos quadros do Banco Nacional Ultramarino foi então demitido, tendo sido reintegrado somente depois do 25 de Abril de 1974.
Da sua intervenção política destaca-se o seu trabalho autárquico em Gaia, onde foi o primeiro Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, entre 1974 e 1975, tendo como uma das principais missões assegurar a estabilidade no concelho, com a instalação nas 24 freguesias de comissões administrativas.
Em 1975, foi também eleito Deputado à Assembleia Constituinte em representação do Partido Socialista (PS), razão pela qual abandonou a presidência da Câmara de Gaia, por incompatibilidade de funções. Continuou depois como Deputado eleito pelo distrito do Porto durante a I Legislatura (1976-1980), período durante o qual também exerceu as funções de chefe de gabinete do então Ministro dos Assuntos Sociais, António Arnaut.
Mais tarde, viria a exercer também funções de vereador, presidente e deputado da respetiva Assembleia Municipal, em representação pelo PS, entre 1983 e 1985, obtendo, na altura, 41,8% dos votos.
No início dos anos 80, regressou à sua atividade bancária, desempenhando, entre 1983 e 1985, o cargo de presidente da mesa da Assembleia-Geral do Sindicato dos Bancários do Norte. Em 1986, demitiu-se do PS, a que tinha aderido em 1974, e do qual foi dirigente local, distrital e nacional, e apoiou a candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo à Presidência da República.
A partir de 1987, passou a integrar, como independente, a Coligação Democrática Unitária, tendo sido candidato pela CDU às eleições legislativas de 1987, embora não tenha sido eleito. Em 1989 e 1993 foi o primeiro candidato da CDU à Assembleia Municipal de Gaia, onde foi eleito e desempenhou as funções de líder parlamentar da bancada desta força política.
Alberto Andrade manteve ainda uma intensa atividade associativa no plano cultural e da solidariedade social. Foi sócio e dirigente da Associação de Escritores de Gaia, da Associação Cultural Amigos de Gaia, entre muitas outras coletividades e associações culturais de que era sócio ou com quem colaborava, tendo sido também diretor do jornal Gaia Semanário.
Faleceu a 18 de julho de 2006, em Mafamude, aos 78 anos de idade.
Artur dos Santos Ferreira Nobre (1986-1989)
Artur dos Santos Ferreira Nobre nasceu em Valadares, fixando-se, mais tarde, em Miramar. Economista de profissão, foi dirigente da Juventude Operária Católica, ao nível da Diocese do Porto.
Em outubro de 1976, foi eleito membro do Conselho Nacional do Partido Social Democrata (PSD), posto que manteve até 1990.
O economista também liderou a Concelhia de Gaia do PSD e assumiu, entre 1986 e 1989, a presidência da Assembleia Municipal de Gaia, cargo que, segundo o seu amigo Francisco Barbosa da Costa, “exerceu de forma muito meritória,”, tratando-se de “uma pessoa muito respeitada e bem formada que inspirou gerações”.
De acordo com um artigo publicado no jornal “O Comércio de Gaia”, a 4 de fevereiro de 1986, Artur dos Santos Ferreira Nobre era uma “destacada figura política gaiense dos sociais-democratas”. Aquando da sua tomada de posse, o então presidente da Assembleia Municipal de Gaia, manifestou que “estes dez anos de vivência democrática conseguiram fortalecer o regime dos sucessivos executivos democráticos, empossando-se, agora, um para um exercício de quatro anos consecutivos. É, deste modo, possível projetar obras com mais tempo e concluir os respetivos planos de atividades. contudo, estamos, ainda, perante uma necessidade de uma representatividade e uma maior competência nos centros de decisão, para dessa maneira os executivos poderem defender os interesses dos munícipes”.
Manuel Lencastre Meneses de Sousa Figueiredo (1990-2001)
Nasceu no Porto a 6 de setembro de 1928, mas foi em Vila Nova Gaia que se fixou muito cedo, adotando esta cidade como sua e onde viveu a maior parte da sua vida.
Dedicou por inteiro a sua vida à sua cidade de adoção – Vila Nova de Gaia – da qual se tornou uma figura verdadeiramente emblemática e na qual deixou na hora do seu desaparecimento um rasto de profundo respeito, admiração e saudade.
Foi gestor da Companhia Portuguesa Radio Marconi e Portugal Telecom, onde se distinguiu profissionalmente, demonstrando a sua capacidade de liderança, sendo respeitado por todos aqueles que com ele trabalharam.
Aderiu ao Partido Socialista logo após o 25 de Abril, em 1974, onde foi um destacado militante, desempenhando diversos cargos na estrutura nacional, distrital e local, assumindo-se sempre como um homem de ideias, frontal, de grande carácter, facto que o tornaram numa figura incontornável e carismática que serviu de inspiração a tantos de nós.
Foi eleito deputado à Assembleia da República na I Legislatura em 25 de Abril de 1976, onde se afirmou na defesa dos mais desfavorecidos, deixando a sua marca na criação do passe social para idosos, e contribuído para a consolidação da jovem democracia, na época de plena afirmação dos valores de Abril.
O espírito de humildade e de serviço apresentam-se como traços marcantes de toda a vida pública e política, foi presidente da Assembleia de Freguesia de Oliveira do Douro e presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, cargos que desempenhou com retidão e a imparcialidade que a função exige.
Como presidente da Assembleia Municipal foi um dos autarcas que mais lutou pela dignificação do cargo, bem como pelo papel das Assembleias Municipais tendo participado num movimento de âmbito nacional tendo em vista o reforço de poder e das competências deste órgão da administração local.
Foi o Primeiro Presidente da Assembleia Metropolitana do Porto, empenhando também aí na afirmação desta nova estrutura de poder regional.
Faleceu dia 28 de junho de 2016, com 88 anos de idade.