COUTO: HÁ 105 ANOS A LANÇAR PRODUTOS COM HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Com sede em Vila Nova de Gaia, a Couto S.A. celebrou, no passado dia 29 de junho, 105 anos de existência. Para comemorar esta data, a empresa promoveu uma visita guiada à fábrica, dando a conhecer os bastidores da pasta dentífrica que se tornou um ícone no panorama nacional, assim como de todos os outros produtos que foram lançados nos últimos anos e deram uma nova vida à empresa.

 

A Couto remonta ao ano de 1918, altura em que foi fundada na cidade do Porto, com a designação Farmácia Flores e Couto, tendo adotado o nome pela qual é conhecida atualmente apenas em 1931, quando a administração desta empresa passou a ser da responsabilidade de Alberto Ferreira do Couto, que criou, um ano depois, com a colaboração de um amigo dentista, a famosa “Pasta Medicinal Couto”, com o objetivo de combater os problemas nas gengivas que eram provocados pela sífilis.

A empresa continuou na família, passando, em 1974, para o sobrinho do fundador, Alberto Gomes da Silva, que começou a trabalhar na linha de montagem da fábrica, mas foi crescendo até se tornar o líder de uma das marcas nacionais mais icónicas do século XX, com a sua bisnaga preta e amarela de pasta dentífrica ou o famoso Restaurador Olex, que passaram a ser presença assídua na casa e na memória dos portugueses.

A procura foi tanta que, em 2004, já com a designação de Couto S.A., a empresa deixou as suas antigas instalações no Largo de São Domingos, no Porto, instalando-se no complexo industrial da Utic, em Vila Nova de Gaia.

Atualmente, esta marca icónica é administrada por Alexandra Matos Gomes da Silva, esposa do falecido Alberto Gomes da Silva, que abriu, no passado dia 29 de junho, as portas da fábrica da pasta dentífrica que se tornou um ícone no panorama nacional, com o intuito de comemorar o seu 105º aniversário. “Hoje temos uma Couto totalmente diferente daquilo que era quando o meu marido assumiu a liderança da empresa, com novos produtos e uma loja, em Cedofeita, que vos convido a visitar” afirmou a CEO, evidenciando que “com este evento estamos a prestar uma homenagem ao homem que ele foi e à obra que ele nos legou”.

Assim, no âmbito desta celebração, os convidados foram conduzidos pela diretora técnica Cláudia França, responsável pelo desenvolvimento de todos os produtos, numa visita pelas instalações, nomeadamente pelo escritório de Alberto Gomes da Silva, que permanece intocável e com todos os seus itens, pelo laboratório onde são preparadas as fórmulas de sucesso, e pela unidade de produção.

Ressaltando que a icónica pasta Couto é uma referência que dura até aos dias de hoje, cuja fórmula se mantém inalterada, a diretora técnica desta empresa recordou que desta fábrica também saem a vaselina pura, o creme desodorizante, a água oxigenada, o Petróleo Olex e o Restaurador Olex, desta marca, que sempre privilegiou o design original, aliado às embalagens retro dos produtos. “Em 2017, a marca foi dinamizada e foram lançados mais produtos, como o creme de mãos, o sabonete, a colónia e o creme hidratante, assim como uma linha para homem, com after shave e creme de barbear. O ano passado lançamos um creme de rosto e a nossa pasta dentífrica com flúor”, salientou Cláudia França, garantindo que “temos a certeza de que muitos mais se seguirão”. “Quando eu faço uma formulação eu só escolho mesmo os ingredientes que sei que têm eficácia, estão comprovados, são hipoalergénicos, não são testados em animais, são escolhas que têm de ser acertadas. Nós não fazemos uma formulação a pensar no custo que depois vai ter no final, mas no benefício que quem vai utilizar vai sentir”, asseverou.

Neste seguimento, para comemorar o 105º aniversário, a Couto lançou um novo sabonete, enriquecido com óleo de amêndoas doces e um coffret celebrativa com a icónica pasta dentífrica com flúor, uma embalagem de vaselina pura, um creme hidratante e o novo produto. “Mesmo quando lançamos os nossos produtos novos, o foco é manter sempre o tradicional e a nossa imagem vintage. Não queremos mudar, nem o logo, nem o próprio design, então o que fizemos foi inserir o azulejo na genética dos nossos produtos, juntamente com as cores que fomos dando às várias gamas”, revelou a diretora técnica.

Seguindo a visão e o legado de Alberto, a marca continua a expandir o seu alcance, sem nunca perder a identidade e design retro que caracterizam os produtos. “Acho que, neste momento, o que o meu marido quer é que mantenha os olhos postos no futuro. Acredito que este é o momento de olharmos para aquilo que justamente ele conseguiu fazer desta empresa, que sempre foi o amor da minha vida, aliás foi aqui que eu conheci o meu marido, há 19 anos, quando a minha empresa veio cá colocar o ar condicionado e a minha paixão sempre ficou pela Couto”, enfatizou Alexandra Matos Gomes da Silva, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA.

Assegurando que lidera uma equipa jovem, composta por 12 pessoas, a administradora desta empresa sublinhou que “nós temos um telefone ligado da parte técnica a qualquer pessoa externa, para esclarecer qualquer dúvida e isso dá-nos a abertura de saber o que é que o cliente quer, se está satisfeito com os nossos produtos e, sendo assim, não podemos cruzar os braços”.

Ansiando a edificação de uma nova fábrica, noutro local, com uma área de museu e loja, Alexandra Matos Gomes da Silva destacou a importância de “nunca tirar a essência daquilo que é a Couto. Nós temos objetivos muito grandes e quando tivermos a fábrica nova iremos, com certeza, ter um leque ainda maior”.

Esta visita, que integrou a celebração do 105º aniversário da Couto, terminou com uma homenagem à colaboradora Isabel Moreira, pelos seus 48 anos de trabalho e dedicação à empresa.