Depois de, em abril de 2015, um ato de vandalismo ter destruído o cruzeiro quinhentista do Mosteiro de Leça do Balio, Monumento Nacional desde 1910 e um dos mais notáveis exemplos da arquitetura gótica portuguesa, a peça foi totalmente restaurada pela Câmara Municipal de Matosinhos, em articulação com a Direção Regional da Cultura do Norte, e pode agora ser visitada novamente.
Esta restauração incluiu um estudo prévio pormenorizado do estado de conservação da peça e da metodologia de restauro, que ficou a cargo da oficina Samthiago: Ateliê de Conservação e Restauro.
Na altura do vandalismo, o crucifixo que existia no topo do pilar do cruzeiro, datado entre 1513-1515, desprendeu-se e caiu, sofrendo diversas fraturas. Feito em pedra de Ançã, com imagem de Cristo e decoração de motivos florais, o cruzeiro foi esculpido por Diogo Pires, o Moço, que terá vivido e trabalhado na zona de Coimbra e aprendido a arte da escultura com o seu pai, Diogo Pires, o Velho, autor da famosa imagem de Nossa Senhora da Conceição, pertencente ao extinto Convento da Conceição de Leça.
Esta não é a primeira vez que o cruzeiro é alvo de restauro, sendo que a última das vezes ocorreu em 1966, altura em que foi colocada uma cobertura e uma grade protetora para evitar a degradação.