O secretário-geral do PCP propôs há dias subir o salário mínimo nacional para os 1000 euros em Maio e aumentar em pelo menos 70 euros todas as pensões, comprometendo-se a apresentar o programa eleitoral em 25 de Janeiro, o que efectivamente aconteceu.
Numa alusão à proposta governativa do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o líder comunista defendeu que «a urgência» de aumentar o salário mínimo nacional para os 1000 euros «coloca-se agora e não em 2028».
Relativamente ao programa eleitoral, Paulo Raimundo voltou a defender que todos os salários devem ser aumentados em 15%, com um mínimo de 150 euros, «colocando o objetivo da convergência do salário médio em Portugal com o salário médio na zona euro em quatro anos».
No que se refere às pensões, o líder comunista defendeu que reformados, pensionistas e idosos precisam de ter «as suas pensões e reformas devidamente valorizadas», propondo que em 2024 seja fixado um aumento de 7,5% com efeitos retroativos a Janeiro, para garantir que «nenhum reformado tenha um aumento inferior a 70 euros na sua pensão ou reforma», da mesma maneira garantindo que, já em 2024, a pensão mínima de quem se reforma com 40 anos de descontos passe dos atuais 462 para os 555 euros, afirmando que «esta é uma medida de grande alcance, de grande significado e de grande necessidade».
O líder dos comunistas afirmou ainda que «podem difundir todas as sondagens, pintar todos os cenários, tentar que a discussão se resuma à troca de galhardetes entre A e B, evitar que a discussão seja sobre a realidade da vida», mas não contarão com o seu Partido para «essas manobras», pois «os problemas do País não se resolvem nem com declarações de boas intenções, nem com mudanças de estilo ou reciclando protagonistas».
Entretanto, o País olha com compreensível perplexidade a onda de corrupção que invadiu a esfera governativa de forma nunca anteriormente observada e que tem originado uma indignação crescente, no entanto e mesmo assim, fala-se muito de extrema esquerda e extrema direita e pouco da extrema pobreza devido à extrema corrupção.
A maioria absoluta não logrou alcançar os objectivos anunciados e desbaratou uma oportunidade única para proporcionar mais justiça social, mais trabalho com direitos e melhor desenvolvimento económico harmonioso. O mal estar marca presença nas areas dos Serviços Públicos Essenciais, Saúde, Educação, Habitação e outros, mas também nas Forças Armadas e de segurança, PSP e GNR.
Se observarmos com objectividade, dispensando as teorias manipuladoras surgindo do tentacular aparelho de comunicação e propaganda e dos historiadores coniventes que fazem da mentira instrumento científico, concluiremos que esta situação propicia o desenvolvimento da ideologia fascista , com a sua componente narrativa e apelativa, atrás da qual correm os donos disto tudo, os desiludidos e os incautos ou ingénuos esquecendo as lições da História.
O fascismo manifesta-se assim de uma forma mais aberta e descarada do que seria de esperar nesta fase em que se realizam esforços intensos, mas votados ao fracasso, para combater o cepticismo crescente nos povos ocidentais quanto à democracia vigente, ou seja, existe uma interligação figadal entre a democracia liberal e a ordem internacional baseada em regras, através da qual o imperialismo já abandonou o direito internacional e o sistema económico-financeiro do neoliberalismo, para enveredar sem qualquer hesitação por aquilo que podemos bem designar por fascismo económico.
As oligarquias financeiras e económicas, tendem a recorrer ao fascismo quando se sentem ameaçadas ou então utilizam medidas que arrasam direitos sociais, políticos e humanos para garantir lucros sem limites e nessas condições, sendo a política ocidental uma alavanca do poder oligárquico, a democracia liberal cede gradualmente ao fascismo, ainda que não o admita realmente.
Com a aproximação de actos eleitorais importantes, neste tipo de democracia que escolhemos seguir, resta às populações e aos trabalhadores a luta para derrotar estereótipos e preconceitos xenófobos e racistas que violam os princípios fundamentais do estado de direito democrático consagrados na nossa Constituição, escolhendo para a governação do País aqueles que desde sempre deram e continuam a dar exemplo de trabalho, honestidade e competência.