A Medieval de Rio Tinto regressou entre os passados dias 14 e 17 de setembro à Quinta das Freiras. Organizada pela Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e de inúmeros patrocinadores, a 12ª edição deste evento proporcionou uma viagem no tempo, com recriações históricas, espetáculos, tabernas e mercados, que deliciaram, ao longo de quatro dias, dezenas de milhares de pessoas.
A Quinta das Freiras voltou a acolher, entre os passados dias 14 e 17 de setembro, mais uma edição da Medieval de Rio Tinto. Promovido pela Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Gondomar e de inúmeros patrocinadores, o certame teve como tema a lenda da freguesia e permitiu uma viagem através da história e da identidade desta localidade, segundo a qual, no longínquo ano de 920 terá ocorrido, neste território, uma batalha entre o Rei Cristão Ordonho II e o Califa Mouro Abd al Rahamn III que, segundo a memória do povo, foi travada nas margens de um límpido ribeiro, mas, de tão sangrenta que terá sido, tingiu de sangue as cristalinas águas, o que terá levado o povoado a denominar-se Rio Tinto.
Por conseguinte, aquando da abertura deste evento, os visitantes tiveram a oportunidade de assistir à investidura real, mais concretamente à coração de D. Flávio Ribeiro e D. Catarina Figueiredo, que venceram o casting lançado pela Junta de Freguesia de Rio Tinto e assumiram o papel de monarcas da 12ª edição do certame. “Ao voltarmos a escolher, pelo segundo ano consecutivo, dois reis entre os riotintenses foi uma aposta ganha, pois recebemos muitas candidaturas e tenho a certeza de que, no próximo ano, mais cidadãos vão querer ser monarcas da nossa Medieval. A cerimónia da passagem da coroa foi muito bonita, toda a gente gostou e elevou as expectativas para a próxima edição”, ressaltou Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA.
Deste modo, durante quatro dias, os visitantes recuaram no tempo até à Idade Médica, por altura da batalha que deu o nome a esta localidade, através de recriações, do cortejo real, rondas militares e rixas, assim como de mais de 160 espetáculos, protagonizados por Al Raqs, Tosta Mista – o Malabarista, Malatitsch, Homens de Armas, Bailias do Tempo, Malamen, Pardeus, Virgínia Cardoso, demonstrações equestres, fazenda dos animais, fantoches, espetáculos de fogo, charneca, festividades para petizes, torneios a cavalo e História Viva, com a interpretação de “O Castelhano”, “A Revolta do Mercado”, “A Acusação de Beatriz”, “As Boas Mulheres” e “Esconjuro”, que traduziram a lenda desta localidade, em vários momentos históricos. Paralelamente, também se deliciaram no mercado, onde estiveram presentes centenas de tabernas de comes e bebes e de artesanato.
Assegurando que o balanço “só pode ser extremamente positivo”, Nuno Fonseca evidenciou que “é mais um projeto conseguido, porque a promoção da nossa lenda é uma forma de fomentarmos a nossa identidade e isso, para nós, é fundamental”.
Para o autarca riotintense, “este é o maior evento que é realizado na nossa freguesia, é o maior com entradas pagas do concelho de Gondomar, portanto, ter casa cheia, para nós, foi muito importante”.
Garantindo que esta edição foi, sem dúvida, “a melhor das doze iniciativas”, o edil ressaltou que “tenho a certeza de que, para o ano, a 13ª também será um bocadinho melhor e é assim que nós vamos crescendo”.
Esta edição, que foi repleta de emoção, ficou igualmente marcada por uma novidade. “Este ano tivemos um momento especial, que foi o lançamento do livro «A Lenda de Rio Tinto. O amor vence a guerra», com texto de Joel Cleto e ilustrações de Marisa Silva, que se realizou no âmbito das comemorações dos 1100 anos da lenda. Esta apresentação também contribuiu para que mais pessoas viessem à Medieval, porque a lenda está no seu ponto máximo, neste momento”, enalteceu o presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto.
Agradecendo a todas as pessoas que tornam a Medieval de Rio Tinto possível, Nuno Fonseca salientou, ainda, que “é desta forma que nós conseguimos realizar um evento desta magnitude, que é uma das maiores medievais que se realiza no Norte do país”.
Presente na inauguração do certame, Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, não escondeu, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, que “é um sentimento de orgulho, de satisfação de ver isto crescer, de ano para ano, cada vez melhor, cada vez com mais gente, com mais qualidade e, portanto, sinto-me realizado. Quando começamos, há 15 anos atrás, este projeto sem apoios, sem logística foi, de facto, uma tentativa que coroou, valeu a pena e, felizmente, agora a Junta de Freguesia segue, com o apoio do município e de muitos patrocinadores. Portanto, é um grande trabalho, uma grande marca em Rio Tinto e no concelho de Gondomar”.
Relativamente ao evidente aumento da afluência, que se verifica anualmente, o autarca afiançou que “é sinal que não cansa, que inova e se diferencia sempre de ano para ano, que as pessoas gostam de vir e passam a palavra. Este é um dos marcos fundamentais, um dos momentos culturais de referência do concelho, daí o nosso apoio e a nossa dedicação. Isto é a prova da vitalidade de Rio Tinto e Gondomar é isto, é vida e movimento”.
O presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Paulo Ribeiro, também participou na cerimónia de abertura da XII Medieval de Rio Tinto e fez questão de sublinhar, a este órgão de comunicação, que “sinto-me muito honrado por ter sido convidado pelo meu colega presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca. Está a ser espetacular. Já tinha participado em edições anteriores, como visitante, e gostei mesmo muito. Será uma experiência a repetir, no futuro, pois tenho todo o prazer de estar aqui, ao lado da minha freguesia, e de apoiar o meu colega, Nuno Fonseca, que já conheço fora das andanças partidárias, por quem tenho muita estima”.