ENVERGONHA-NOS QUE A RIBEIRA GRANDE TENHA A MAIS ALTA TRANSMISSIBILIDADE DE COVID-19 DO PAÍS

Envergonha-nos. Mesmo. No passado fim-de-semana a Ribeira Grande voltou a ser notícia nacional e, outra vez, por causa da COVID-19.

Noticiava a TVI 24 que a Ribeira Grande era o Concelho com o maior índice de transmissibilidade de COVD-19 do país. De facto, ao olhar aquele mapa, os destaques a vermelho iam para a Ribeira Grande, Nordeste, Vila Franca do Campo, Odemira e Golegã. Eram estes os únicos municípios do país com mais de 240 casos por 100.000 habitantes.

Com a Ribeira Grande a “liderar” destacadamente, com um rácio de 546 casos por 100 mil habitantes. Sim, é um rácio. Não, a Ribeira Grande não tem 100.000 habitantes. Mas é a forma científica de comparar os concelhos.

Todavia, isto é simplesmente vergonhoso e decorre da falta de liderança e de assertividade de quem nos governa, não apenas no Governo Regional dos Açores, mas sobretudo na Câmara Municipal da Ribeira Grande. A Autarquia não pode, nem deve, tentar fugir às suas responsabilidades, pois é também ela responsável pela proteção civil a nível local.

De facto, não se compreende como é que, mês após mês, se ignorou que o combate à doença deveria estar concentrado onde ela mais se manifestou, concretamente, na Vila de Rabo de Peixe.
Mesmo no início da Pandemia, já se previa que esta Vila, pelas suas condições demográficas muito próprias e pela sua elevada densidade populacional, apresentava um alto risco de contágio.

Impunha-se, por isso, mais proatividade. Não apenas a instalação de cercas sanitárias que permaneceram durante demasiado tempo e com poucos resultados práticos.

Não deixamos de reconhecer o trabalho abnegado e incansável dos profissionais de saúde que atuam no Centro de Vacinação da Ribeira Grande, colocando-se todos os dias na linha da frente para nos proteger.
Agradecemos o trabalho insubstituível das equipas multidisciplinares, considerando apenas que deveriam ter ido para o terreno muito mais cedo.

É graças a estes que a situação não é ainda pior.
Mas é ao nível da decisão política que a questão se coloca, desde logo da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal, que nunca exigiram o que deveriam ter exigido do Governo Regional para proteger as pessoas.

A Saúde não é uma questão política. Muito mais poderia ter sido feito para evitar toda esta situação.
Há meses que o PS/Ribeira Grande tem defendido a vacinação em massa em Rabo de Peixe. Consideramos que poderia – e ainda pode – ser reforçada a fiscalização dos ajuntamentos e do uso de máscara, pelo menos na via pública.

Parece-nos absolutamente evidente o reforço da aposta da sensibilização para as medidas de autoproteção, como o uso correto e permanente da máscara, a desinfeção regular das mãos e o respeito pelo distanciamento físico.

Estas são medidas que já poderiam ter avançado há muito, de forma verdadeiramente eficaz e não só com palavras.

Lamentavelmente – e mais uma vez – a Ribeira Grande corre agora atrás do prejuízo.