As próximas semanas serão uma oportunidade para os comerciantes da cidade da Ribeira Grande. É nesta altura que as encomendas nas pastelarias e padarias aumentam, que se embrulham mais presentes e que, em muitos casos, tenta salvar-se os restantes meses do ano.
No geral, todos os comerciantes por que o Audiência passou dizem o mesmo: a crise já se fez notar mais há cerca de três ou quatro anos. Neste momento a cidade prospera, o turismo aumenta e, consequentemente, as vendas vão subindo devagar, mas uniformemente.
Se o seu desejo for um doce especial, pode passar na Fábrica de Bolachas e Biscoitos da família Roveredo, ou n’A Merenda; se quiser encontrar uma prenda para um familiar ou amigo pode ir à Casa; pode também fazer uma visita à North Surge, uma recente loja de roupa na principal rua ribeiragrandense; se estiver à procura de um tecido para um vestido ou de uma prenda especial, o lugar certo é a retrosaria Arco-íris. No final do dia pode entrar no Nana Coffee e comprovar a simpatia da proprietária e dos funcionários.
Estivemos também à conversa com José Manuel Machado, diretor de loja do Continente da Ribeira Grande, e João Moniz, CEO do CEmpA (Centro Empresarial dos Açores), que resumiram o ano de 2018 e perspetivaram o de 2019.
Nádia Horta, proprietária do Nana Coffee
No menu consta a “Sandes Audiência”. Porquê criar uma sanduíche com o nome do jornal e quais são os ingredientes?
Porque temos muita consideração pelo jornal e pelo diretor. Foram os primeiros a noticiar o nosso espaço quando abrimos. Esta é uma sandes feita à moda do Porto, com bastante picante em pão rústico e tem bacon, ovo, alface, queijo e piri-piri, tudo produzido na hora.
O que se encontra neste espaço?
Bom atendimento, simpatia, qualidade, variedade…
Quais os produtos mais procurados pelos clientes?
Os produtos mais procurados são os regionais: Kima, Laranjada, [cerveja] Especial, as sandes da casa e os hambúrgueres que são uma delícia!
Estamos a aproximar-nos da época natalícia. Como é que se passa esta quadra no Nana Coffee?
Fazemos bolo de frutas e oferecemos aos nossos clientes, por exemplo. Também fazemos o tradicional “Menino Mija” com os licores regionais: licor de amora, de maracujá e de leite.
O que espera de 2019?
Que continuemos como estamos. A mesma qualidade, o mesmo serviço, e que os clientes aumentem.
Dinarte Miranda, proprietário da Casa Dinarte
A Casa Dinarte existe desde 1973. Começaram este já longo percurso com a venda de eletrodomésticos, artigos de decoração e também sendo um pronto-a-vestir, evoluindo para mais tarde juntar a esta lista o mobiliário.
Dinarte Miranda conta ao Audiência de que já foram três lojas, mas que, com o tempo, tiveram de fechar duas, mantendo apenas o espaço da Rua de Nossa Senhora da Conceição, no centro da Ribeira Grande.
Quando entramos na Casa Dinarte, vemos várias possibilidades para uma prenda de Natal: roupa, calçado, pequenos eletrodomésticos, materiais de decoração, relógios, entre outros. De acordo com o proprietário, o cliente que entra não sai de mãos a abanar, encontrando sempre o que procura. Neste espaço existe “um mundo de coisas boas e baratas! Muito boas em qualidade”.
Para 2019 a equipa da Casa Dinarte deseja saúde e prosperidade no negócio.
Carolina Sousa, proprietária da North Surge
Porquê a aposta neste estilo mais desportivo?
Não é propriamente um estilo desportivo… são marcas relacionadas com o surf e com o skate. Abrimos a loja aqui na Ribeira Grande, visto que é a cidade virada para o surf e para o mar e assim as pessoas têm este leque de marcas que antes não tinham e podem comprar nesta cidade.
Qual vai ser a aposta para a época natalícia?
Vamos fazer uma campanha com descontos em produtos selecionados e também vamos divulgar nas redes sociais.
Expectativas para 2019?
Se não melhorar, que pelo menos se mantenha igual a 2018. Que o negócio vá nesta linha. Não está excelente, mas não está mal.
Emanuel Roveredo, proprietário da Fábrica de Bolachas e Biscoitos Roveredo & Filhos Lda
O que é que tem para oferecer aos clientes?
Normalmente, todos os produtos que temos à venda temos todo o ano, à exceção do Bolo-rei que é um produto sazonal. Mas temos mais bolos: bolo inglês, bolo de caramelo… dentro dos bolos frescos é o que temos para oferecer.
Tudo por encomenda?
Sim, trabalhamos com encomendas.
O que recomenda a um cliente?
A nível de turistas, alguém que não conhece nenhum dos produtos, aconselhamos aquilo que mais sai, que acaba por ser a preferência dos nossos clientes [habituais].
Como têm sido as últimas épocas natalícias?
Têm-se mantido, ou aumentado pouco. Sermos Marca Açores também ajudou na divulgação do produto.
Aqui também há um produto que não existe em mais algo algum.
Sim, as queijadas da Ribeira Grande. Uma receita de família, da primeira geração que tinha a fábrica, mas só a terceira geração começou a comercializar o produto, porque até então eram feitas só para consumo próprio.
Edmundo Pereira, proprietário d’A Merenda
O que tem para oferecer este Natal?
Bolo-rei, e o Bolo Escangalhado (feito com doce de chila, fruta cristalizada, nozes, doce de noz e canela) que é uma maravilha. Também temos as tortas de chocolate, o tradicional Bolo de Natal, as trouxas-de-ovos e também o pão de ló.
Já tem este estabelecimento há 37 anos. Como se passa o Natal?
Por vezes os comerciantes esperam pelo Natal para tentar salvar as vendas do ano. Também é o mês em que os funcionários recebem o 13.º mês, portanto as vendas têm de se justificar com o trabalho.
Mas corre melhor que os restantes meses.
Corre, geralmente corre.
Como é que tem vindo a notar o Natal ao longo dos anos?
Tem crescido. Notamos que o Bolo-rei foi algo implantado nos Açores não há muitos anos e é uma aposta em crescimento. As pessoas gostas e cada vez mais vão comprando mais.
A Merenda também é uma casa que está em crescimento.
Sim. Tem um novo espaço e vai aparecer mais um.
Não está desiludido por ter apostado no espaço do centro da cidade?
Não. O verão justifica. De inverno nem por isso, mas é normal porque o espaço é relativamente pequeno.
Quem anda à procura de algo para a noite de Natal, aqui encontra tudo?
Sim, tudo. Bolachas, biscoitos, bolos… tudo.
Como gostaria que fosse 2019 para um tipo de comércio como o seu aqui na Ribeira Grande?
Olhe, se for igual a 2018 já não é mau. Tem havido algum crescimento do turismo e acho que isso serve todas as áreas. A hotelaria e também o comércio em geral.
José Manuel Machado, diretor de loja do Continente da Ribeira Grande
O que é que o Continente tem reservado para os clientes este Natal?
Como é hábito, somos uma equipa que recebe muito bem os nossos clientes. Vamos ter, como costume, uma grande variedade de produtos, alimentares, frescos e não alimentares. Também vamos ter muita alegria e muitas promoções.
Ainda estamos no início da quadra natalícia, mas nota que o poder de compra pode ajudar a que este ano seja melhor que os anteriores?
Acho que já passou a época da crise. Há três ou quatro anos isso era refletido nas vendas, mas hoje em dia não. Há cerca de quatro anos as coisas têm corrido bem. Estamos com crescimentos muito bons pelo menos aqui na Ribeira Grande e esperemos que este ano o Natal venha ajudar-nos neste sentido. Estamos com boas expectativas para a época que se avizinha.
O híper vai ter produtos regionais e tradicionais para oferecer não só aos residentes mas também aos que visitam o concelho?
Temos sempre. É habitual que nesta época natalícia tenhamos sempre novidades não só em termos de não-alimentar, mas também em termos dos frescos, da pastelaria, como o tradicional bolo-rei… teremos também algumas novidades, como todos os anos, e as iguarias do costume.
Quais as expectativas para 2019?
As expectativas para a Ribeira Grande são boas. É uma cidade voltada para o futuro, tem sido uma cidade que se tem modernizado ultimamente e tem havido um aumento de procura do turismo nesta zona, o que tem feito um pouco a diferença. Temos crescido muito, mas também à conta do turismo, sem dúvida.
Filomena Cunha, proprietária da retrosaria Arco-Íris
O que espera deste Natal?
Espero que seja um Natal muito feliz, e que o negócio corra bem, como os outros anos ou melhor ainda.
Costuma ter muitas vendas na época natalícia?
Sim, já houve uma época em que vendemos mais, quando tínhamos à venda brinquedos. Entretanto, fomos esquecendo os brinquedos e retomámos com mais qualidade e mais artigos diferentes noutra área: na área dos tecidos e artesanato.
Qual é a grande aposta da casa?
Os tecidos e os têxteis. Os tecidos porque temos os bailes à porta e é o fim do ano. Os artigos de Natal em têxteis também têm muita saída: as toalhas, as tiras para enfeitar as casas… São artigos diversos. Também temos presépios, almofadas com padrões, toalhas de Natal…
O que espera para 2019?
Espero que 2019 seja um ano positivo, que haja muita saúde, trabalho, e que nas vendas haja sucesso e progresso.
João Moniz, CEO do Centro Empresarial dos Açores (CEmpA)
Dos empresários reunidos neste autêntico ninho de empresas que é o CEmpA por esta altura de Natal?
Prenso que este ano correu muito bem. As empresas que estão connosco a colaborar sentem que/e estão com algum volume de trabalho, algumas das quais inclusivamente já têm trabalho para os próximos meses do ano de 2019, o que obviamente é muito bom. No âmbito daqueles que são os serviços prestados por nós, parece-me apropriado afirmar que a crise, felizmente, já não se sente de uma forma tão vincada como se sentiu, por exemplo, nos anos 2014 e 2015. Foram anos que infelizmente tivemos uma conjuntura económica. O próprio CEmpA abriu portas nessa altura. Foram anos mais difíceis, sem dúvida alguma. Tínhamos de desbravar terreno, procurar o nosso cliente, propor soluções e arranjar negócios… e felizmente hoje os clientes já nos procuram. Isso também tem a ver com o aumento da nossa notoriedade no mercado, e isso tem sido um trabalho desenvolvido por nós e pelas empresas que connosco trabalham. Mas numa forma geral, em termos de enquadramento económico, penso que as coisas estão bem.
O que vai pedir ao ‘Menino Jesus’ este Natal?
O essencial é saúde. Queremos obviamente que este projeto continue a crescer. Este ano, e fruto de uma alteração legislativa, fizemos uma candidatura à rede integrada de incubadoras dos Açores. Esta candidatura vai-nos permitir estar incorporados numa rede regional de incubadoras e isso traz vantagens não só para o CEmpA, mas também para todas as empresas que estão aqui connosco, uma vez que estando esta candidatura aceite, terão a oportunidade de candidataram-se a instrumentos de apoio ao empreendedorismo.
2019 para os empresários ribeiragrandenses vai ser um ano de…?
Será um ano de sucesso, de continuidade daquilo que tem sido o trabalho desenvolvido. Penso que algumas estruturas municipais vão trazer uma nova dinâmica ao comércio local. Penso que no geral os nossos comerciantes, e quem está na chamada ‘Rua Direita’, vai ter alguma mais-valia dessas infraestruturas. 2019 vai ser um ano bom e um ano de trabalho.