No decorrer do seu terceiro e último mandato à frente dos destinos da freguesia que o viu nascer, Serafim Teixeira fez, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, uma retrospetiva do que conseguiu conquistar para Vilar de Andorinho. Enaltecendo a importância da colaboração da Câmara Municipal de Gaia, o autarca enumerou as mais diversas obras materiais e imateriais que, a seu ver, revolucionaram a localidade e proporcionaram mais qualidade de vida à população. Honrado pelo trabalho e pelas funções que tem desempenhado na Junta de Freguesia, o edil manifestou, ainda, a sua vontade de continuar a concretizar os sonhos dos vilarenses.
Para quem não o conhece, quem é o Serafim Teixeira?
Eu sou um homem simples. Nasci nesta terra, no seio de uma família humilde, repleta de muita solidariedade e simplicidade, como eram famílias que viviam aqui, antigamente, que se entreajudavam muito, porque Vilar de Andorinho era uma freguesia com muitas dificuldades. É preciso salientar que eu já tenho 63 anos, portanto, vivi durante a ditadura salazarista, um período no qual as pessoas tinham pouca formação e vivam muito do que era a sua experiência de vida. A maior parte da população era pobre, não tinha grandes meios e vivia muito daquilo que conseguia obter do campo e de algumas pequenas empresas que existiam, aqui, no concelho e no Porto. Eu vivi neste meio, muito habituado a um ambiente de solidariedade, mas também no meio das dificuldades e eu acho que isto, também, me formou, enquanto homem, porque acabei por encarar muito mais facilmente as adversidades e as dificuldades, que surgiram ao longo da minha vida. É preciso também perceber que o 25 de Abril transformou, radicalmente, a vida em Portugal, não só em termos políticos, mas económicos e sociais. Portanto, eu consegui, como muita gente, começar a perceber que, afinal de contas, também podia estudar. Então, eu trabalhava, como tantos outros, durante o dia e estudava à noite e assim tirei um curso superior e uma série de formações, o que, antes do 25 de Abril, não era possível, muito menos chegar a presidente de Junta. Eu só sou presidente de Junta, porque se deu o 25 de Abril em 1974, em Portugal, porque era impossível um cidadão de uma família mais simples, mais humilde, chegar a qualquer cargo. No seguimento, da Revolução dos Cravos, começou, também, a haver uma grande afluência de pessoas às associações e coletividades, o que contribuiu para o desenvolvimento do movimento associativo, da cultura, teatro, música e desporto, também graças ao esforço e ao trabalho que se foi fazendo, não só nas associações, mas, também, nas Juntas de Freguesia, que incentivavam, colaboravam e apoiavam de uma forma mais dinâmica, porque começou a haver uma mentalidade diferente. As pessoas começaram a encarar que a vida tinha mudado, que tinham capacidades e que podiam desenvolvê-las. As mulheres começaram a ter outras oportunidades e a aparecerem, também, em instituições, o que antes era impensável, aliás, nem era permitido. Portanto, eu sou fruto, também, deste ambiente, que, entretanto, se transformou. Por isso mesmo, eu também fui evoluindo, em termos da minha vida profissional, fui crescendo, constituindo família, graças a Deus, com a minha mulher e temos dois filhos, que foram o que eu fiz de melhor na vida.
Qual é a história da sua entrada no mundo da política?
Após o 25 de Abril, o Partido Socialista (PS) teve muita força em Vilar de Andorinho e como as pessoas eram, mais ou menos, simples e humildes, acontece que votavam, maioritariamente, em partidos de esquerda e votavam muito no PS. Apesar de eu, enquanto jovem, não me filiar, comecei, desde cedo, a participar em alguns convívios e reuniões partidárias, porém, na altura, a única coisa que me preocupava era viver a vida como jovem, pois não tinha quaisquer anseios ou preocupações políticas. A primeira vez que Vilar de Andorinho teve uma Junta social-democrata foi quando o doutor Manuel Monteiro concorreu pela primeira vez e perdeu. Nesse período, como eu tinha um curso superior e uma boa relação com as pessoas, convidaram-me e foi aí que eu comecei a trabalhar com o doutor Manuel Monteiro e eu acho que, também, fui uma mais-valia para que, logo a seguir, ganhássemos as eleições. Eu posso dizer-lhe que eu fui o braço direito do doutor Manuel Monteiro e não tenho dúvidas de que tínhamos uma equipa fantástica, porque deixamos algumas quezílias que existiam anteriormente e que, na altura, acabaram por prejudicar o Partido Socialista e começamos a trabalhar arduamente, para que as coisas acabassem por correr bem e nós ganhamos a Junta e começamos a trabalhar afincadamente, para que tudo se transformassem. Portanto, tínhamos um grande sentido de responsabilidade e de ligação ao mundo associativo e isso foi uma mais-valia, pois começamos a desenvolver muito esse trabalho e foi extraordinário. Neste seguimento, a minha entrada para a Junta de Freguesia aconteceu muito naturalmente. Portanto, eu já tinha estado cá nos três mandatos anteriores a 2013, com o doutor Manuel Monteiro, como tesoureiro da Junta de Freguesia e isso, também, me deu algum arcabouço, algum conhecimento, de como é que isto funcionava, pelo que já estava bastante apto, para encarar este novo desafio. Depois de passar a presidente, tive a sorte de, ao mesmo tempo, ter o atual presidente da Câmara e a sua equipa, sendo que o doutor Manuel Monteiro também fez parte dela, que nos ajudou muito mais. Eu tive a sorte, ao contrário de outros antecessores, de encontrar uma autarquia que não fechava as portas, antes pelo contrário. Por isso, eu consegui fazer obras que nunca imaginei que algum dia fossem feitas e isso também se proporcionou, porque o ambiente e a solidariedade eram muito maiores, porque as pessoas estão do mesmo lado, percebem as minhas dificuldades, angústias e anseios e vão ao encontro deles. Tudo aconteceu com muita luta, trabalho e dedicação, mas a verdade é que eu tenho de agradecer muito ao trabalho desenvolvido pela Câmara, que tem trabalhado connosco, no sentido de conseguirmos ver as maiores dificuldades e começarmos a ultrapassá-las.
Quais são as suas maiores inspirações e motivações?
As minhas motivações foram sempre estar ao lado dos vilarenses e colaborar com eles, fazendo com que Vilar de Andorinho se transformasse e melhorasse. Eu acho que consegui isso e acredito que tive muita responsabilidade, também, nesse desenvolvimento, porque quer desde o tempo do doutor Manuel Monteiro, quer depois, individualmente, e com condições melhores, acabei por transformar Vilar de Andorinho, que, hoje, é uma freguesia com um desenvolvimento muito maior, do que há uns anos atrás. Só para lhe dar um exemplo, tem havido uma procura cada vez maior por Vilar de Andorinho. Portanto, os terrenos nesta freguesia estão muito caros, as casas estão muito caras e este é um dos problemas que nós estamos, agora, a constatar, fruto da transformação que está a acontecer no território. Hoje, temos a linha de metro a ser construída para o hospital e para Vila D’Este e isso transformou tudo. As casas estão muito mais caras e as rendas também inflacionaram. Portanto, transformou-se radicalmente a vida em Vilar de Andorinho. Contudo, neste aspeto, piorou, porque como a freguesia evoluiu tanto, há a apetência de muita gente, não só de pessoas de Gaia, como do Porto e até do estrangeiro. Portanto, nós acabamos por criar um ambiente bastante salutar, que fez com que as pessoas gostassem de morar cá e reconhecessem que é uma freguesia sem problemas de maior e que é bom viver em Vilar de Andorinho, porque nós temos as maiores autoestradas junto à freguesia, pelo que as pessoas sabem que estão aqui, mas conseguem chegar, em poucos minutos, tanto ao centro de Gaia como à cidade do Porto, o que é uma mais-valia. Depois, também, estamos numa zona com muitos espaços verdes, com muitas árvores, muitos campos, mas, ao mesmo tempo, estamos perto da cidade e temos a possibilidade de estar num ambiente em que respiramos um bom ar e de onde facilmente nos deslocamos até às maiores cidades.
O Serafim Teixeira está no seu terceiro e último mandato à frente dos destinos de Vilar de Andorinho. Quais são os seus objetivos para esta localidade? O que ainda anseia fazer por este território?
Este é um trabalho contínuo, que se iniciou na altura em que eu entrei, mas que se intensificou com este executivo camarário. Portanto, uma das obras que se fez foi o rés-do-chão da sede da Junta de Freguesia, onde estava sediado o Centro de Saúde antigo, com umas condições muito desumanas, quer para as pessoas que vinham cá, quer para os trabalhadores e foi onde inserimos os serviços administrativos e sociais da autarquia. Contudo, a parte superior também estava muito danificada e, por isso, tivemos de fazer um segundo projeto, para requalificá-la. Agora, nós estamos com um projeto preparado para requalificar o primeiro andar, onde vamos fazer um salão nobre, para assembleias e reuniões, trabalho do executivo e formação profissional. Isto neste edifício. Também fizemos o Centro de Saúde novo, que é uma referência no concelho e é o único que está a dar apoio à noite, aos fins de semana e feriados. Este é um equipamento fantástico, que desenvolve muito o trabalho em Vilar de Andorinho e, também, no concelho. Entretanto, temos um projeto, que já foi aprovado, para requalificar toda esta zona envolvente à Junta, porque a a igreja, a escola e o ambiente em volta estão, um pouco, degradados. Nós já temos o projeto, quer para a igreja, quer para a Escola de Vilar, para requalificarmos esta praça, a igreja, assim como a escola primária, que é a única que falta requalificar, porque todas as outras escolas e jardins-de-infância da freguesia já foram requalificadas. Já estivemos a ver o projeto com o senhor presidente da Câmara, no valor de cerca de 700 mil euros, que dará umas condições muito melhores do que as que existem atualmente. Para além disso, temos um edifício em Vila D’Este, que é o edifício Elos, onde vamos fazer o Centro Comunitário Vilar+, para formação e apoio à comunidade da freguesia, que está quase pronto e vai ser um ponto de muito interesse, pois estava abandonado e, agora, para além de estar requalificado, é uma mais-valia para a freguesia, porque vamos poder trabalhar muitas das questões sociais, nesse equipamento, uma vez que tem muitas salas e muitos espaços para podermos desenvolver esse trabalho. Para além disto, temos o metro, que é, realmente, uma referência e está a revolucionar Vilar de Andorinho, neste momento, porque há cada vez mais pessoas a quererem vir morar para esta freguesia. Simultaneamente, temos, também, em curso, a última fase da requalificação das zonas exteriores e envolventes da parte superior de Vila D’Este, um projeto orçado em mais de três milhões de euros. Portanto, temos de reconhecer que tem sido, verdadeiramente, uma revolução. Depois de várias ruas requalificadas, como a Rua Heróis do Ultramar, que está concluída, temos, ainda, outra rua muito importante, que é a das Carvalheiras, que, também, faz a ligação ao hospital e já está em fase adiantada. Portanto, temos de reconhecer que, realmente, todas estas obras estão a transformar e a desenvolver muito Vilar de Andorinho, para além do trabalho social e da formação, que nós temos vindo a fazer, juntamente com a Câmara, porque se assim não fosse, aquando da proliferação da pandemia, teria sido caótico. Nós temos um projeto chamado Vilar com Carinho há vários anos, através do qual vamos buscar as pessoas a casa e vamos levá-las ao hospital, centro de saúde, Junta de Freguesia, ou a qualquer outro equipamento que pretendam. Portanto, há uma série de trabalhos que temos vindo a fazer, que têm sido fantásticos e que as pessoas veem como uma mais-valia na freguesia, dado que os transportes públicos têm tido alguns problemas. Todos estes projetos e outros, que atualmente estão a ser trabalhados e desenvolvidos, estão a transformar, radicalmente, Vilar de Andorinho.
No contexto de um mandato de continuidade. Que obras materiais e imateriais pretende concluir até ao final do seu mandato?
Este é um ciclo de continuidade. Nós não estamos a criar nada de novo, estamos a continuar aquilo que fizemos e que fomos projetando ao longo dos anos. Com certeza que nós queremos desenvolver e caminhar nesse sentido, mas o nosso intuito é continuarmos a fazer o trabalho social que temos vindo a desenvolver, quer com as pessoas, quer com Vilar com Carinho, quer com o trabalho de emergência social que estamos a realizar, em parceria com a Câmara, e a ideia é darmos seguimento a este trabalho, agora com o Elos, depois de requalificado, que será uma mais-valia e que, com certeza, terá frutos mais produtivos e permitirá uma grande evolução na ação social. Para além disto, temos uma série de obras, para além das que eu referi anteriormente, nas quais estamos a trabalhar, em parceria com a Câmara, de forma a podermos desenvolvê-las e efetuá-las. Estas obras que temos realizado, para mim, já são fantásticas, mas temos uma série delas, ainda, por concluir. Nenhum projeto é exclusivamente da Junta de Freguesia, porque este é um projeto conjunto e, portanto, a Câmara, neste momento, já está a efetuar obras na N222, para o metro-bus e a ideia é que ele passe aqui, também, em Vilar de Andorinho, podendo facilitar a deslocação das pessoas para a Avenida da República e para o metro. Outra questão igualmente importante é o Pavilhão Multiusos Nelson Mandela, que vai ser efetuado na Quinta do Pedrinho e será provocará uma revolução nesta zona, não só para o desporto de qualidade, mas, também, para espetáculos, com capacidade para cerca de duas mil pessoas sentadas. Este vai ser, verdadeiramente, um equipamento fabuloso no concelho, mas não só, será uma referência ao nível do distrito do Porto. Como tal, são vários os projetos que estão em voga e que, realmente, vão revolucionar todas estas localidades. A Câmara Municipal de Gaia tem, também, um projeto, à semelhança do que vai fazer noutras freguesias, para construir, em Vilar de Andorinho, habitações a preços acessíveis, para que as pessoas possam alugar casas a um preço mais decente, porque, neste momento, é exorbitante. Portanto, as obras imateriais, também, são uma grande preocupação nossa, porque nós queremos trabalhar com as pessoas, para que elas possam desenvolver competências, resolver problemas, sentir-se bem e relacionar-se umas com as outras. Temos, por exemplo, o caso da Academia Sénior de Vilar de Andorinho, cujo objetivo é proporcionar um envelhecimento ativo e criar um ambiente, que seja positivo. Esta academia tem aulas todos os dias, com várias disciplinas, como fisioterapia, ioga, história, artes, atelier de moda e uma tuna e nós acreditamos que, todos juntos, conseguimos ir trabalhando e ir evoluindo, para que, realmente, as pessoas se sintam realizadas, porque o trabalho que nós vamos fazendo vai-se refletindo nas pessoas e é esse trabalho que, também, nos enriquece e faz com que nos sintamos felizes e realizados. Posso dizer-lhe que, enquanto o homem, e para mim, é uma enorme honra ser presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Andorinho e é por isso que eu estou cá.
Depois de dois anos de interregno, os eventos detentores de grande impacto social estão a regressar à freguesia. O que é que vai voltar a acontecer nesta localidade?
Nós, neste momento, estamos a tentar voltar a fazer algumas coisas, porém reconhecemos que é difícil fazermos tudo. Não sabemos o que é que vai ser possível concretizarmos, mas estamos a trabalhar nesse sentido. Reconhecemos que este ainda é um ano difícil, porque por um lado ainda temos a pandemia que não terminou, por outro, temos, também, esta questão da guerra na Ucrânia, que veio complicar a nossa vida e nós, enquanto Junta de Freguesia, também, temos de dar o exemplo e não podemos estar a criar eventos, que nos consomem dezenas de milhares de euros, quando temos, por exemplo, o equipamento do Elos para acabar de requalificar e reequipar, pelo que todas estas coisas fazem-nos pensar, que temos de ter muita calma, para não desiludirmos as pessoas, nem gastarmos dinheiro em coisas, quando há outras mais importantes. A questão é que vamos fazendo algumas atividades, indo ao encontro das pessoas, como a Feira de Emprego – Informa, para tentarmos ajudar a população a entrar no mercado de trabalho e correu muitíssimo bem. Mas, temos outras iniciativas, que estamos a tentar realizar. Quanto a outras atividades, nós vamos ver o que podemos fazer, porque reconhecemos que temos um grande dilema, que é, realmente, a questão do Elos, porque é outro equipamento que nos vai trazer despesas e nós temos de ter muito cuidado, para não ficarmos sem a possibilidade de podermos aguentar estes dispêndios. A ideia é nós irmos realizando algumas iniciativas, como a colónia de férias, a colónia balnear e o passeio da terceira idade. Também, queremos fazer os jogos juvenis, entre outras atividades, em ligação com a Câmara Municipal, como sempre fizemos. As atividades que não conseguirmos realizar, por dificuldades ou questões financeiras, tentaremos concretizá-las no próximo ano, porque temos, verdadeiramente, de contabilizar as possibilidades que temos, para efetuarmos os eventos, de acordo com as disponibilidades financeiras que temos.
Qual é a situação atual das coletividades em Vilar de Andorinho?
As próprias coletividades e instituições têm estado com muitas dificuldades para pagarem as suas despesas e nós temos de ter algum cuidado, porque elas não têm a capacidade de se disponibilizarem e trabalharem da forma como estavam, anteriormente. Por isso, as instituições estão com muitos problemas financeiros e nós vamos colaborando em parceria com a Câmara Municipal, porém nós reconhecemos que não é fácil, porque, pela primeira vez, as coletividades estão a pedir-nos dinheiro para pagarem as contas correntes, o que antes não era muito normal. Agora, nós temos de esperar que elas reativem as suas atividades, evoluam e passem esta fase, para quando nós quisermos organizar algum evento, do género a que estávamos habituados, as instituições também possam estar presentes, acompanhando estas valências, porque sem elas, também, não conseguimos fazer nada.
Quais são os seus maiores sonhos, tendo em vista o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população?
Eu acho que já concluí um sonho, que foi, realmente, transformar Vilar de Andorinho e desenvolver esta localidade de tal ordem, que não foi fácil fazer tanta coisa, em tão pouco tempo. Eu tive a sorte de participar e entrar nesta Junta de Freguesia, no melhor momento. No momento em que tive mais apoios e ajudas, do que qualquer outro dos meus antecessores. Portanto, eu estou muito agradecido às pessoas e ao senhor presidente da Câmara, por toda a colaboração e empenho, porque sem a ajuda da autarquia, não teria sido possível fazer tantas obras, apoios e trabalhos junto da população. Falando, também, nas questões imateriais e sociais, posso dizer-lhe que se não fosse o apoio do senhor presidente, teria sido caótico, com o problema que surgiu com a pandemia. Mas, felizmente, com a ajuda da Câmara Municipal, nós estamos a ultrapassar este grande problema, que acabou por não ser tão problemático, graças ao trabalho em rede, com a Junta e a autarquia, que foi desenvolvido, só nas questões sociais, como nas escolas e na população, o que fez com que os vilarenses não sentissem tanto estas dificuldades. Portanto, nós estamos de parabéns, quando reconhecemos que fizemos um trabalho riquíssimo. Todavia, agora, temos esta questão da guerra na Ucrânia, com qual não contávamos e que tem atrapalhado, porque as pessoas estão ansiosas, com muitas dificuldades e muitos medos, por não saberem o que vai acontecer no dia de amanhã. Logo, aquele que já era um problema económico, na freguesia, tem estado a aumentar, a par dos combustíveis, luz, gás e bens alimentares. Como tal, nós temos de ter muito cuidado no que vamos fazer, porque corremos o risco de realizarmos uma grande festa e, depois, não termos possibilidades de apoiarmos as pessoas com, por exemplo, bens alimentares. Eu estou mais preocupado, neste momento, com as questões sociais, porque as pessoas continuam, como nunca, a entrar na Junta de Freguesia, com dificuldades e doenças do foro psicológico, que aumentaram drasticamente, e nós temos de tentar, dentro das nossas possibilidades com a ajuda da Câmara, ajudar estas pessoas, porque é para nós o trabalho mais árduo, mais complexo, mas que é muito importante ser feito. Para mim, não é muito importante requalificar uma rua, quando nós temos as pessoas a recorrem à Junta de Freguesia com dificuldades para se alimentarem, ou pagarem as contas correntes. Portanto, é este o trabalho, que nós vamos continuar a fazer. Para além de todos aqueles projetos cuja conclusão é para nós um sonho, não nos podemos esquecer destas questões sociais, porque o mais importante na vida são as pessoas e as pessoas, para nós, estão em primeiro lugar. Portanto, nós estamos mais preocupados em continuar este trabalho, porque é um trabalho de continuidade, que vai prosseguir até ao final do meu mandato, porque é isto o que eu pretendo fazer.
No fim do seu mandato, sairia feliz se…
Eu, no fim do meu mandato, sairia feliz se as pessoas conseguissem alcançar, cada vez mais, os seus objetivos e reconhecessem que nós, juntamente com a Câmara, fomos ajudando e colaborando com a população, tendo em vista melhorar a qualidade de vida. Se eu, no final, conseguir isto e olhar para trás com a minha consciência tranquila, como tenho tido, até então, para mim já é uma mais-valia. Nunca é fácil resolver todos os problemas, mas reconheço que temos feito um trabalho árduo, muito importante, através do qual ajudamos, mesmo, muitas pessoas e isso, para nós, é o mais relevante e faz com que eu me sinta realizado. Portanto, no final é isso o que eu pretendo, olhar para trás e reconhecer que muitas pessoas foram ajudadas e tiveram uma vida melhor, à custa do trabalho que fomos desenvolvendo, em parceria com a Câmara de Gaia, porque este é um trabalho conjunto. O facto de ter ajudado as pessoas, para mim, é, efetivamente, o melhor que eu posso levar da minha passagem pela Junta de Freguesia e eu reconheço que, se continuar neste trabalho, vai ser uma mais-valia.
Que mensagem gostaria de deixar à população?
Eu queria deixar uma mensagem de esperança e solidariedade. Espero, realmente, que esta guerra termine o mais rapidamente possível, para que as pessoas não passem tantas dificuldades. Queria também dizer que nós, dentro das nossas possibilidades, estamos ao lado da população, para que não sofra tanto, não tenha tantas dificuldades e consiga ultrapassar os problemas do dia a dia. A inflação aumentou, assim como o custo de vida e eu espero que estas coisas não prejudiquem tanto as pessoas e que esta guerra termine o mais rapidamente possível, porque está a prejudicar bastante os problemas sociais e económicos que nós já estávamos a viver, para que possamos, o mais depressa possível, melhorar a vida das pessoas, de modo que elas não sintam tanto estas dificuldades. Como tal, espero, realmente, que esta guerra termine e nós possamos, novamente, ter paz, para que as pessoas não fiquem assustadas e pensem mais na sua vida e nos problemas do dia-a-dia e não tanto neste conflito, que ninguém sabe quando vai terminar.