“FORAM TRÊS ANOS A PENSAR NAS PESSOAS”

Em entrevista exclusiva ao Jornal AUDIÊNCIA, o presidente da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Paulo Ramos de Carvalho, falou sobre as suas conquistas alcançadas para o território, ao longo dos cerca de três anos de liderança. Assumindo que foi a paixão e a vontade de fazer mais pela terra que o viu nascer que o levou a candidatar-se, o edil ressaltou os inúmeros projetos que foram desenvolvidos em prol da população, como as “Vivências Seniores”, que promove a qualidade de vida dos mais velhos. A pouco mais de um ano do fim do seu primeiro mandato, o autarca fez um balanço positivo do percurso percorrido, sublinhando que a conservação do espaço público é algo que gostaria de melhorar. Assegurando que é “um homem de causas”, Paulo Ramos de Carvalho evocou os frutos da geminação feita com a Freguesia de Rabo de Peixe, enaltecendo que “ainda há muito para fazer e que não é altura de cruzarmos os braços”.

 

 

Para quem, eventualmente, não o conhece, quem é o cidadão Paulo Ramos de Carvalho?

É um cidadão igual a todos os outros. É uma pessoa que nasceu, aqui, nesta União de Freguesias, nomeadamente em Matosinhos, que estudou sempre aqui e trabalhou, também, por cá e por outros sítios também, Mas, que, desde cedo, desenvolveu um amor muito grande para com esta terra e se envolveu nas coisas que fazem vibrar Matosinhos e Leça da Palmeira, pelo que, a determinada altura, decidiu que também tinha de dar de si para que fosse cada vez mais e melhor o local para se viver, para se trabalhar e para se ser feliz.

 

Quais são as suas principais motivações e inspirações?

As motivações passam, em primeiro lugar, pela terra onde eu moro e que aprendi a amar, como eu acabei de dizer, assim como o bem-estar das pessoas. Eu acho que quando nós vimos para um cargo como este, a primeira prioridade tem de ser as pessoas e percebermos como é que conseguimos ajudar aqueles que, em determinada altura da vida, necessitam de algum auxílio, fazendo com que ninguém fique para trás, para construir uma sociedade cada vez mais coesa, cada vez mais solidária e cada vez mais igual. Esta é a principal motivação. As inspirações são tantas que não vale a pena estar aqui a enumerá-las, porque são muitas as pessoas que, quer em Matosinhos, quer fora de Matosinhos, deixaram a marca, trabalharam pela sua terra e trabalharam para com os seus pares. Portanto, são muitas as inspirações. Eu acho que o poder local, muito mais do que o poder central, nos dá excelentes inspirações de pessoas que, de uma forma abnegada, trabalharam em prol da sua terra. Como tal, eu acho que isso é que é o bonito do poder local, é quando nós fazemos as coisas de uma forma desinteressada, mas de uma forma muito interventiva, muito dada de si própria para com a comunidade. Eu falo muito e muitas vezes num conceito que é a responsabilidade social e eu acho que é a minha grande inspiração, isto é, todos aqueles que abraçaram a responsabilidade social e foram muitos que são conhecidos, mas muitos que também não são conhecidos e que estiveram em associações, ou não estiveram em lugar nenhum, e que quiseram sempre contribuir em prol da sua terra.

 

Foi essa vontade de fazer mais em prol da terra que o viu nascer que o fez ingressar no mundo da política local?

Isto começou muito cedo, quando eu tinha 15 anos de idade. Na altura, com um conjunto de amigos eu interessei-me pelas questões políticas e depois estive a analisar qual o partido com o qual me identificava, embora eu já viesse de uma família socialista. Portanto, já tinha estas questões da solidariedade, da fraternidade e do social muito impregnadas em mim próprio. Logo, foi fácil eu identificar-me com o Partido Socialista (PS), nomeadamente com a Juventude Socialista e começar a discutir temas que, aos 15 anos, não são muito normais discutir, assim como abraçar algumas lutas que foram extremamente importantes, como a interrupção voluntária da gravidez, o regime militar obrigatório, a regionalização, ou seja, foi um conjunto de coisas que, desde cedo, nós abraçamos enquanto grupo, que as defendemos e andamos pelo país todo a discutir. Portanto, foi uma altura muito boa, onde as causas eram muito importantes e isso marcou-me para toda a vida, pois hoje sou um homem de causas e acho que devo muito isso ao meu passado, no tempo na Juventude Socialista.

 

Tomou posse em 2021. A cerca de um ano do fim do seu primeiro mandato, qual é o balanço que faz até aqui?

Eu acho que, em primeiro lugar, o balanço tem de ser feito pelas pessoas. Nós somos às vezes toldados com a nossa energia e a nossa vontade de querer fazer e isso pode moldar-nos um bocadinho as ideias. Por isso é que a democracia é o melhor que nós temos, porque são as pessoas a dizer-nos se foi ou não bem feito. Eu creio que nós tivemos, aqui, diversos momentos, nomeadamente o da chegada, isto é, de perceber a realidade da situação, de querer dar uma roupagem totalmente nova e de modernizar a Junta de Freguesia, no que diz respeito aos serviços que prestamos. Por exemplo, o sistema informático foi totalmente alterado e, hoje em dia, temos tudo centralizado, o que torna muito mais eficiente o nosso trabalho e a resposta que nós damos, em termos de rapidez e da qualidade do serviço que nós prestamos. Também, foi um objetivo criar condições para quem cá trabalha, tornando a organização muito mais profissional e empresarial, sem esquecer a parte social, que é extremamente importante, mas tornando-nos aqui eficazes naquilo que fazemos. Atualmente, nós vamos analisando e monitorizando tudo aquilo que fazemos e nota-se, nos serviços, esse bem-estar. Depois, não perder a nossa identidade, quer na questão social, quer no envelhecimento ativo, quer nos programas para a juventude, quer naquilo que é a conservação do espaço público, nomeadamente as escolas, ou seja, foi tudo um trabalho que se tem vindo a fazer e que eu acho que tem dado bons resultados, sabendo sempre que o nosso trabalho nunca está acabado. Hoje, a um ano de acabar o mandato, eu posso dizer que o programa está cumprido, o problema é que quatro anos em sociedade é muito tempo e problemas que nós tínhamos há quatro anos, entretanto já os conseguimos debelar, contudo, hoje em dia já não são esses, já são outros. Portanto, já é preciso novas respostas e novas dedicações e nós estamos sempre à procura do que temos de fazer e do que é preciso fazer. Logo, eu estou contente, faço um balanço muito positivo do que foi feito, mas também faço um balanço de que ainda há muito para fazer e de que não é altura de cruzarmos os braços, porque já fizemos, mas de continuarmos a fazer, porque temos de fazer ainda mais.

 

O que mudou na União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira desde a sua chegada?

Eu acho que aquilo que mudou, efetivamente, foi um poder local mais próximo, até porque esta União de Freguesias, é muito grande e com a junção de Matosinhos e Leça houve um período de adaptação, também para percebermos como é que nós conseguíamos não perder a identidade do poder local, que é a proximidade, que tinha sido bastante abalada. Portanto, tentamos arranjar uma forma de trabalhar diferente, para nos aproximarmos outra vez das pessoas. Eu acho que temos conseguido fazer isso de uma forma muito simples e muito humilde, pois esse é um apanágio não só meu, mas de todo o executivo, porque não é a cadeira que faz o homem, é o homem que faz a cadeira. Portanto, nós não mudamos, continuamos a ser os mesmos, com as mesmas vontades e com a mesma dedicação, mas principalmente com a mesma humildade para com o povo, que é excelente e que nós temos de respeitar.

 

Em termos de projetos materiais e imateriais, o que é que foi feito e o que é que gostaria ainda de concretizar?

Há programas que nos marcam terrivelmente. Por exemplo, o projeto “Vivências Seniores” é algo pelo qual temos um carinho muito grande, porque conseguimos triplicar o número de pessoas que estavam na altura quando nós chegamos. Hoje, temos mais de 200 utentes que frequentam todos os dias a Junta de Freguesia quer de Matosinhos, quer de Leça da Palmeira, com diversas atividades. Esta iniciativa está sempre a crescer e ganhou agora uma menção honrosa no Prémio Autarquia do Ano, mas muito mais importante do que o prémio, ou do número de participantes, é sentir a felicidade das pessoas, todos os dias, quando nós vamos ter com elas, quando nos encontramos na rua ou quando fazem uma visita à casa do Marco Paulo. Tudo isso é motivo para nós nos sentirmos muito orgulhosos, porque estamos a promover a saúde física, a saúde mental, a combater a solidão, a tirar as pessoas de casa e a fazer com que elas se sintam novamente ativas, felizes e dinâmicas. Houve uma aposta muito grande em termos de meios humanos também, porque contratamos uma psicóloga clínica para acompanhar estes utentes todos os dias, fazendo quer a avaliação psicológica, quer cognitiva, percebendo como é que eles estão no dia a dia fisicamente com os professores, mas depois também percebendo a evolução, do foro mental, que têm tido, até para depois mostrar aos outros que ainda não conhecem os resultados que nós conseguimos ter e porque é que este programa é tão importante para as pessoas. Nós podíamos aqui fazer como muitos fazem e não estou a criticar, estou apenas a constatar, e uma vez por ano promovermos um passeio a um sítio qualquer e levarmos milhares de pessoas, mas nós preferimos fazer diferente. Nós trabalhamos todos os dias com estas pessoas e tentamos aumentar cada vez mais estes programas, que eu acho que são muito importantes para o dia a dia e para as coisas mais simples, para ficarem contentes e chegarem ao fim do dia não cansados porque ficaram em casa, mas cansados porque foram ativos. Eu pretendo continuar este trabalho na ação social, pois nós, neste momento, apoiamos cerca de 500 pessoas a nível alimentar, na procura de emprego e em coisas básicas como o seu bem-estar, a saúde e a higiene. O acompanhamento dos mais jovens na sua parte escolar, na área desportiva também que é importante. Eu acho que aí é um trabalho sempre inacabado que temos de ir mudando, não só as pessoas, mas essencialmente, gerações, fazendo com que os exemplos não se repitam, que não sejam uma forma de estar na vida, mas sim uma situação que, entretanto, aconteceu e que por infelicidade temos todos de combater e saltar dela. Este é um trabalho que nós continuamos a fazer e vamos continuar a fazer, porque é algo inacabado. Portanto, vamos ter sempre aqui uma atenção muito especial sem fotografias e sem publicidades, porque eu acho que não vale tudo na política e eu acredito que o apoio na área social deve ser feito assim, com uma mão forte, mas uma mão invisível, ajudando as pessoas, não nos ajudando a nós. Depois, há tudo o resto, mas principalmente aquilo que é a conservação da nossa cidade. Eu acho que ainda há aqui muito trabalho a fazer. Nós precisamos de ajuda, quer da Câmara, quer do próprio Estado. Eu acho que a Juntas de Freguesia podem fazer muito mais, muito melhor e mais rápido, mas é preciso que tenhamos, primeiro, as competências efetivas e, depois, o envelope financeiro e o reconhecimento devido por aquilo que nós fazemos. Portanto, se eu dissesse aquilo que eu gostava de melhorar, sem dúvida que era a conservação do espaço público.

 

A seu ver, o que é que ainda falta na União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira?

São muitas as coisas que nós vamos tendo, em consonância com a Câmara Municipal de Matosinhos. Eu acho que na parte dos mais jovens, quer de criar cada vez mais projetos de bem-estar, porque nós temos, hoje em dia, um problema relacionado com a saúde mental dos mais novos. Eu acho que precisamos de mudar mentalidades. Nós tivemos alguns programas para os mais novos no que toca o foro mental, mas eu acho que ainda não conseguimos ter os resultados necessários, porque ainda há muita gente que olha para estas questões como sendo menores e são maiores e, portanto, eu acho que temos de arranjar uma maneira de conseguirmos chegar de forma mais positiva às pessoas, para que elas abram a sua mente e percebam que os mais novos, neste momento, e principalmente no pós-pandemia, estão a precisar muito dessa ajuda, eu acho que é importante. Depois, continuar a apostar naquilo que são os programas culturais da Junta de Freguesia, que eu acho que podemos melhorar, sendo que no caso de Leça da Palmeira, a Festa de Sant’Ana, que era um dos nossos projetos, torná-la na segunda maior romaria do concelho de Matosinhos e eu acho que isso foi plenamente conseguido, em termos de organização. Vamos continuar a apostar por aí, sempre a tentar melhorar, mas é algo que sai dos bolsos da Junta.

 

Neste seguimento, podemos afirmar que foram três anos a pensar nas pessoas?

Foram três anos a pensar nas pessoas. Não podia ser de outra forma, porque são elas que nos fazem sair da cama todos os dias. Exatamente como quando eu estava do outro lado, eu queria que alguém olhasse para a minha terra e lutasse por aquilo que eram os meus interesses, as minhas dificuldades e os meus anseios. Portanto, foram três anos a pensar nas pessoas.

 

A União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, também criou uma Bolsa de Artistas. Quais são os principais objetivos?

O objetivo é simples, dar a conhecer os artistas que nós temos na União de Freguesias em diversas áreas, desde a pintura, à poesia, fotografia, música, ou dança, entre outros. Depois, nós próprios, para além de outros, também utilizarmos os nossos artistas locais. Sempre houve, desde o início, uma aposta grande na arte local, com diversas exposições, concertos, utilizando sempre a prata da casa e quisemos fazer isto, mas de uma forma mais organizada, para que os artistas tivessem um sítio onde se pudessem mostrar. Por exemplo, a cobertura fotográfica das últimas Festas de Sant’Ana foi feita por um jovem fotógrafo que é de Leça da Palmeira, que se inscreveu na Bolsa de Artistas e que nos deu a conhecer o seu trabalho e nós decidimos dar-lhe uma oportunidade e foi uma aposta fabulosa, porque tivemos um excelente resultado final. Eu acho que é um motivo de orgulho para os artistas também poderem mostrar aquilo que fazem na sua terra, contribuindo para melhorar aquilo que é a sua sociedade e, portanto, é com esse sentido e temos aproveitado bastantes talentos, sendo que já tem havido artistas que têm sido contratados por outras Juntas de Freguesia, o que é bastante positivo para eles.

 

Um ano depois da geminação com a Freguesia de Rabo de Peixe, qual é o balanço?

Tem sido uma parceria muito interessante. Nós já conseguimos levar lá artistas. Estamos já a trabalhar noutros que se estão a mostrar lá para depois saberem se serão contratados ou não. O ano passado foram os Mundo Secreto a Rabo de Peixe. Tenho relatos também de alguns empresários que falaram connosco, nós estabelecemos os contactos e foram lá também. Portanto, eu acho que tem sido uma relação muito profícua com Rabo de Peixe e com o presidente Jaime, com quem é muito fácil dialogar. Eu sempre disse isto, se à primeira vista Rabo de Peixe tinha muito mais a ganhar sendo uma freguesia com cerca de 10 mil pessoas, para com outra quase cinco vezes maior em termos de população, a verdade é que estes ganhos têm sido dos dois lados. Rabo de Peixe é uma terra onde a tal responsabilidade social, o tal viver em comunidade, é muito forte e muito presente no dia a dia e isso para nós é de uma aprendizagem muito interessante. Eu quero manter muito esta parceria e estamos agora a tentar fazer alguma coisa na área das pescas. Portanto, nós vamos continuar a trabalhar, porque tem sido bastante positivo. Tudo isto graças ao Jornal AUDIÊNCIA, que fez todo o trabalho de aproximar, primeiro, os presidentes, e depois estas duas comunidades.

 

Como mencionou anteriormente, a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira aposta em eventos detentores de um grande impacto social, como a iniciativa “Matosinhos e Leça da Palmeira, Quem és tu?”, as Festas de Sant’Ana e as Festas do Senhor de Matosinhos. A seu ver, de que forma é que estas iniciativas promovem e divulgam estes territórios?

O Senhor de Matosinhos é organizado pela Ancima, que é uma associação onde a presidência neste momento é da Câmara e onde a Junta também faz parte da direção, assim como a Santa Casa. Portanto, são estas três entidades que organizam o Senhor de Matosinhos, que são uma festas com uma enorme dimensão, não só para o concelho e a cidade, mas para toda a região Norte, porque são muito apelativas e atraem milhares de pessoas. Contudo, tudo isto, o “Matosinhos e Leça da Palmeira, Quem és tu?”, as Festas de Sant’Aana, as Festas em honra do Mártir São Sebastião, a Feira Rural de São Miguel, é a nossa identidade. Portanto, se há coisa que nós não podemos nunca perder é a nossa identidade, aliás, nós começamos esse trabalho de preservar a nossa identidade  e por isso é que eu entendi que era muito importante as Festas de Sant’Ana terem uma outra organização e têm atraído cada vez mais pessoas. Neste seguimento, o “Matosinhos e Leça da Palmeira, Quem és tu?” dá a conhecer as pessoas da União de Freguesias, onde há exemplos fabulosos de pessoas que deram toda a sua vida a esta comunidade, como a dona Polónia, o mestre Brandão, o senhor Ventura, e ainda temos tanta gente para dar a conhecer, com trabalhos de uma vida que devemos recordar. Fazendo este trabalho e mostrando quem nós somos, sendo nós uma terra que cada vez recebe mais pessoas de fora e que temos uma comunidade migrante cada vez mais forte, criamos, aqui, na Junta, e está a dar agora os primeiros passos, uma Comissão do Migrante, basicamente para receber todos aqueles que elegem Matosinhos e Leça da Palmeira para viver, para nos conseguirem conhecer, nomeadamente, a nossa realidade, a nossa história e a nossa cultura, mas também para se darem a conhecer a eles próprios. Portanto, há esta interação entre os que cá estão, cá moram e cá vivem há uma vida, com aqueles que, entretanto, chegam, porque nós queremos que haja aqui uma fusão, mas sem nunca perdermos a nossa identidade. Portanto, este será um trabalho que não será fácil, mas que eu acredito que vai dar excelentes frutos nos próximos anos. Eu acho interessante criar esta fusão entre estes dois segmentos da nossa sociedade, sem nunca perder as nossas raízes culturais.

 

Falando agora nas coletividades, qual é a situação atual do movimento associativo na União de Freguesias?

Continuamos fortes, dinâmicos e com a dificuldade que existe no país todo, que é conseguir angariar mais e novas pessoas para o movimento associativo. Há uma crise grande, porque os mais jovens não querem participar nesta vida associativa e, portanto, temos um problema que eu considero grande, mais nas associações de índole social do que propriamente até nas desportivas, ou nas culturais, porque vamos conseguindo ultrapassar com alguma dificuldade, mas efetivamente, nas instituições de índole social temos tido cada vez mais dificuldade em receber novas pessoas, para fazerem esse trabalho. Talvez sintamos mais isto do que outras localidades, porque temos um movimento associativo extremamente forte e dinâmico e o facto de sermos muitos torna essa dificuldade ainda maior. A grande vantagem é que temos uma relação fantástica com todas as coletividades, de grande proximidade e de trabalho em rede e em parceria, que vai facilitando quer no nosso trabalho, quer o deles também.

 

Quais são os seus maiores sonhos para estes territórios?

Nós continuarmos a evoluir, tornando-nos cada vez mais sustentáveis, mais ecológicos e mais amigos do ambiente. Temos uma comunidade cada vez mais forte e mais unida, que não se dispersa daquilo que é a sua responsabilidade social, de defender a sua terra e de nos ajudar a fazer esse trabalho. Portanto, se nós conseguirmos ter uma cidade e uma União de Freguesias melhor do que quando eu cá cheguei, de certeza que vou ficar extremamente contente, porque deixamos aqui alguma marca. A minha marca não é as placas que vou deixando, mas o sorriso na cara das pessoas que vivem cá. Portanto, se nós conseguirmos isso, vou ficar extremamente satisfeito e este é o meu principal sonho é termos aqui uma União de Freguesias cada vez mais coesa e mais solidária, sem deixar ninguém para trás, mas também mais ecológica, mais sustentável e mais amiga do ambiente, também.

 

A pensar no futuro, tenciona recandidatar-se daqui a um ano?

O meu futuro será sempre o que o Partido Socialista entender que eu devo ter. Eu estou disponível para ajudar o PS naquilo que for preciso, sem nunca virar a cara à minha terra. Portanto, se o Partido Socialista achar que eu sou a pessoa certa para os novos desafios que aí vêm, eu estarei logicamente disponível. Porém, se achar que há outra pessoa, continuarei aqui a ajudar essa pessoa, a ajudar o meu partido e a seguir a minha carreira, como sempre fiz durante estes anos todos, na área empresarial e na área da indústria. Eu nunca saí do meu partido, mesmo quando as escolhas do partido muitas vezes não eram aquelas que eu entendia como as mais corretas, mas sempre soube ser solidário, respeitar e confiar nos outros e é aquilo que eu vou fazer.

 

Qual é a mensagem que gostaria de transmitir à população?

Ainda há muito para fazer. Sozinho não consigo fazer nada, pelo que preciso de todos e, mesmo assim, somos poucos para aquilo que é preciso fazer. Portanto, eu conto com todos para fazermos este trabalho, para uma terra que eu tenho a certeza que todos nós amamos e estarei disponível 24 horas por dia para fazer esse trabalho. Da mesma forma que confiaram em mim há três anos, eu continuo a acreditar e a confiar nas pessoas e sei que esse caminho vai ser feito em conjunto. Portanto, contarão sempre comigo da mesma forma que contaram no primeiro dia. Esta é a grande mensagem que eu quero deixar.