O Relatório de Contas 2020 da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia foi aprovado em reunião extraordinária com nove votos a favor, e dois contra dos vereadores do PSD. O município terminou o ano de 2020 com um saldo positivo de 3,7 milhões de euros e Eduardo Vítor Rodrigues salientou-o como sendo o ano de maior volume de obra na rua, mas também um investimento enorme nas políticas do imaterial, ou seja, na área social.
No último dia do mês de maio, o salão nobre da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia acolheu uma reunião extraordinária, cujo único ponto em discussão era o Relatório de Contas de 2020.
O relatório foi aprovado com nove votos a favor, e dois contra dos vereadores do PSD, Cancela Moura e Pedro Oliveira.
Em números redondos, apesar das dificuldades provenientes das medidas de apoio ao covid-19, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia terminou o ano com um saldo positivo de 3,7 milhões de euros. “Tivemos dois anos de alguma estabilidade, mas logo apareceu o covid. Ainda assim acabamos com as contas no verde”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia.
Além do relatório de contas, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que foi feito, pela primeira vez, um inventário de tudo o que é posse da Câmara, referindo que se trata de algo que devia ser revisto regularmente, que é estruturante para o município.
Um dos principais pontos apontados pelo autarca gaiense foi a Além de Gaia apresentar o maior volume de investimento em obra de rua, Eduardo Vítor Rodrigues salientou também o importante trabalho da autarquia no que diz respeito às políticas do imaterial, dando como exemplo o programa de apoio ao arrendamento e aos cuidadores informais, como dois sucessos recentes da Câmara no que diz respeito às políticas sociais.
O autarca gaiense ainda fez alusão ao Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, que coloca Vila Nova de Gaia num dos melhores lugares no que diz respeito à estabilidade económico-financeira.
Mas o PSD não ficou convencido e votou contra o relatório de contas. Numa declaração lida na reunião, e distribuída posteriormente aos jornalistas, o PSD refere os impostos excessivos e o aumento da despesa com funcionários municipais como razões para a sua posição contra. Além disso, também o facto de a Câmara usar projetos que ainda não estão concluídos como bandeira, foi criticado pelo PSD.
Eduardo Vítor Rodrigues defendeu-se referindo que o aumento da receita estava ligado aos impostos, mas não pelo aumento do valor dos mesmos, mas sim por se tratar do terceiro município do país com mais habitantes, logo mais receita. Aliás, o autarca deu como exemplo a extinção da taxa das rampas e a diminuição do IMI.
Quanto à contratação de pessoal, Eduardo Vítor Rodrigues explicou que entre 2013 e 2020, o número de funcionário aumentou apenas 282, e devido a três áreas muito especificas: recrutas para os Bombeiros Sapadores, reforço da Polícia Municipal e reforço na área da educação.
Quanto à questão dos projetos não acabados, o autarca gaiense defende-se referindo o tempo necessário para a tramitação de qualquer projeto, reforçando, mais uma vez, como tem feito ao longo dos últimos anos, que defende que o número de anos num mandato deveria ser maior para que o projeto pudesse ser pensado, começado e acabado no mesmo mandato, o que nem sempre acontece. Quanto à acusação de apropriação de alguns projetos que terão sido feitos no mandato do PSD, e que estarão no relatório de contas do PS, Eduardo Vítor Rodrigues diz que apesar de terem sido contruídos no mandato da oposição, foi o seu que acabou por pagar, dando como exemplo o Centro de Alto Rendimento. “Foi dos primeiros empreiteiros a vir pedir-me dinheiro quando assumi o mandato”, contou o edil gaiense.
O balanço, no entanto, é positivo, garantiu Eduardo Vítor Rodrigues, com menos 207 milhões de euros de dívida, comparativamente a 2013, com menos 290 milhões de euros de passivo e com zero euros de pagamentos em atraso.
Transporte anfíbio em funcionamento até final de junho
Após a reunião extraordinária, em conversa com os jornalistas, Eduardo Vítor Rodrigues fez referência a dois temas atuais e de muito interesse público: o transporte anfíbio e os resultados dos censos.
O veículo anfíbio entrará em funcionamento, ainda em fase experimental, até ao final do mês de junho e ligará o Cais de Gaia a Crestuma. Terá capacidade de 52 lugares, frequência de hora a hora, a viagem durará cerca de 35 minutos e os passageiros poderão usar o Andante. Esta promete ser a alternativa ao trânsito da N222.
Os resultados dos Censos 2021 solidificam Vila Nova de Gaia como o terceiro município de Portugal mais populoso, atrás de Lisboa e Sintra, com mais de 305 mil habitantes. A União de Freguesias de Sandim, Olival, Lever e Crestuma perdeu cerca de 1100 habitantes, Serzedo e Perosinho diminuiu cerca de 400 pessoas e Avintes apresentou uma redução perto de 650 no número de habitantes. Mafamude foi a freguesia que apresentou um maior crescimento na população.