A Câmara Municipal de Gondomar venceu o Prémio Município do Ano 2019, na categoria Área Metropolitana do Porto, com o projeto “Rota da Filigrana” e o Prémio Município do Ano 2019, na categoria Intermunicipal, juntamente com os municípios de Paredes e de Valongo, com o projeto “Parque das Serras do Porto”. O projeto “Alameda da Estação”, desenvolvido pela Câmara Municipal da Trofa também esteve entre os finalistas do Concurso “Municípios do Ano – Portugal 2019”. A cerimónia de entrega dos Prémios decorreu no passado dia 15 de novembro, no Mosteiro de Arouca, no distrito de Aveiro.
O Concurso “Municípios do Ano – Portugal 2019” foi instituído pela Universidade do Minho, através da sua plataforma UM – Cidades”, tendo em vista “reconhecer e premiar as boas práticas em projetos implementados pelos municípios com impactos assinaláveis nas vilas, cidades e no território, na economia e na sociedade, que promovam o crescimento, a inclusão e/ou a sustentabilidade, colocar na agenda a temática do desenvolvimento integrado dos territórios, focada no papel e ação dos municípios e dar visibilidade e reconhecer, em diferentes categorias, realidades diversas, que incluam as cidades, mas também os territórios de baixa densidade nas diferentes regiões do país”.
O certame contou com a participação de 51 projetos, que contemplaram uma iniciativa do município que tenha produzido um impacto positivo significativo ao nível do território, da economia ou da sociedade, e que tenha sido concluído, esteja em curso ou cuja edição periódica tenha tipo lugar em 2018.
A cerimónia de entrega dos Prémios Municípios do Ano – Portugal 2019 aconteceu no passado dia 15 de novembro, no Mosteiro de Arouca, no distrito de Aveiro. Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, revelou que “esta é uma cerimónia particularmente importante, porque premeia, aliás reconhece o trabalho dos autarcas, dos municípios, dos projetos dos municípios, mas, sobretudo, reconhece o trabalho dos autarcas e, portanto, reconhece e premeia projetos que têm impacto nestes territórios”.
Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, participou na gala e salientou que “a Universidade do Minho, encontra-se em permanência, ativamente comprometida, com o desenvolvimento dos territórios e do país e num tempo em que as cidades e os territórios são cada vez mais determinantes da nossa vida coletiva, constituí-las como objeto de reflexão e de intervenção é uma consequência natural dos objetivos que a Universidade do Minho assume como seus”.
O coordenador da UM-Cidades, Paulo Pereira, explicou, no âmbito do concurso, que “este Conselho Científico analisou numa primeira fase todas as candidaturas e já nessa altura não foi fácil definir quais eram os projetos nomeados”, de acordo com “o impacto do projeto ao nível do território, o carácter diferenciador do projeto, o impacto do projeto ao nível da economia e o impacto do projeto ao nível da sociedade”.
O projeto “Rota da Filigrana”, que foi desenvolvido pela Câmara Municipal de Gondomar, venceu o Prémio Município do Ano 2019, na categoria Área Metropolitana do Porto e tem como objetivo potenciar e valorizar um dos ícones da região, a Filigrana, através da conceção de um produto turístico e da conciliação entre a produção e a exploração turística. Assim, trata-se de um projeto que associa a ourivesaria ao turismo, dando a conhecer ao visitante a arte por detrás de um artigo de luxo, podendo ser enquadrado no âmbito do Turismo Industrial, de Compras ou Cultural, e proporcionando uma experiência original que permite envolver os turistas na criação de joias.
Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, participou nesta cerimónia e afirmou ao AUDIÊNCIA que “o projeto «Rota da Filigrana», no qual nós apostamos, já vai para o seu terceiro ano e permite fazer uma espécie de turismo artesanal, em que os turistas visitam as oficinas de ourivesaria e vão ver como se faz ourivesaria e filigrana e podem experimentar. Foi um projeto que demorou mais de dois anos a implementar, porque havia muita resistência dos ourives em abrir as portas das oficinas com algum receio de segurança, mas a verdade é que fechamos o primeiro ano com 17 mil visitas, o segundo ano com 24 mil visitas e este ano os números tendem a aumentar ainda mais. Naturalmente que isto traz uma mais-valia muito importante para a economia local, porque as pessoas podem adquirir no próprio local a um preço mais baixo do que aquele a que adquiriam nas lojas e a verdade é que temos já no Grande Porto operadores turísticos a vender o produto «Rota da Filigrana» como também um complemento às visitas ao Porto, o que, para nós, foi um grande motivo para também abrirmos as portas de Gondomar ao turismo”.
O “Parque das Serras do Porto” é fruto da sinergia entre os municípios de Gondomar, Paredes e Valongo, e venceu o Prémio Município do Ano 2019, na categoria Intermunicipal. Este projeto abarca 6000 hectares de área e assume uma posição estratégica na Área Metropolitana do Porto, constituindo um caso de estudo de gestão integrada de uma área protegida, dado que procura concertar expectativas e rentabilizar recursos em prol da dinamização de um território partilhado, com o estreito envolvimento da comunidade.
O presidente da Câmara Municipal de Gondomar evidenciou, no seguimento da distinção, que “no que concerne ao Parque das Serras, este é um projeto de Gondomar, Valongo e Paredes, e foi o primeiro projeto classificado como a primeira infraestrutura verde metropolitana, que foi uma ação em si constituída em 2015, que tem vindo a trabalhar a passos largos, já fizemos um regulamento de gestão, já fizemos um programa de prevenção de incêndios florestais no Parque e estamos, agora, a dar passos, a trabalhar com todos os parceiros, com os proprietários, com as Juntas de Freguesia, com os Bombeiros, com os operadores florestais. No próximo ano 2020 temos previsto avançar com uma rota de percursos pedestres com 60 quilómetros, um investimento superior a 300 mil euros que será suportado pelos municípios e vamos, agora, trabalhar também para um projeto sustentável, que tenha também o apoio dos fundos comunitários para que se possa ali, também, trabalhar naquilo que é a grande beleza natural com os rios Sousa e Ferreira a 10 minutos do Porto”.
O projeto “Alameda da Estação”, que foi desenvolvido pela Câmara Municipal da Trofa, esteve entre os finalistas do Concurso “Municípios do Ano – Portugal 2019”, na Categoria Área Metropolitana do Porto, e contempla um parque urbano, longitudinal, que transformou a zona central da cidade da Trofa, requalificando o antigo canal do caminho-de-ferro, abandonado desde 2010. A “Alameda da Estação” mais de 42 mil metros quadrados e aposta na promoção de hábitos sustentáveis, na mobilidade urbana e na requalificação do património. Este projeto foi apresentado no passado dia 8 de abril, em Barcelona, como um caso de sucesso e de exemplo de inovação urbana na área da mobilidade em superblocks.
O vereador da Câmara Municipal da Trofa, Renato Ribeiro, esteve presente no evento em representação de Sérgio Humberto, presidente da autarquia, e destacou ao AUDIÊNCIA que “independentemente de vencer ou não, qualquer que seja a categoria, o facto de estar nomeado já é um forte e um enorme reconhecimento àquele que é o trabalho do dia-a-dia de um grupo alargado de pessoas, em prol de uma comunidade. Obviamente que só o facto de estarmos nomeados já é algo que nos orgulha imenso. Se tivéssemos vencido, obviamente que seria, como se costuma dizer, a colocação da cereja no topo do bolo. No entanto, como disse, qualquer nomeação que seja feita neste âmbito de projetos é já um reconhecimento por todo o trabalho que é desenvolvido em prol de uma comunidade, na procura de criar melhores condições e fatores de atratividade para que se fixem quer pessoas vindas de outros concelhos, quer as próprias comunidades e a própria juventude. Em relação ao projeto em si, o projeto veio no seguimento de um outro projeto que foi a requalificação dos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro que, curiosamente, saíram vencedores deste prémio há dois anos e a Alameda da Estação digamos que era o seguimento da requalificação que tinha sido feita em pleno centro urbano da Trofa. Este projeto, para além de um complemento, veio transformar a cidade no seu todo, uma vez que era um canal desativado da antiga linha férrea, que veio unir, digamos, as duas margens e que veio, no fundo, acabar com anos de sofrimento de toda a população com um canal completamente deixado ao abandono e é neste tipo de projetos que nós trabalhamos no dia-a-dia, sendo que, contrariamente ao que muita gente pensa, ser autarca não é algo fácil, porque quem é autarca com espírito de missão é um dia-a-dia de ultrapassar dificuldades e de ultrapassar barreiras constantes e estas nomeações, no fundo, este reconhecimento vem dar-nos forças para ultrapassarmos exatamente essas barreiras e essas dificuldades que sentimos no nosso dia-a-dia de trabalho”.
O projeto “Zero Waste Ribeira Grande”, que foi desenvolvido pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, também esteve entre os finalistas do Concurso “Municípios do Ano – Portugal 2019” e tem como objetivo a definição e a implementação de estratégias que permitam alcançar os objetivos “lixo zero” nos eventos que decorrem no concelho, independentemente de serem ou não promovidos e/ou apoiados pelo município. O intuito do projeto passa por incutir na população mais jovem hábitos de reciclagem e a prevenção para a utilização de resíduos.
Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara da Ribeira Grande, fez questão de marcar presença nesta cerimónia e referiu ao AUDIÊNCIA que “esta é a terceira nomeação que a Ribeira Grande conseguiu para este prémio, tendo vencido em 2015, na categoria de Região Autónoma, e eu acho que é a visibilidade que o município tem ao nível de todo o país”, acrescentando que “o projeto que nós apresentamos teve a ver com uma preocupação ambiental, na qual nós estamos a abolir o plástico, o plástico descartável de todos os eventos que são organizados no concelho, dando assim um exemplo significativo para a nossa preocupação ambiental. Este projeto que aqui trouxemos não é mais do que promovermos nas novas gerações esta preocupação ambiental na questão do desperdício, na questão da redução, neste caso, dos resíduos”, enalteceu o presidente da Câmara da Ribeira Grande, ressaltando que “é com muito orgulho que vimos o nosso projeto ser nomeado, não conseguimos vencer na categoria, mas não deixa de ser significativo chegarmos a este ponto”.
Relativamente aos galardoados, na Categoria Município Projeto da região Norte, com menos de 20 mil habitantes, o vencedor foi Melgaço, com o “MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço” e na subcategoria mais de 20 mil habitantes, o vencedor foi Vila Nova de Famalicão, com “VN Famalicão Festival Famalicão Visão’25 – Comunidade de Futuro”.
No que concerne a Categoria Área Metropolitana do Porto, foi distinguido o projeto “Gondomar, Rota da Filigrana” (menos de 20 mil habitantes). Na zona Centro foram premiados o Fundão com o “Centro para as Migrações do Fundão” (mais de 20 mil habitantes) e o município de Oleiros com o “Programa de Apoio ao Luto” (menos de 20 mil habitantes).
Na Área Metropolitana de Lisboa ganhou o projeto “Os Eixos Verdes e Azuis de Sintra” e no Alentejo o vencedor foi “Ponte de Sor Portugal Air Summit”. Já no Algarve o reconhecimento da UM-Cidades foi para “Vila do Bispo Conhecimento do Património Local – Concelho de Vila do Bispo” e nas Regiões Autónomas o vencedor foi o Funchal com o projeto “Funchal, Destino Acessível”. Gondomar, Paredes e Valongo foram os distinguidos na categoria Intermunicipal, com o “Parque das Serras do Porto”.
O Prémio Município do Ano – Portugal 2019 foi atribuído ao Funchal, com o projeto “Funchal, Destino Acessível”.