A Homenagem Associativa 2018 realizou-se no passado dia 26 de outubro, no Auditório Municipal de Gaia, com o objetivo de reconhecer duas instituições centenárias do concelho, nomeadamente, a Associação Recreativa e Cultural de Serzedo e Os Plebeus Avintenses. Esta iniciativa, que é organizada anualmente pela Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia (FCVNG), contou com o apoio da Câmara Municipal de Gaia.
A Homenagem Associativa 2018 contemplou um espetáculo que integrou atuações d’Os Plebeus Avintenses, da Associação Recreativa e Cultural de Serzedo e da Associação Cultural e Musical de Avintes.
César Oliveira, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia (FCVNG), afirmou que “as homenagens que realizamos todos anos revestem-se de muita determinação, mas também, sobretudo, daquilo que é, para nós, um momento alto, porque homenagear instituições ou personalidades, no âmbito do movimento associativo, é o nosso lema e temos a consciência de que existem muitas personalidades e muitas instituições que merecem estas distinções. Nós pretendemos fazer uma pedagogia dentro do movimento associativo e junto da comunidade em geral e é um momento de felicidade para nós poder dizer «obrigado» aos nossos melhores. A Federação das Coletividades tem a legitimidade e a obrigação de congregar este tipo de iniciativas e é por esta razão que fazemos estas homenagens todos os anos”.
Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, destacou, a este propósito, o Monumento Associativo que foi erguido, o ano transato, pela FCVNG, com o apoio da Câmara Municipal de Gaia, para valorizar a dinâmica, a robustez e a nobreza do movimento associativo de Gaia representado pela Federação. Enquanto Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Gaia, evidenciou, por seu turno, a importância da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia por permitir conhecer e reconhecer todo o povo gaiense.
O presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia elucidou que Associação Recreativa e Cultural de Serzedo e que Os Plebeus Avintenses foram distinguidos pelos “relevantes serviços associativos e culturais levados a efeito durante os seus 100 anos de existência, por inúmeros dirigentes, associados e amigos que representam um verdadeiro património imaterial inesquecível”.
Os Plebeus Avintenses celebraram 100 anos de existência no passado dia 27 de outubro e destacam-se pelo teatro amador, com centenas de peças levadas à cena e pelas representações, enquanto a Associação Recreativa e Cultural de Serzedo, que comemora 100 anos no próximo dia 19 de março de 2019, distingue-se pelo desenvolvimento de atividades culturais, no âmbito da Tuna, do Grupo Coral e do ensino da música e da dança.
José Manuel Araújo, presidente da direção d’Os Plebeus Avintenses, declarou que acredita que “Os Plebeus fazem jus à homenagem que está a ser feita, não porque fazem 100 anos, mas porque tiveram, ao longo destes 100 anos, anos de vida vivida, anos de passado e de história.
António Lucas, presidente da direção da Associação Recreativa e Cultural de Serzedo, referiu ao AUDIÊNCIA que “esta homenagem é muito importante para nós e é registada por nós com todo o apreço porque é sinal do reconhecimento que a Federação das Coletividades de Gaia e que a Câmara Municipal de Gaia têm pelo trabalho que nós desenvolvemos”.
João Morais, presidente da Junta de Freguesia de Serzedo e Perosinho, disse ao AUDIÊNCIA, que esta homenagem é relevante “porque é o reconhecimento do trabalho das coletividades. Esta vai fazer 100 anos, mas temos outras com 115 e muitas outras a caminho dos 100 anos. Esta homenagem é, de facto, o tributo que a Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia pode dar a todos os que contribuem para o bem-estar das pessoas, porque sem associativismo não haveria, certamente, o bem-estar que existe na maior parte das pessoas”.
O presidente da Associação Recreativa e Cultural de Serzedo enalteceu que “100 anos é uma vida e, apesar de eu não poder recordar tudo, porque não era nascido, mas lembro-me que praticamente fui criado na Associação e que comecei a frequentar esta instituição quando tinha 4 anos de idade. Relembro-me daquele espírito familiar que havia na coletividade e que hoje é um pouco diferente, porque as famílias não podem despender tanto tempo nas coletividades como despendiam antes, devido às suas atividades profissionais. No entanto, o «bichinho» pela Associação manteve-se presente, tal como foi possível observar esta noite através do Grupo Coral e de um conjunto de amigos que nós trazemos, que ainda representam um elo de ligação e de união”.
O presidente da Junta de Freguesia de Serzedo e Perosinho salientou, a este propósito, que as associações centenárias representam “o trabalho, o sacrifício, a vontade de trabalhar e de apresentar áreas que de outro modo não chegariam até às pessoas, porque é graças a elas que conseguimos ter momentos como tivemos hoje, como por exemplo, com a Associação Cultural e Musical de Avintes, que não é de Serzedo, mas proporcionou-nos um excelente espetáculo. Sem estas coletividades centenárias e as outras que para lá caminham não seria possível proporcionar o bem-estar que as nossas populações tão necessitadas estão, através de atividades como o teatro, o desporto e a música, entre outras”.
César Oliveira mencionou que “100 anos são muitas vidas, porque em 100 anos de uma coletividade passam imensos dirigentes que aderiram à instituição e que deixaram as suas memórias, muitas pessoas destas pessoas não estão entre nós, mas deixaram muitos exemplos para a comunidade. Nós temos pena de não podermos realizar estas homenagens com mais regularidade, porque em Vila Nova de Gaia, num universo de cerca de 600 coletividades, justificava-se realizarmos mais do que uma distinção por ano”.
António Lucas revelou que a Associação Recreativa e Cultural de Serzedo tem, neste momento, as suas valências muito bem definidas, “com uma Academia de Dança, uma Academia de Música, um Grupo Coral, uma Tuna Musical e atividades recreativas. O nosso grande objetivo é dar mais qualidade ao trabalho que está a ser desenvolvido e a par disso é melhorar a parte das instalações, que estão a ser sujeitas a uma nova obra e que nós pretendemos que esta termine para que a Associação fique com infraestruturas que permitam aumentar, realmente, a qualidade do trabalho que já está a ser efetuado”.
João Morais ressaltou, no que respeita os apoios, que a União de Freguesias de Serzedo e Perosinho tem 22 coletividades e que “era a única até há bem pouco tempo que criava anualmente, desde que somos executivo, com uma cerimónia pública, protocolos de cooperação com todas as coletividades. Não é naturalmente com os apoios que nós damos que as instituições vão resolver os seus problemas, mas é uma forma de nós mostrarmos a proximidade que a Junta de Freguesia tem para com essas coletividades e é uma forma de lhes proporcionarmos os mínimos para que, aliado às receitas que elas possam ter com as suas atividades, possam, efetivamente, apresentar um plano de atividades que enriqueça não só a coletividade mas também a União de Freguesias”.