Após uma visita à ilha do Pico, o deputado da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, afirmou que as propostas do seu partido, não aprovadas pela maioria em Parlamento, seriam a solução para os problemas daquela ilha, nomeadamente ao nível das acessibilidades e da melhoria da zona portuária.
Num comunicado enviado às redações, o deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, acredita que as necessidades da ilha do Pico, nomeadamente ao nível dos problemas registados nos acessos às explorações agrícolas do interior da ilha e na melhoria das acessibilidades à ilha, “seriam ultrapassadas com facilidade se as propostas da IL tivessem sido aprovadas pela maioria”.
Após três dias de visita à ilha montanha, Nuno Barata constatou problemas graves em várias frentes, como o péssimo estado dos caminhos agrícolas (que a proposta de criação da AGRIAZORES, chumbada por todos os outros partidos, teria contribuído decisivamente para resolver); as acessibilidades à ilha (que a proposta da IL de lançamento do concurso público das obrigações de serviço público por rota, vai ajudar a ultrapassar as limitações de operação no aeroporto daquela ilha); ao nível da saúde, em particular nas Lajes do Pico e na educação, ao nível da manutenção do parque escolar da ilha do Pico.
Nuno Barata apontou ainda a urgência para resolver o processo relativo ao Centro de Saúde das Lajes do Pico e a realização de um investimento de proteção do molhe do Porto Comercial de São Roque, defendendo ainda a “manutenção adequada” deste último, cuja estrutura portuária “carece de ser olhada numa perspetiva de manutenção que garanta, no futuro próximo, que não hajam constrangimentos na única porta de entrada e saída de mercadorias da ilha”.
“Há uma obra projetada para o Cais do Pico, mas de proteção da orla costeira e não do reforço e proteção do molhe atual do Porto Comercial, que é muitíssimo mais importante do que qualquer obra marítima que se faça na ilha do Pico, que está a crescer em termos de turismo e vai crescer também em importações. Deve-se olhar para o que aconteceu no Porto das Lajes das Flores, que caiu depois do furação Lorenzo e a da tempestade Efrain, porque, ao longo dos anos, sofreu um desinvestimento assustador que não garantiu resistência maior e segurança futura”, advertiu.
De acordo com Nuno Barata, “aquilo que está projetado para a orla costeira do Cais do Pico não é aquilo que é preciso ser feito neste momento”, devendo-se olhar primeiro à proteção do molhe, insistiu.
Já no âmbito das acessibilidades aéreas, Nuno Barata reiterou que, no quadro do concurso das obrigações de serviço público, se deve contemplar concursos separadas para cada uma das cinco gateways, avaliando-se assim não só “a potencial procura destas portas de entrada, mas adaptá-las aos equipamentos das companhias aéreas, que podem vir para o Pico sem penalidades”.
Já sobre o estado de degradação da rede de caminhos agrícolas, o deputado alertou que este setor “não pode continuar a ser apenas uma promessa” e que, caso a reforma proposta pela IL tivesse avançado, “teria um significado relevante, porque passariam a existir as condições que agora não existem para se cumprir com os agricultores no que se refere, por exemplo aos caminhos agrícolas”.
Da mesma forma, esta proposta poderia também ter ajudado na recente greve nos matadouros da região, já que, segundo Nuno Barata, “contribuiria decisivamente para resolver os problemas laborais que afetam os trabalhadores” da Rede Regional de Abate.
“Isto vem reiterar a nossa preocupação de mudar de paradigma, quer na gestão dos matadouros, quer na gestão das sociedades anónimas regionais que dão apoio ao setor agrícola”, defendeu o eleito da IL/Açores, vincando que “é preciso fazer diferente para ter resultados diferentes”.
Durante a visita à ilha, Nuno Barata reuniu-se, igualmente, com responsáveis da empresa Portos dos Açores, os conselhos executivos das Escolas Básicas e Secundárias de São Roque, Lajes e Madalena, com a Associação de Agricultores da ilha do Pico, com a administração da Unidade de Saúde de Ilha, a Direção da Associação de Apanhadores de Lapas, o Diretor do Jornal Ilha Maior, a Direção da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico, responsáveis por empresas marítimo-turísticas, empresários, agricultores e vários empreendedores.