IROA HOMENAGEIA MOTA AMARAL EM DIA DE ANIVERSÁRIO

Para assinalar os 35 anos de existência do Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA) foi realizado um almoço no Pavilhão de Exposição da Associação Agrícola de São Miguel que contou com a presença de José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores, e de Mota Amaral, antigo presidente do Governo Regional dos Açores que foi homenageado neste evento.

 

 

Decorreu, no passado dia 12 de novembro, a cerimónia de comemoração do 35º aniversário do Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA), no Pavilhão de Exposição da Associação Agrícola de São Miguel.

Na cerimónia foram homenageados antigos colaboradores e ex-presidentes do IROA e o ex-presidente do Governo Regional dos Açores, João Bosco Mota Amaral, em cujo mandato foi constituído o IROA. Atualmente, o Conselho de Administração do IROA, S.A é presidido por Hernâni Costa e tem como vogais Luís Jorge Fernandes e Sofia Inácio.

Além da atribuição de insígnias honoríficas e homenagens, o evento serviu também para a apresentação do novo logotipo e site do IROA que, segundo o seu presidente, representa “o virar de página”.

No seu discurso, Hernâni Costa lembrou que as “organizações são as pessoas que as compõe”, e que, “felizmente, temos a sorte de contar nos nossos quadros com excelentes profissionais”. Recordando o início da atividade do IROA, Hernâni Costa explicou que este permitiu “criar as condições para que os agricultores se pudessem fixar e aumentar a sua capacidade produtiva, triplicando a capacidade produtiva do leite, por exemplo”.

“Quando, em 1986, se criou o IROA idealizou-se que seria uma entidade que iria dar os primeiros passos para a democratização da agricultura açoriana. Passados 35 anos, as expetativas iniciais foram rapidamente superadas. Alterou de forma decisiva e positivamente a mais importante atividade socio económica dos Açores, levando a cabo uma verdadeira reestruturação pecuária. Nestes últimos 35 anos o IROA desempenhou um papel insubstituível no sentido de que é necessário fazer uma transição da agricultura manual e rudimentar para uma agricultura moderna e maquinizada. E por isso mesmo foi necessário investir nas infraestruturas agrícolas, nomeadamente nas acessibilidades das instalações, nos caminhos agrícolas, no abastecimento de água, e com as intercomunicações”, afirmou.

Hernâni Costa lembrou ainda que esta administração iniciou funções no final do primeiro trimestre deste ano, após mudança no ciclo governativo eleitoral, dando “continuidade ao trabalho feito” e aproveitou o momento para relembrar o presidente do Governo Regional que “investir no IROA é investir diretamente no setor agrícola”. “É necessário haver vontade política para fazer as mudanças que o setor anseia há muito tempo”, referiu ainda.

Na altura, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, valorizou a agricultura como elemento de criação de riqueza, defendendo uma “justa e solidária” relação entre “produção, transformação e comercialização”. “Temos hoje o orgulho de não só sermos bons, como sermos dos melhores na qualidade do nosso produto agroalimentar. Isto é para estimular, elevar a nossa autoestima”, afirmou.

O presidente lembrou ainda o percurso dos Açores de “autonomia e autossuficiência alimentar”, e “a agricultura no seu todo” tem demonstrado “excelência”, reconhecendo que falta ainda “a capacidade de se gerar valor acrescentado ao reconhecimento real da excelência do produto açoriano”. “É este o desafio que temos pela frente. E com sentido de justiça”, vincou ainda José Manuel Bolieiro.

Presente na cerimónia esteve também o Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, que enalteceu a atividade desenvolvida pelo IROA ao longo dos últimos 35 anos, frisando que sem a dedicação de todos os “açorianos ligados àquele instituto” a agricultura não estaria como está hoje, não esquecendo o trabalho do atual e de todos os presidentes do IROA ao longo dos anos, que contribuíram para a atividade daquele instituto e para aquela que considerou uma “causa de base da economia regional”.

“Além de todos os investimentos que já fez e que continua a fazer, o IROA deve evoluir para uma nova fase, em que possa alcançar intervenções fora dos seus perímetros de ordenamento agrário”, adiantou o Secretário Regional, frisando ser preciso investimento “nos 9 territórios da Região Autónoma dos Açores”.

Nesse sentido, António Ventura defendeu que a legislação do IROA deve ser revista “por forma a incluir aquilo que este Governo considera que deve ser a nova ordem, também nos Açores, que irá permitir uma maior e melhor visão dos nossos recursos, que é a sustentabilidade”. “É preciso revistar a legislação percebendo que os desperdícios não são lixo, mas tem de voltar a ser novamente matéria-prima, aquilo a que se chama economia circular”, acrescentou.

O responsável pela pasta da agricultura defendeu ainda que o IROA deve, além da intervenção, fazer também perspetiva e articulação de estudos com as várias entidades existentes, designadamente, a Universidade dos Açores e outros departamentos do Governo. “É esta a nossa visão política sobre para onde deve evoluir o IROA. Deve sair da sua zona objetiva de atuação e evoluir amplamente para todo o território numa perspetiva de sustentabilidade e percebendo que os nossos recursos estão limitados”.

Também Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, destacou a importância do IROA para o concelho e elogiou o trabalho desenvolvido ao longo da sua existência, destacando os importantes investimentos realizados ao nível do abastecimento de água à lavoura e as obras de ordenamento agrário, nomeadamente a construção e beneficiação de caminhos agrícolas, da rede de abastecimento de água e eletrificação das explorações agrícolas.

O presidente destacou ainda o impacto positivo que o IROA tem para a cidade e para o concelho, visto que a Ribeira Grande tem a segunda maior bacia leiteira do Arquipélago dos Açores e adiantou que, para o futuro, pretende reforçar a cooperação entre a autarquia e o IROA, com o objetivo de melhorar cada vez mais as condições de trabalho dos agricultores no concelho.