NÃO TREINAM?! NÃO SE QUEIXEM?!

A demagogia é gritante nos bastidores à luz da opinião. Nos bastidores temos agentes desportivos a compactuar com princípios que na luz da ribalta condenam. Desde agentes desportivos a adjudicar comportamentos desde incorrectos até tendencialmente prejudiciais ao espectáculo desportivo e ao bom nome da modalidade.
Mas acham que os adeptos, como dizia Cantona “os elementos mais importantes do futebol”, andam de olhos fechados. 1) Enquanto os considerados “raia miúda” preocupam-se com “a guerra dos tronos” em versão amadora, numa versão profissional temos consequências mais envolventes e abrangentes, mas com elaboração mais maquiavélica, estratégica e calculista. Os passos a dar em ambos os cenários são de extremo cuidado, pois este tipo de intervenientes, para além de acharem-se o centro do universo, são vingativos. Onde o seu amor próprio e os seus benefícios, ultrapassam a defesa da modalidade e do prestígio da mesma. Vejamos  desde a nível amador, com os casos e “casinhos” e as artimanhas bacocas dos intervenientes, até a nível profissional da perda de enormes valores Devido ao aumento do desinteresse interior e exterior, pelo espetáculo desportivo. No exemplo português, vejamos a incapacidade de vender os direitos televisivos para o exterior e os milhões de euros perdidos ou os reduzidos números da assistência aos jogos. 2)
Quando ouço mensagens de “brindar aos céus e pregar aos peixes” no futebol e olho para as fendas e fragilidade da estrutura pessoal, o cinismo chega a atingir elevados “níveis Richter”, com patamares de elaboração dantescos. É o ganhar a todo o custo, por cima de tudo, até atropelando a modalidade. Primeiro tudo isto e depois queremos ser todos “embaixadores da paz nas Nações Unidas”. 2) Repito portanto que o que custa muito, é ter o Carácter de defender os PRINCÍPIOS no Escuro e os valorizar na Luz. Temos os que somente valorizam os valores nos focos da luz, de forma reptiliana, mas quando os mesmos têm de os defender no escuro, utilizam a politiquice, aproveitando-se de possuírem mais minutos de fama,mais oportunidade e estatuto, no entanto falta a determinante consistência e coragem. Não o praticando nos bastidores, nem na sua filosofia profissional, são os demagogos do futebol, com discursos populistas de acordo a agradar a plateia que têm à sua frente. 3)
Com isto, a promoção populista de valores já não é muito consumida pelo público. Remetemo-nos então, a defender os “nossos umbigos” e os valores e princípios que nos interessam. Já que o  Zé Povinho, cá dentro e lá fora, despertou para a leviana e recorrente hipocrisia da dialéctica dos agentes desportivos. 1)  O dom desta retórica está desvanecendo, pois “já não vamos lá só com palavras. Estas têm de ser acompanhadas com ações”. Porquê? Porque quando está muito mal, escondem-se no véu do Poder e Dinheiro. E quando estão a brilhar, aparece com o discurso fácil , que se vai tornando banal sem substância associada. A substância que Mandela referia de “quem defende os princípios consoante a pessoa que tem à frente, não tem capacidade para liderar” ou no mínimo ser porta-voz do quer que seja. 3)
O carácter ou se tem ou não, independentemente de quem se está à frente. Ou se valoriza sempre ou não. Ou se pratica ou não. Quem não o treina, queixa-se do quê quando o Karma lhe chega? Para esse demagogo do futebol, parafraseando Sérgio Ramos  “Respecta la Gente e el Escudo” ou como diz Jorge Jesus ” levaste com um pau ou quê ? Então vais te calar?”