NOTAS BREVES…

O Regresso da polémica das estátuas (2 de dezembro de 2021, 4:40 PM)

A estátua de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, foi coberta com andaimes antes de ser removida de sua localização actual perto do Central Park em Nova York, por ser degradante para os negros e indígenas, num reflexo complexo do passado do país. Esta estátua de bronze de “Teddy” Roosevelt, presidente de 1901 a 1909, cujo retiro foi anunciado em junho de 2020, está há 80 anos a entrada do Museu Americano de História Natural. Questionado, o museu informou que as obras “vão demorar meses” sem dar uma data para a sua retirada final. Nesta representação escultórica, Theodore Roosevelt, parente distante de Franklin Delano Roosevelt, que também foi presidente dos EUA, aparece a cavalo, erguendo-se sobre um negro e um índio a pé, uma representação degradante para o Museu de História Natural, que havia solicitado o retiro ao Município da cidade de Nova York.

 

Na morte de uma grande escritora

“Morreu Almudena Grandes, a escritora que deu voz aos derrotados do século XX espanhol” (Público)  Morreu na tarde no sábado passado dia 27/11/21, vítima de cancro, aos 61 anos, a escritora madrilena Almudena Grandes.   “Autora do romance As Idades de Lulu, há muito tido como um clássico moderno da literatura erótica, Almudena Grandes empenhou-se nas últimas décadas a escavar a História do franquismo, desenterrando vários episódios desconhecidos, que parecem ter ficado escondidos sob os escombros da guerra. José Riço Direitinho/público No dia 15 de maio na cidade de Madrid festeja-se o Dia de Santo Isidro, lavrador e padroeiro da capital espanhola, festa que é caracterizada pelas galas que dão cor, alegria e um ambiente castiço à cidade. No ano de 2018 a escritora ofereceu na proclamação das Festas na varanda da Câmara Municipal, uma declaração de amor à sua cidade, que definiu como “capital da dor, capital da glória, a cidade que nunca pára” E na parte final destacou o papel actual de Madrid como cidade multicultural que valora pela sua diversidade e dinamismo;

“Hemos cambiado mucho y no hemos cambiado nada. Ahora somos más variados, más altos. Yo creo que también más guapos, porque hay madrileñas con ojos rasgados, madrileños con la piel de ébano, chulapos andinos, chulaponas eslavas, chilabas, turbantes, túnicas de todos los colores, ecos de lenguas imposibles y bellísimas en los vagones del metro. Ellos, ellas somos nosotros, nosotros somos todos, y todos somos Madrid, una ciudad enamorada de la felicidad.Tenemos que aprender a amarla, y la mejor manera de lograrlo es ser felices, así que ya sabéis lo que tenéis que hacer. Sed muy felices en estas fiestas de San Isidro, pero no rompáis nada, por favor. Recordad que Madrid no es sólo nuestra. Es también de los madrileños, de las madrileñas del futuro. Cuidémosla porque algún día de mayo, alguien que no ha nacido aún saldrá a este balcón para sentir la misma emoción que siento yo ahora mismo, al pronunciar la última palabra de este pregón.”

El alegato de Almudena Grandes sobre las virtudes de Madrid

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A direita espanhola, comprometida consequente e historicamente com a ditadura de Franco: Partido Popular, Ciudadanos e Vox votaram em contra de nomear Almudena Grandes “Hija Predilecta” de Madrid. No entanto a escritora terá uma rua em Madrid e também receberá uma homenagem pública.

 

Eunice Muñoz, eternamente actriz

No dia em que completou 80 anos de carreira, Eunice Muñoz despediu-se dos palcos com uma assistência rendida. O primeiro-ministro pediu para “não perder o sorriso”. (29/11/12)

Foi com o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, esgotado que Eunice Muñoz, 93 anos, se despediu dos palcos, onde atuou precisamente há 80 anos, completados ontem. Décadas depois de se ter estreado naquele anfiteatro, pela mão de Amélia Rey Colaço, a 28 de dezembro de 1941, com “Vendaval”, a intérprete disse um “até já” à atividade, ao lado da neta, Lídia Muñoz. Um “até já” justificado por a peça que interpretou, “A Margem do Tempo”, poder ter nova digressão em 2022.

(ler mais em https://www.n-tv.pt/acontece/eunice-munoz-despede-se-dos-palcos/779506/) -Inesquecível, para mim, a sua interpretação de a Mãe em Mãe Coragem e os seus filhos de Bertolt Brecht no Teatro Nacional D. Maria II no ano de 1986, na versão de João Lourenço | Vera San Payo de Lemos, acompanhada por Rui de Carvalho, São José lapa e por aqueles actores que já partiram e que deixaram muito cedo em nós uma enorme saudade de palco, Carlos Daniel, Mário Pereira e Rogério Paulo.

A crítica rendeu-se ao espetáculo que qualificaram;

“Uma realização teatral verdadeiramente sublime” – 13/7/1986 – O Diário (Maria Helena Serôdio)
“O Teatro em Portugal atingiu um nível de maturidade que só por má fé se pode negar.”; “Mãe Coragem e os seus filhos , inscreve-se num dos primeiros lugares desse processo de qualificação.” – 21/6/1986 – Diário de Lisboa (Carlos Porto)
“Eunice Muñoz situa-se uma vez mais no plano de génio”; “Irene Cruz, no papel da muda Katrin, em que a actriz mostra quanto pode um verdadeiro veio histriónico, mesmo quando lhe é vedado o recurso da fala” – 27/6/1986 – Tempo (Carlos Madeira)
“É um pecado cultural não ir vê-la” – Julho 1986 – Diário de Notícias (Orlando Neves)

“…belíssimo espectáculo, onde volta em força a importância do actor” – 26/7/1986 – Expresso