As novas instalações da Unidade de Saúde da Madalena, em Vila Nova de Gaia, foram inauguradas por António Costa, primeiro-ministro, Marta Temido, ministra da Saúde, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, e Celeste Pinto, diretora executiva do Agrupamento do Centro de Saúde do Grande Porto VIII – Espinho/Gaia. Em causa está um edifício que contou com um investimento superior a 1,5 milhões de euros e que no futuro permitirá dar resposta a mais de 12 mil utentes.
A nova Unidade de Saúde da Madalena vem substituir a anterior, situada na Casa das Tílias que, segundo Celeste Pinto, diretora executiva do Agrupamento do Centro de Saúde do Grande Porto VIII – Espinho/Gaia, é “uma bonita edificação concebida em finais do século XIX, para residência familiar, mas que não possuía as condições ideais para a prestação de cuidados de saúde modernos à população, entre outros motivos pela sua exiguidade e pelas barreiras arquitetónicas ao acesso dos utentes com mobilidade reduzida. Agora, neste novo edifício, tanto profissionais como utentes do serviço de saúde terão condições condignas no exercício e no atendimento”.
O edifício é constituído por um módulo de saúde familiar com oito gabinetes médicos, seis gabinetes de enfermagem, duas salas de tratamento, dois gabinetes de vacinas e injetáveis e uma sala de inaloterapia e zonas de saúde materna e de saúde infantil. Além disso, a Unidade de Saúde de Madalena tem um consultório de Medicina Dentária com um médico e um assistente.
“Importa perceber o que muda, em termos de prestação dos cuidados de saúde, com esta transição. Antes de mais, repito, temos, finalmente, excelentes condições físicas para a prestação de cuidados de saúde e familiar, tanto profissionais, como utentes. Depois, temos a perspetiva estratégica de conseguirmos evoluir para uma unidade integrada de cuidados de saúde primários, moderna e inovadora, em que, para além do exercício de medicina geral familiar e enfermagem de família, passamos a ter cuidados de saúde oral, psicologia clínica, nutrição clínica e assistência social, ligada a problemas de saúde”, sublinhou a diretora executiva do Agrupamento do Centro de Saúde do Grande Porto VIII – Espinho/Gaia, enaltecendo que “o importante investimento no valor global de mais de 1,5 milhões de euros, sendo o financiamento da construção obtido através do Programa Norte 2020, em pedido realizado pela Câmara Municipal de Gaia e o terreno, com uma área global de 3500 metros quadrados, foi cedido pela Junta de Freguesia da Madalena, suportando a Administração Regional de Saúde do Norte a despesa com a aquisição de mobiliário e de mais equipamentos, justifica-se, por natureza, mas tem de dar os seus frutos. O Agrupamento e os profissionais da nova Unidade de Saúde tudo irão fazer para que esses frutos surjam rapidamente”.
No futuro próximo, o edifício englobará a Unidade de Saúde Familiar “Boa Nova”, constituída por dois polos, permitindo dar resposta a mais de 12 mil utentes.
Após uma visita às instalações, que estão em funcionamento desde o final do mês de maio, o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, fez questão de salientar que este equipamento é “uma homenagem de dignificação aos nossos profissionais de saúde, mas também de confiança, que as pessoas voltaram a ter no nosso Serviço Nacional de Saúde. Em Gaia temos seguido o caminho da sustentabilidade, que combina a valorização do investimento imaterial, com a parceria com o Estado, para prosseguirmos o interesse comum, assumindo comparticipações com o Estado, mesmo fora das competências formais municipais, no nosso Hospital de Gaia, nos centros de saúde, nas escolas básicas e secundárias, mas também a parceria com a tutela para a instalação das cadeiras para a medicina dentária, entre tantas outras”.
O autarca aproveitou, ainda, a ocasião para agradecer a confiança do presidente da Junta de Freguesia da Madalena, Francisco Leite, entregando-lhe a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, “que o torna cidadão honorário de Vila Nova de Gaia”.
“Sempre olhou para este equipamento como a sua menina dos olhos, sempre trabalhando de forma discreta e empenhada em tudo o que lhe foi solicitado. Deixará a sua Freguesia da Madalena em outubro, com este espaço ligado à saúde pública, depois de ter, também, participado na remodelação das escolas, no reforço da Ação Social, em mais e melhores espaços de lazer e fruição, no projeto para o novo auditório para a freguesia ou na alteração estrutural que a nova VL3 trará para a Madalena. Este será, porventura, o seu maior orgulho, o seu centro de saúde, o que, muito justamente, acontece, mas é, sobretudo, este, o momento de lhe agradecermos o seu trabalho e a sua solidariedade na construção de um mundo melhor, a partir do seu mundo, que é a nossa Freguesia da Madalena”, ressaltou o presidente da Câmara Municipal de Gaia.
Na perspetiva de contribuir para a melhoria dos serviços públicos de saúde, Eduardo Vítor Rodrigues pediu a António Costa, primeiro-ministro, para entregar ao presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS), Carlos Nunes, ao presidente da Junta de Freguesia de Grijó e Sermonde, César Rodrigues, e ao presidente da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo, Filipe Lopes, as deliberações municipais onde constam, respetivamente, os “termos de aquisição do terreno que já é propriedade municipal” para a construção do novo Centro de Saúde de Grijó e os termos de cedência contratualizados com a ARS para o novo Centro de Saúde dos Carvalhos.
“No primeiro caso [Centro de Saúde de Grijó], avançamos com a aquisição do terreno e respetiva cedência e trabalhamos agora no projeto para obtermos o financiamento total ou parcial. No segundo caso [Centro de Saúde dos Carvalhos], a obra já tem projeto aprovado e candidatura feita. Em ambos os casos, o município é parceiro na eventual necessidade de comparticipação nacional para que as obras possam avançar”, informou o edil.
Já Marta Temido, ministra da Saúde, começou por recordar que a nova Unidade de Saúde da Madalena vem substituir a anterior situada na Casa das Tílias, que é “um bonito edifício repleto de história e também de carinho, mas onde era difícil aceder, porque as escadas eram em pedra e porque não era de fácil acesso para cidadãos, por exemplo, com mobilidade reduzida acederem ao local onde os profissionais trabalhavam”.
“É com muita satisfação que visito, hoje, pela segunda vez, este local da Madalena. Há alguns meses, no inverno de 2019, penso eu, aqui andei com o senhor presidente da Câmara Municipal, o senhor presidente da ARS, com a senhora diretora executiva, a visitar a obra e a tentar fazer aquilo que todos os donos das empreitadas procuram: fazer com que avancem mais depressa. Tínhamos urgência em ter melhores instalações para as populações aqui servidas”, revelou a ministra, acrescentando que “é com uma satisfação por termos chegado aqui, mas também com a promessa de muito trabalho que vamos continuar a fazer, para, de facto, servirmos melhor os cidadãos que confiam em nós, que, hoje, assinalamos este momento, não sem deixar de recordar aquilo que tem sido o desafio dos últimos meses, em que temos lutado contra uma pandemia, que ainda não nos deixou, mas em que temos, também, continuado a responder, mais e melhor, nos cuidados de saúde primários”.
Por outro lado, António Costa, destacou que “ao mesmo tempo que continuamos a combater a pandemia, é fundamental colocar em ação a recuperação”, garantindo que o Plano de Recuperação e Resiliência tem verbas para dotar as Unidades de Saúde de ”equipamentos complementares de diagnóstico, que permitam dar uma resposta imediata” aos utentes.
Para o primeiro-ministro, em causa está, ”desde logo, verificar quais são as situações que requerem tratamento hospitalar e as que podem ter, simplesmente, um tratamento de ambulatório, local, no centro de saúde. Isto é muito importante para a qualidade de vida das pessoas, o acesso à saúde de cada um dos cidadãos, mas é, também, muito importante para que os hospitais se possam concentrar naquilo que é a sua função, que são os cuidados diferenciados, que, obviamente, não podem ser assegurados em nenhuma Unidade de Saúde Familiar”, por isso “é importante aumentar as valências do serviço de saúde de proximidade”.
O chefe do Governo agradeceu, ainda, “a todos aqueles e aquelas que trabalham, aqui, nesta Unidade de Saúde Familiar, pelo trabalho que têm feito e pelo trabalho que, ao longo de anos, fizeram em condições físicas não adequadas ao exercício da função essencial desempenhada. Estou certo de que, agora, com novas condições, seguramente, o serviço às populações irá ainda ser melhor, porque a qualidade técnica e profissional essa já existia, cá continua e vai com certeza ter, agora, melhores condições para desempenhar a sua atividade”.