O ÂMAGO DA QUESTÃO

E de repente no Verão de 2020 os saltimbancos da política encontraram o motivo para a sua auto satisfação, tão abalada por falta de iniciativa, de ideologia, de capacidade, de identidade, enfim, por não possuírem nada que possa levantar o ânimo das respectivas hostes.

Num momento em que com procedimentos de prevenção de saúde pública se retomam, natural e legitimamente, várias actividades indispensáveis à fruição da vida, prossegue a campanha contra a Festa do Avante com o objectivo de a estigmatizar, procurando impor-lhe limitações excepcionais que não vigoram em outras expressões da vida social e cultural ou colocam em causa direitos políticos que o povo português alcançou com o 25 de Abril.

A Festa é a mesma que ao longo de anos trouxe jovens, mulheres e homens de norte a sul do País, para a alegria, a cultura, a solidariedade, a amizade e o PCP já demonstrou responsabilidade e capacidade de organização para qualquer circunstância e agora também o fará para os tempos especiais que vivemos.

A Festa sendo uma realização do Partido Comunista Português, é uma iniciativa que os trabalhadores, o povo e em particular a juventude fizeram sua, tornando-se num espaço de ampla fraternidade, liberdade, solidariedade e camaradagem e a edição deste ano realiza-se num contexto marcado pelo surto epidémico, estando o PCP a adoptar todas as medidas necessárias para que tudo se realize em segurança, em estreita articulação com as autoridades de saúde pública, provando que é possível compatibilizar a defesa da saúde de cada um com outros direitos constitucionalmente consagrados.

A importância da Festa do Avante vai muito para lá de qualquer questão financeira e contrariando as versões da comunicação social dita de referência, constitui um espaço único de exemplo para um futuro melhor, mais justo e este ano tem ainda um significado maior, num quadro em que o PCP tem combatido as ideias que defendem um caminho de encerramentos, cancelamentos e confinamentos absolutos, pois encerra um estímulo à fruição da vida em todas as suas dimensões, sendo também um contributo para a promoção da actividade de centenas de artistas condicionados no seu trabalho.

A Festa é a resposta à campanha que visa condicionar a actividade do PCP, o exercício de liberdades e a efectivação de direitos sociais e económicos, a defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, a luta por uma vida melhor e por uma sociedade mais justa.

Comparar lotações de estádios de futebol fingindo ignorar a diferença de área desses espaços com o terreno da Festa do Avante, que é cerca de 20 vezes maior, só pode ser compreendido por má-fé e desonestidade política, subjacentes aos tiques da conhecida intolerância de alguns políticos da nossa praça.

Estes ataques dirigem-se à única formação política coerente que os desmascara, que eles sabem ser o seu verdadeiro opositor no plano ideológico e político, pois está sempre onde está a luta do povo e dos trabalhadores, para a transformação do mundo, são ataques para desconvocar lutas, para enfraquecer e aí está o âmago da questão.

Na Festa do Avante estão assim reunidas as condições de protecção e segurança iguais ou superiores às de actividades e contextos que marcam a restante vida social, desde o acesso às praias até à presença nos múltiplos espectáculos e festivais já realizados ou agendados, ou à mera circulação em muitas ruas e praças do País.

A fruição da vida é hoje como sempre, a par da adopção de todas a medidas preventivas em termos de saúde pública e da pedagogia dessa prevenção, um factor não só de promoção de saúde física e mental como de bem-estar individual e colectivo e esse é o caminho para que a Festa do Avante aponta, é o caminho de que o País precisa.