“O CANIDELO É O CLUBE COM O QUAL ME IDENTIFICO, GOSTO E VEJO-ME A FICAR AQUI ALGUM TEMPO”

Fomos a Canidelo, Vila Nova de Gaia, conversar com o treinador do Sub-10 do SC Canidelo, Ricardo Teixeira. Aos 23 anos, é um dos mais jovens treinadores dos clubes de Gaia. Foi em Vilar de Andorinho que deu os primeiros passos no Desporto, estando, neste momento, a tirar um mestrado na área do ensino. Nesta entrevista, Ricardo Teixeira admite que o seu desejo é preparar os seus atletas para terem êxito no desporto e na sociedade.

 

Como nasceu a paixão pelo desporto?

Quando era pequenino, não parava quieto, então os meus pais estavam sempre a colocar-me em vários desportos. Pratiquei natação, karaté, atletismo, futsal… Quando tinha 15 anos joguei Futsal no Grupo Desportivo dos Cem Paus. Foi neste clube de Vilar de Andorinho que conheci o Gustavo Pereira, que hoje é um conceituado arbitro da 1ª divisão Nacional de Futsal, que estava noutro escalão e que era uma referência para mim.

 

És o treinador do Sub-10 e o treinador adjunto do sub.16 do S.C. Canidelo. É o primeiro clube que tu treinas?

Não. Já treinei na Academia do Sporting nos Carvalhos e no ano passado estive nos dois lados, treinei um escalão no Sporting e outro escalão onde estou neste momento. E estou a tirar a tese na FADEUP na área de ensino.

 

Porque optaste pelo Canidelo? Há clubes maiores…

Por acaso, foi um treinador, do Canidelo, que perguntou ao coordenador do Sporting que era nosso amigo. O treinador disse que eu seria uma boa escolha, mas deu-me tempo para eu decidir. O Canidelo é o clube com o qual me identifico, gosto e vejo-me a ficar aqui algum tempo.

 

Quando treinas estes jovens, vês algum jogador de renome, Ronaldo, Messi… Como vês o futuro destes jovens jogadores?

É mais fácil dizer isso nos mais pequeninos porque têm uma maior margem de produção. Não os vejo tanto como atletas profissionais de elite, vejo-os mais como pessoas. Tenho mais esse ênfase do que atletas, claro que é importante focar esse lado e queremos que eles sigam o mais longe possível futebolisticamente, se chegarem às primeiras ligas, é excelente e faz parte do percurso deles. Mas, primeiro vem a parte social, eles saberem estar em sociedade.

 

Como vês o teu futuro, como treinador?

Quero terminar a minha tese e ter formação na área do ensino, para ter mais segurança e, se tiver a grande oportunidade de treinar um grande clube de Portugal não vou desperdiçar essa oportunidade…

 

Passado este tempo de experiência, como vês, o desporto rei que é o futebol?

Acho que está no bom caminho, claro que tem algumas coisas para melhorar, principalmente na forma como vemos o desporto. É muito importante ensinar os nossos atletas que, no momento da derrota, devemos felicitar o adversário. Ensinar que devemos ser fortes quando perdemos e felicitar quem ganhou. É importantíssimo saber ganhar e perder com humildade. Quando se é treinador, deve-se ter em conta que as crianças que hoje treinamos, no futuro serão pais, empregados ou chefes, isto é, terão um emprego e família, eles terão muitas alegrias e tristezas. O tempo que se passa com eles, nos treinos e nos jogos é sobretudo para os preparar para o Desporto e para a vida. É fundamental nunca esquecer os valores da união, do compromisso, da necessária entre ajuda, da motivação e do Fair – Play.  O treinador das camadas jovens deve ser o exemplo para o sucesso dos seus atletas. Estes, podem serem enormes no desporto-rei, no futebol, mas também o podem ser na sociedade que os vai receber.