PRAIA DE SALGUEIROS CONQUISTA PRÉMIO “PRAIA + ACESSÍVEL 2022”

A praia mais acessível do país fica em Vila Nova de Gaia. A praia de Salgueiros foi a distinguida em 2022 com o prémio “Praia + Acessível”, um “orgulho” para a autarquia e para a empresa municipal Águas de Gaia, que garantiram querer colocar todas as praias do concelho acessíveis para todos.

 

 

A praia de Salgueiros, em Vila Nova de Gaia, recebeu, no passado dia 7 de julho, a bandeira referente ao 1º lugar do prémio “Praia + Acessível 2022”, atribuído pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), pela Agência Portuguesa do Ambiente e pelo Turismo de Portugal. Além desta distinção, a praia fluvial do Alqueva, no município de Portal, venceu o 2º lugar desta edição, havendo ainda uma menção honrosa à praia de Pedrógão – Centro, em Leiria, pelo trabalho demonstrado na melhoria das condições de acessibilidade.

Este prémio distingue as zonas balneares que evidenciam as melhores práticas, quer ao nível da qualidade das condições de acessibilidade e apoios disponibilizados às pessoas com mobilidade condicionada, quer ao nível das soluções inovadoras adotadas, para prevenir a discriminação destes cidadãos e aumentar o grau de satisfação.

Miguel Lemos, administrador executivo das Águas de Gaia, enfatizou que este era “um momento simbólico muito importante para Vila Nova de Gaia”, após a conquista de 20 bandeiras azuis. “Assim se celebra a qualidade das nossas praias. Temos 19 águas balneares, todas com bandeira azul e seis praias especialmente cuidadas para serem 100 por cento acessíveis e assumirmos que temos praias para todos. O objetivo é que todas sejam praias que podemos frequentar”, adiantou.

O administrador da empresa municipal explicou ainda que além dos carrinhos anfíbios, estas praias contam com o apoio das corporações de bombeiros de Valadares, Aguda e Coimbrões, além de terem passadiços com cuidado especial para a acessibilidade, tapetes que permitem acesso com cadeiras de rodas, código colorADD e indicações em braille. Este ano, há também a novidade, na praia do Senhor da Pedra, em Gulpilhares, de um painel de informação em braille com um monumento em modelo 3D, “com sensação sensorial para que todos possam conhecer a capela e um dos locais mais fotografados de Gaia e do país”.

“A acessibilidade tem de ser cada vez mais natural e já determinamos que todas as praias vão ter os painéis com indicações em braille. É um passo civilizacional, uma missão que temos e que devemos ao público que nos visita. Há situações em que é bom ser repetente e este é um desses casos, porque somos repetentes neste prémio. Mas o maior prémio, além da bandeira que serve como estímulo, é vermos que as praias são para todos e ver os sorrisos das pessoas, independentemente da condição ou dificuldades que possam ter”, acrescentou, garantindo que irão continuar este “caminho de desenvolvimento”.

Também Rodrigo Ramos, presidente do conselho diretivo do INR, assegurou que o programa, que arrancou em 2005 com 49 praias e que já conta com 253 candidaturas este ano, é para continuar e “conduzir a praias mais acessíveis”. Da mesma forma, Marina Mendes, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, salientou que o objetivo é tornar Gaia cada vez mais inclusiva. “É um enorme orgulho acolher esta cerimónia, não só pelo prémio, mas pelo programa que garante a equidade, segurança e dignidade de todos os visitantes das nossas praias, tornando-os espaços inclusivos. Este é um concelho que tem feito um grande investimento na área da inclusão, para que e torne, cada vez mais, verdadeiramente inclusivo para todos e este prémio é um reforço de todo o trabalho e empenho que temos feito no concelho”, afirmou.

A cerimónia ficou também marcada pela presença da secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, que elogiou o concelho e as Águas de Gaia por terem ido “mais além, desafiarem-se a si próprios e encararem isto como missão”. “Não se focaram só na mobilidade condicionada, que é importante, mas há um conjunto de outras pessoas com limitações que podem beneficiar com esta implementação”.

Ana Sofia Antunes lembrou ainda que “há sempre coisas a melhorar” e que estas intervenções “não se cingem a melhorar a vida ou o acesso a quem tem algum tipo de deficiência, mas destinam-se a todos nós que vamos avançar na idade, que vamos adquirir os normais constrangimentos de mobilidade, visão e audição e até compreensão”. Para o próximo ano, o objetivo, segundo a secretária de Estado, passa por “rever o regulamento, atualizando-o e introduzindo alguns requisitos adicionais para que cada praia cumpra mais e melhor, e esteja à altura das reais necessidades de quem a procura”.