SÉRGIO HUMBERTO AFIRMOU QUE A TROFA “PLANEOU E AGIU, NÃO REAGIU DEPOIS DAS SITUAÇÕES ACONTECEREM”

A Câmara Municipal da Trofa tem procurado minimizar o impacto da covid-19 na população. Sérgio Humberto, presidente da autarquia, falou, em entrevista ao AUDIÊNCIA, sobre as inúmeras medidas implementadas tendo em vista a prevenção e o combate à propagação da covid-19 e sobre a revolução positiva que vai decorrer no município.

 

 

A Câmara Municipal da Trofa adotou, desde o início do passado mês de março, inúmeras medidas de prevenção e de combate à propagação do novo coronavírus, com o intuito de salvaguardar a saúde da população e de minimizar os impactos sociais e económicos provocados pela pandemia.

Sérgio Humberto, presidente da Câmara da Trofa, contou ao AUDIÊNCIA que “a situação atual está perfeitamente controlada” e que “os dados são positivos dentro desta anormalidade. Podemos dizer que aquilo que se passa no concelho da Trofa, comparativamente aos concelhos vizinhos é uma situação muito mais estável comparativamente com aquilo que se passa na Maia, em Famalicão, em Vila do Conde e em Santo Tirso”.

 

Medidas inovadoras que foram implementadas pelo concelho da Trofa

“Em primeira linha, nós preocupamo-nos logo em proteger os nossos lares, os cinco, nos quais apenas temos uma pessoa com covid-19. E foi a Câmara Municipal, em comparticipação com 50% do Grupo Trofa Saúde, que fez todos os testes a todos os utentes dos lares. Muitos deles conseguiram também fazer aos colaboradores, com a ajuda de empresários locais e de entidades que, no fundo, fazem esse tipo de serviço”, enalteceu o autarca, ressaltando que “a Câmara Municipal da Trofa tem substituído o Estado central, desde fazer chegar material às forças de segurança, que não tinham absolutamente nada, desde fazer chegar material ao Centro Hospitalar do Médio Ave, desde fazer chegar material, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) à Delegação de Saúde, desde fazer chegar material aos bombeiros, desde fazer chegar material à comunidade em geral. Obviamente que ao Centro Hospitalar foi a Delegação de Saúde que fez chegar, mas não era o suficiente e nós reforçamos, no fundo, esse material para dotar quer estas entidades, quer os utentes com todas as normas de segurança e isso tem um impacto brutal nas nossas contas, mas não olhamos para as contas em prol do combate, porque aquilo que é fundamental é priorizar a saúde da população da Trofa em geral, mas sobretudo, aqueles que estão mais deficitários, o grupo etário mais atingido, que são as pessoas acima dos 70 anos e, nomeadamente, as pessoas mais vulneráveis do ponto de vista económico-social. Nós tivemos um reforço, de cerca de 150 mil euros e são muitos os apoios pontuais para alimentação, para o pagamento de rendas, para o pagamento da água, da luz e dos resíduos. Adquirimos 400 computadores com banda larga para os nossos alunos que não têm computador ou não têm internet, do 1º ano até ao 12º ano, portanto estamos a falar de um valor superior a 150 mil euros, fora aquilo que algumas empresas nos doaram, do ponto de vista dos computadores, portanto, foram mais 45 computadores e, como tal, hoje podemos dizer que na população estudantil da Trofa ninguém vai ficar privado e todos vão ter capacidade de acompanhar as aulas por videoconferência e por telescola. Para além disso, obviamente que nós nos equipamos e nos precavemos e eu acho que, sobretudo, a Trofa diferencia-se de alguns municípios porque nós planeamos e agimos, nós não reagimos. Nós focamo-nos naquilo que era o essencial, em dotar do ponto de vista financeiro aquilo que era prioritário. A palavra-chave no meio disto tudo é o município da Trofa planeou e agiu, não reagiu depois das situações acontecerem. Nós compramos camas para dotar, se fosse necessária uma evacuação quer de um prédio, quer de uma IPSS, quer de um infantário, quer de algum hospital. Nós hoje temos capacidade para reagir e temos três espaços onde podemos colocar pessoas de quarentena e obviamente com todos os meios”.

O presidente da Câmara da Trofa evidenciou ainda, a distribuição de máscaras, luvas e viseiras, “máscaras essencialmente a toda a população, principalmente a mais vulnerável. Nós estamos a fazer chegar ao comércio essencialmente Equipamentos de Proteção Individual porque é uma área que nós estamos muito atentos, temos a consciência de que alguns não vão reabrir porque tinham as suas aplicações lá todas e viviam do salário”.

 

Município da Trofa está a oferecer refeições escolares gratuitas às crianças com o escalão A e B

A Câmara Municipal da Trofa disponibiliza aos alunos do pré-escolar e do 1º ciclo do Ensino Básico das escolas públicas do concelho, com escalão A e B, o acesso à refeição escolar de forma gratuita, desde o passado dia 19 de março, apesar do Decreto-Lei n.º 10-A/2020 emitido pela Presidência do Conselho de Ministros, fixar este apoio apenas ao escalão A.

O presidente do município destacou, a este propósito, que “para além daquilo que o Governo dá, nós reforçamos, no fundo, esse apoio à alimentação aos alunos, não são eles que vão buscar, é em regime de take-away às escolas. Temos cinco escolas no concelho da Trofa em que os pais ou os encarregados de educação podem ir buscar as refeições e levá-las para casa para esses alunos estarem, no fundo, a ser alimentados”, acrescentando que “hoje posso dizer que em articulação com as IPSS do concelho da Trofa, a alimentação está a chegar a todos. Nós temos uma grande rede social”.

 

Autarquia trofense cria “Linha do Conforto Psicológico”

A Câmara Municipal da Trofa criou, no passado dia 18 de março, a “Linha do Conforto Psicológico”, a pensar no bem-estar de todos, em especial dos trofenses.

Neste seguimento, Sérgio Humberto afirmou que “a Trofa no domínio da ação social sempre foi dos concelhos mais inovadores, portanto nós estamos, claramente, no top 5 a nível nacional do ponto de vista social e, como tal, é reforçar aquilo que nós já fazíamos, este é o segredo, no fundo, de todos os dados positivos ou menos maus que nós temos” e “nós colocamos todas as nossas técnicas profissionais da área da psicologia a dar apoio psicológico, nomeadamente a pessoas com determinada idade, menos jovens, que estão em casa em isolamento, que estão em casa porque são obrigados”.

 

Sergio Humberto doa salário do mês de abril a instituições locais

O presidente da Câmara da Trofa decidiu doar o seu salário do mês de abril às instituições de solidariedade social do concelho, bem como à delegação da Trofa da Cruz Vermelha, depois de perceber que “haviam casais que estavam a adquirir viseiras para ensinarem os filhos a contribuírem para uma sociedade melhor. Casais que não vivem de uma forma exagerada, são pessoas normais, e doaram à Câmara Municipal para a mesma fazer chegar às IPSS e não foram tão poucas quanto isso. Eu senti-me na obrigação de também eu dar o exemplo, porque só está na causa publica quem quer e só se deve manter quem tem jeito e quem é humano e desafiei e continuo a desafiar o Presidente da República, que procura sempre selfies para todo o sítio, mas eu gostava de ver ele a doar o seu salário nomeadamente a IPSS do interior. Eu gostava de ver o presidente da Assembleia da República a também o fazer”, porque “quem esteve sempre em cargos públicos não fazia mal nenhum em doar um mês do seu salário, como o governador do Banco de Portugal, os banqueiros, como muitas outras pessoas podiam doar não propriamente pelo dinheiro mas pelo simbolismo da envolvência de quem desempenha cargos políticos”.

O autarca explicou ainda que “são as IPSS do interior que me preocupam. Aqueles que estão em territórios como a Trofa, com a ajuda de um tecido empresarial forte conseguem ajuda, mas aqueles concelhos do interior, já desertificados, com uma população envelhecida, esses têm poucos recursos e as IPSS estão entregues a si próprias, não estando a obter qualquer tipo de ajuda rápida, célere e atempada, do Governo central”, referindo que “eu não tenho dúvidas nenhumas de que se não fossem as Câmaras Municipais e de que se não fosse a sociedade empresarial e civil isto tinha sido bem pior, porque o Governo não se preparou para esta pandemia”.

 

Câmara da Trofa cancelou todos os eventos até ao dia 30 de setembro

O presidente da autarquia adiantou que “primeiro contenção, dizendo que tudo o que é eventos de grande dimensão, com grande aglomerados estão cancelados, pelo menos no concelho da Trofa, até ao dia 30 de setembro. Até 30 de setembro não vão existir quaisquer eventos em que seja a Câmara a organizar, a Câmara a associar-se ou a licenciar”, também “já estamos a preparar atempadamente para ver como vai ser comemorado o aniversário do concelho da Trofa, que é a 19 de novembro”.

 

A Trofa não parou durante o combate à covid-19

A Câmara Municipal da Trofa não parou durante o combate à covid-19 e Sérgio Humberto disse que “tenho o orgulho de fazer parte de uma equipa de cerca de 400 colaboradores”, exaltando que o município “não parou mesmo, cumprindo as normas de segurança. Começou primeiro com o executivo. A única pessoa do executivo que esteve a trabalhar neste edifício fui eu. Houve uma deslocalização, no fundo, de todos os membros do executivo” e que “obviamente existiram áreas que foram fundamentas, nomeadamente a área das obras, porque não houve uma única obra que se atrasasse devido à covid-19. Os Paços do Concelho estão no terreno. Esperamos no próximo mês de junho começar com a Ciclovia do Coronado, um investimento superior a 3 milhões de euros. A maioria das condições de segurança dos transportes públicos, paragens, passeios estão no terreno. Obviamente que tivemos de fechar o Aquaplace, as piscinas municipais, que não vão abrir pelo menos até setembro, são estas as indicações que nós temos”.

 

Sérgio Humberto anuncia uma revolução positiva no município da Trofa

O presidente da Câmara da Trofa falou com o AUDIÊNCIA sobre o futuro do concelho e sublinhou que “se a Trofa já sofreu uma revolução nos últimos anos, uma revolução enorme, uma revolução positiva, com o Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, com a Alameda da Estação, com o Parque das Azenhas, com a requalificação do parque escolar, pois nós não temos escolas da nossa responsabilidade com amianto, mas aquilo que está para acontecer, que já temos e que vamos chegar ao final deste mandato é com um parque infantil/área de lazer em cada uma das oito freguesias. Já só falta Santiago de Bougado, São Romão e Covelas que vai entrar em obra ainda este mês”, todavia, “aquilo que está para acontecer quer do foro da Câmara, do investimento público, quer do foro privado, nos próximos três anos vai ser uma revolução ainda maior do que aquela que aconteceu nos últimos seis anos e meio, desde a Distribuidora 21 que é uma ligação entre o Hospital da Trofa, muito ambicionada pela população, até à Rotunda do Bombeiro, um investimento, fora os terrenos, acima de um milhão de euros, estamos a falar da conclusão dos Paços do Concelho, mais algo que ainda não foi lançado que é um projeto está a ser ultimado e que está relacionado com a Praça do Município. Relativamente ao foro privado, o investimento passa pela construção de pelo menos um hotel, cujo início está previsto para o final deste ano, início do próximo. Mas estão a ser preparados muitos outros projetos. A variante à Estrada Nacional 14, que está nas mãos do ministro Mário Centeno para, pelo menos, fazer a terceira fase que liga a Via Diagonal da Maia até à estação nova da Trofa, que é um projeto de 31 milhões de euros e já sabemos que já há a Declaração de Impacto Ambiental da nova travessia sobre o Rio Ave, ligação Trofa a Famalicão, que é a chamada quarta fase, que vai ligar a estação nova da Trofa até Santana, em Famalicão e estamos a falar de mais 12 milhões de euros. Espero que, este ano, o concurso quer de uma, quer de outra seja lançado e que esteja no terreno no próximo ano. A luta pelo metro vai continuar, percebemos que temos um ministro que não quer trazer o metro até à Trofa, temos a ação em tribunal, não desistimos. Nós vamos à luta e se não querem trazer o metro que coloquem outra vez o comboio, que era algo que nós tínhamos. Esta é uma luta que nós vamos travar”.