SUSTENTABILIDADE E PREOCUPAÇÃO AMBIENTE

Os políticos do mundo falam tanto mas no fundo nada fazem.

Vêem constantemente com choradinhos do clima, ambiente e sustentabilidade, mas tudo não passa duma tanga banal e conversa fiada, sejam políticos locais, regionais, nacionais ou mundiais.

            Não há G8, nem Fórum sobre o clima, que o tema não venha à baila mas sempre adjacente a dinheiro, Não há Conselhos Europeus ou Conselhos da ONU, que não se fale no assunto, mas nada se faz de seguida, diga-se até que países dos que mais sofrem com as alterações são os que mais contribuem para a mesma, China, Índia, Estados Unido, Rússia e Europa.

            Já passaram mais de duas décadas desde que os cientistas começaram a alertar para a situação calamitosa que se vive no planeta e para a situação catastrófica que prevêem no futuro se não se mudarem hábitos e acima de tudo atitudes.

            Tornou-se banal falar no clima e em sustentabilidade, está na ordem do dia, jornais, televisões, fóruns e afins. Mas o que fazem no fundo os políticos? O que faz o ser humano? O que é a sustentabilidade?

            Desde a pré-história, que o ser humano tinha a capacidade de satisfazer as suas necessidades sem comprometer o seu futuro. Deslocava-se sem poluir, produzia para consumir, caçava para se alimentar enfim tinha a capacidade de satisfazer as suas necessidades

As guerras e a ambição do poder, levaram o ser humano a criar mais e mais meios, não para satisfazer as suas reais necessidades, mas sim fazer frente ao poderio económico e territorial, esqueceu-se completamento da casa onde habita “O Planeta Terra”.

            A população aumentou, o consumismo e a destruição da natureza começaram o colocar em causa as gerações futuras.

            Não é por acaso que o mundo tem tido tantos avisos, fenómenos meteorológicos extremos, cada vez mais intensos e mais frequentes já são realidade neste nosso tempo.

            Todos acompanhamos recentemente o pavor que desabou à volta de Valência, antes tinha sido o pior dos ciclones a espalhar o caos pela costa atlântica do sul dos Estados Unidos, nas Caraíbas China e Filipinas, enfim não há região da terra que não esteja sujeita às alterações climáticas e catástrofes da natureza, ainda no verão as inundações e cheias terríveis na Europa Central, a seca em várias regiões de África que ameaça atravessar o Mediterrâneo, ou seja, a confirmação do alertado pelos cientistas, uma realidade que reclama ação, determinação com urgência.

            Este ano foi rico em eventos PROCLIMA:

            Conferencia dos G8, Convenção das Nações Unidas, COP 28, Conferencia do Clima 24 e para quê? Conclusões e cartas de compromisso, saem sempre, mas o grande problema é cumprir, porque o poderio económico é superior ao sofrimento humano.

O lema desta edição “Solidariedade para o Mundo Verde”, destacou a urgência de uma vontade política real em direcção à transição energética e do compromisso real entre os países para acelerar esse processo. Chega de palavras, temos de tomar atitudes e passar à acção, Hoje não sabemos de vamos a tempo, mas amanhã será tarde.

            Mas e nós? Individualmente não teremos também que fazer essa reflexão e mudar de hábitos de consumo? Já em 1907 um grande senhor, talvez o primeiro grande impulsionador do respeito pela natureza e pelos animais, criou um movimento que quer se goste ou não foi o primeiro a educar para a sustentabilidade, respeito pelo meio ambiente e sustentabilidade, claro que estou a falar de Baden Powell e do escutismo em geral, que é tão só a maior associação mundial de jovens.

Temos de começar por actos tão simples, como separar o lixo.

            Preservar a natureza, respeitar os animais, pois só desta forma estamos verdadeiramente a respeitar o ser humano.

            Recordo que em 2005, num acampamento regional de escuteiros cujo lema era “Deus, Natureza e o homem”, os escuteiros eram convidados a fazerem a selecção de lixos, quando estava numa palestra sobre educação ambiental, uma das crianças, com pouco mais de 10 anos levantando o braço disse: Chefe, Deus criou a natureza, mas o homem na verdade só faz porcaria.

            Engoli em seco e o único argumento que encontrei foi; cada um de nós tem de fazer a sua parte.

            O ser humano, apesar das várias campanhas de sensibilização e informação, na verdade só faz porcaria. Que legado queremos deixar para os nossos filhos e netos? Que mundo queremos deixar um dia?

            Muitas são as cidades no globo, com imensas actividades para miúdos e graúdos cujo foco é a sustentabilidade o meio ambiente. São milhares as pessoas que participam e são sensibilizadas para a ideia de uma cidade mais inteligente, descarbonizada e económica e ambientalmente viável.

            Talvez todos os municípios pudessem copiar estas iniciativas por serem tão importantes.
E todos nós podemos começar já hoje, fazendo a separação dos lixos, poupando no consumo de água e energia, reutilizando e recondicionando produtos, comprar menos e melhor e por que não os produtos que nos vem dos produtores locais e as marcas portuguesas, produtos com mais qualidade e com uma maior duração!

            Aceder à economia circular, não encher o armário de roupas e porque não vender e comprar usadas?

            E a questão da separação do lixo? É tão simples! E se no futuro cada um tiver que pagar pela quantidade de lixo que produz e entrega como lixo comum?

            Não vai separar? Vai continuar a colocar papel, vidro e plástico no lixo comum?

            Sabemos que o plástico faz parte da nossa vida, usamos em escassos minutos e essas embalagens que demoram centenas de anos a degradarem-se.

Somos uma população a nível mundial virada para o consumismo desmesurado.

            Sabia que existe uma ilha de plástico que se formou no Oceano Pacífico com uma dimensão de três vezes superior à península Ibérica? E que só neste último ano foram parar os oceanos mais de 11 milhões de toneladas de plástico?

            E que há 50 anos a produção de plástico era de 2 milhões de toneladas por ano e agora meio século depois, 500 milhões de toneladas de plástico são produzidas em cada ano? Isto não nos deve fazer alterar hábitos?

            Não sei se este artigo sairá antes do Natal, mas, este Natal ou em qualquer grande festividade ao longo do ano, ofereça amor, ofereça carinho, ofereça alegria e momentos memoráveis. Sim, compre uma prenda, mas que de facto faça falta e dure, que não seja para encostar passado mês e contribuir para mais desperdício.

            Podemos, se quisermos, mostrar àquele miúdo hoje homem, que na verdade, “Deus fez a natureza, Mas o homem, está colocado neste mundo para o deixar melhor do que o encontrou.

Isto também é ser sustentabilidade e preocupação ambiental!

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