TROFA CELEBROU 20 ANOS DE EXISTÊNCIA E HOMENAGEOU OS ELEMENTOS DA COMISSÃO PROMOTORA

As comemorações do 20º aniversário de criação do município da Trofa decorreram de 15 a 19 de novembro e tiveram como um dos pontos altos das celebrações o “Feriado Municipal”, assinalado a 19 de novembro.

A Câmara Municipal da Trofa promoveu inúmeras iniciativas no âmbito das celebrações do 20º aniversário do município. O seminário sobre “Relações de Vizinhança entre Ministério Público e as CPCJ’S” aconteceu no passado dia 15 de novembro, no Auditório do Fórum Trofa XXI, e foi a primeira atividade integrada no programa comemorativo.

No dia 16 de novembro realizou-se a iniciativa “Os Autarcas vão à Escola”, no contexto da qual os alunos da Escola EB1/JI de Estação, no Muro, e da Escola Secundária da Trofa fizeram algumas perguntas ao executivo do município da Trofa, seguindo-se da cerimónia de entrega dos Prémios de Mérito Escolar, que teve lugar no Auditório do Fórum Trofa XXI e da Tertúlia com os membros da comissão promotora “Trofa a Concelho”, que decorreu na Junta de Freguesia do Muro.

O programa da TSF “Terra-a-Terra” foi gravado na Antiga Estação da Trofa e fez parte da programação para o dia 17 de novembro, a par da inauguração do projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de 2017, “Equipar o Basquetebol no Concelho da Trofa”, da Associação Cultural e Recreativa Vigorosa, que teve lugar no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, e do concerto da Orquestra Urbana da Trofa, que teve lugar no Auditório do Fórum Trofa XXI e contou com a participação especial de Daniel Pereira Cristo.

No dia 18 de novembro, o Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro foi o ponto de partida e de chegada do Passeio de Bicicletas Antigas, foi o palco do espetáculo de concertinas e cantares ao desafio do grupo “Danças da Concertina”, da Junta de Freguesia da Vila de Carregosa, de Oliveira de Azeméis, e do concerto da Banda de Música da Trofa. Outra das atividades tradicionais do programa comemorativo do concelho, que se realizou neste dia, foi a entrega dos prémios do Concurso Lusófono, que decorreu na Antiga Estação da Trofa e incluiu a participação dos alunos do 4º ano da Escola de Paradela e da Orquestra de Ritmos Ligeiros da Trofa, que deu posteriormente um concerto no Auditório do Fórum Trofa XXI.

O “Feriado Municipal”, assinalado a 19 de novembro, começou com o hastear das bandeiras, nomeadamente de Portugal, da União Europeia e do município da Trofa, no edifício sede da Câmara Municipal da Trofa, que contou com a participação do Coro da Universidade Sénior Rotary da Trofa, do Coro Vozes do Centro – CCMT e dos Bombeiros Voluntários da Trofa.

Seguidamente, decorreu a missa solene de aniversário do concelho da Trofa, na Igreja Paroquial do Muro e, depois, um almoço no Restaurante São Pantaleão 2, no Muro, que teve a presença do executivo, de vereadores, de presidentes das Juntas de Freguesia, de padres, de empresários, dos bombeiros, da GNR e de diversas entidades trofenses.

A sessão solene, que se realizou no Auditório do Fórum Trofa XXI, ficou marcada pela participação dos Meninos Cantores do Município da Trofa, pela presença de Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, em representação do primeiro-ministro, António Costa, de Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e de Nelson de Souza, secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, e pela atribuição das medalhas de honra grau ouro e dos títulos de cidadãos honorários aos membros da comissão promotora do concelho da Trofa, designadamente a Pedro Costa, a Aníbal Costa, a José da Costa Ferreira (a título póstumo), a Armando Martins, a Augusto Vaz e Silva (a título póstumo), a José Gregório Torres, a António Pereira, a Francisco Lima, a Manuel Silva, a José Reis, a Adélio Serra e a José Moreira da Silva.

Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, afirmou, no âmbito da homenagem aos membros da comissão promotora do concelho da Trofa, que “como sabem o caminho da Trofa começou há 20 anos, um caminho de autonomia administrativa que devemos à luta e ao contributo que muitas mulheres e muitos homens, hoje aqui representados pelos membros da comissão executiva da comissão promotora do concelho da Trofa, que quisemos homenagear com a medalha de honra do concelho grau ouro. Este é um reconhecimento merecido, é um reconhecimento devido, que reflete a nossa profunda gratidão para com aqueles que contribuíram para que o nosso destino se cumprisse a 19 de novembro de 1998, mas estes homens que integraram a comissão promotora do concelho da Trofa, que depois criou uma comissão executiva para trabalhar em prol do desígnio de alcançar a nossa autonomia administrativa, são, para nós, também merecedores do título de cidadãos honorários, distinção que nunca atribuímos e que tanto nos honra e que sejam estes os primeiros a receber este título e que para sempre estejam e se sintam ligados ao concelho que fizeram nascer. Eu acredito que, 20 anos depois, conseguimos reacender a chama e o orgulho de sermos e de nos dizermos trofenses”.

Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, disse, no contexto da sessão solene, que “é sempre uma grande satisfação celebrar o poder local democrático e é isso o que hoje fazemos nesta sessão solene comemorativa do 20º aniversário do município da Trofa”.

“Esta cerimónia foi plena de significado e importante, porque perder a memória é perder o futuro e o feito da Câmara Municipal da Trofa de homenagear a comissão promotora do concelho da Trofa é de enorme importância para que os vindouros também consigam respeitar e se possível distinguir os que vieram hoje e que fazem diariamente ações para que as pessoas que vivem na comunidade vivam melhor”, enalteceu ao AUDIÊNCIA o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Nelson de Souza, secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, destacou que “há 20 anos foi reconhecida pela Assembleia da República uma reivindicação que certamente não vos sai da alma” e acrescentou que “hoje é dia de festa e para além da alegria de alguém que faz 20 anos também se celebra, com o assinalar de marcos altos para o desenvolvimento deste concelho, marcos certamente materiais de interesse efetivo para as populações e para os munícipes, mas também outros marcos que sendo dotados de elevado simbolismo destacam, sem dúvida nenhuma, aquilo que o concelho da Trofa é e merece ser”.

“Não existe melhor forma de respeitar e homenagear o passado do que pensar em construir um futuro sempre cada vez melhor e nós sabemos que os trofenses são capazes de o fazer. Este é um marco importante na vida do concelho, porque não é todos os dias que se faz 20 anos. Já muito foi feito neste município que tem muita dinâmica e muita capacidade, no sentido de dar ao concelho e sobretudo às pessoas que aqui vivem as condições que elas merecem. A Trofa trata-se de um concelho que cria muita riqueza e que cria muitos postos de trabalho e, como tal, as populações que nela habitam e que nela trabalham merecem ter condições de vida adequadas e é isso que as Câmaras Municipais, que o Estado central e que a CCDR-N têm procurado fazer, não só neste como em todos os outros concelhos. Estes momentos são momentos de festa, mas também são momentos que nos permitem criar novas relações entre os diversos níveis hierárquicos, com o objetivo comum de melhor servir as populações”, salientou ao AUDIÊNCIA o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão.

Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, deixou uma palavra aos presentes em nome do primeiro-ministro, António Costa, “uma palavra de reconhecimento a todos aqueles que ao longo destes 20 anos, e enquanto autarcas, contruíram este municipalismo que aqui se vive de uma forma tão ativa e de reconhecimento pelo trabalho feito, pela luta constante em prol da população e em prol do território”.

O secretário de Estado das Autarquias Locais aproveitou a ocasião para lembrar que, em 2015, a Trofa “excedia a capacidade de endividamento, aliás estava para além disso, ou seja, em 2015, a capacidade de endividamento da Trofa era de 25 milhões de euros e ela tinha utilizado 35 milhões de euros, no entanto até ao terceiro trimestre de 2018 a Trofa recuperou, isto é, a Trofa não só entrou naquilo que é a capacidade de endividamento legal como já tem uma folga financeira e este é um trabalho árduo, é um trabalho que nem sempre é compreendido por todos, que exige muito sacrifício de todos e que exige grande liderança. Eu queria aqui falar sobre este trabalho, um trabalho que se deve, com certeza, à vereação do senhor presidente da Câmara Municipal da Trofa, mas que se deve também a todos os autarcas e a todos os presidentes de Junta que participaram neste trabalho de equilíbrio financeiro e deve-se muito aos técnicos da Câmara Municipal, porque sem eles não se conseguia lá chegar e esta é uma referência importante que eu quero aqui elogiar”.

“Esta sessão solene remete-nos para a importância da afirmação do poder local e estes 20 anos representam muito mais serviço à população, com muitos equipamentos em termos de, nomeadamente, aquilo que é a educação, aquilo que é o espaço público e aquilo que é o planeamento de cidade que muitas vezes não está na primeira linha de reivindicação, mas que aqui se vê com muita naturalidade e este planeamento de cidade marcará o futuro. A própria opção dos Paços do Concelho marcam a própria cidade e este planeamento, porque é feito num eixo central, marca uma postura, que é uma postura de preservar o antigo acrescentado o novo e isto é importantíssimo, pois é preservar uma memória, no caso, uma memória industrial na qual se acrescenta elementos de modernidade e de comodidade, porque hoje é preciso, porque os desígnios do poder local para o futuro são desígnios cada vez mais exigentes, até porque temos um Governo que pretende que haja menos poder central e que haja mais poder local e para haver mais poder local e para haver mais serviços à população é preciso ter condições para prestar esses serviços, daí que os equipamentos são determinantes e o serviço prestado às pessoas é determinante para existir esta proximidade e para que as pessoas se identifiquem também com a sua terra, porque é a terra que presta o serviço que elas precisam”, revelou ao AUDIÊNCIA Carlos Miguel.

Sérgio Humberto ressaltou ainda que “cumprem-se hoje 20 anos desde a aprovação da criação do nosso concelho da Trofa, pois foi a 19 de novembro de 1998 que os nossos corações explodiram numa alegria sem igual. A recordação deste momento continua a emocionar-nos e será sempre o marco mais importante da nossa história e o novo marco realizou-se há menos de um mês, com a apresentação pública do projeto dos Paços do Concelho, que tivemos o privilégio de divulgar junto da comunidade trofense. Já o disse, mas não me canso de o repetir, este foi o início da concretização de um sonho, mas também o presente de aniversário que todos ansiávamos para celebrar os nossos 20 anos. Em breve já não será um sonho, será uma certeza que os Paços do Concelho vão ser uma realidade. Nós vamos erguer os nossos Paços do Concelho, a casa de todos os trofenses, o símbolo da nossa Trofa e da nossa autonomia administrativa e a representação do nosso enorme orgulho trofense, numa antiga indústria local, hoje abandonada, e localizada mesmo aqui ao lado desta magnífica infraestrutura onde nos encontramos. Nós vamos deixar de ser o único, dos 308 municípios, que não tem um edifício digno para acolher os Paços do Concelho, e vamos deixar de estar espalhados por diferentes edifícios localizados em vários pontos da cidade, o que dificulta o trabalho diário dos nossos serviços municipais e sobretudo prejudica os nossos munícipes. Por isso, aqui estamos nós, 20 anos depois do dia maior, confiantes de que queremos prever o futuro, o melhor futuro para a Trofa e para os nossos filhos e de que temos de ser nós a construí-lo”.

O presidente da Câmara Municipal da Trofa falou sobre o que mudou no município ao longo dos últimos 20 anos e sublinhou que “a Trofa de hoje é um município moderno e sustentável. Em 20 anos, nós ganhámos na economia, na responsabilidade social, no dinamismo cultural, na valorização do ambiente, na promoção do desporto, no apoio à educação, na salvaguarda do património e nas políticas da juventude. Em 20 anos, o parque escolar da Trofa foi profundamente requalificado, construíram-se quilómetros de passeios, pavimentaram-se quilómetros de vias, foram criados novos acessos e foram construídos equipamentos e infraestruturas que nos projetam na região e no país. Em 20 anos, a rede de saneamento básico e a rede de abastecimento de água atingiram os 97%. Nós temos, em 2018, 20 anos depois da nossa autonomia administrativa, indicadores de qualidade de vida dignos dos concelhos mais desenvolvidos de Portugal e temos as melhores condições para que as famílias aqui se instalem para viver, para trabalhar e para investir”.

“Em 2013 teve de se arrumar a casa, teve de se pagar dívidas, reequilibrar finanças e foi muito difícil, pois eramos o segundo município mais endividado do país, mas conseguimos todos restituir o bom nome ao município da Trofa e fizemos e continuamos a fazer obra. Independentemente disto nós nunca deixamos de fazer obra e iniciámos uma verdadeira revolução urbana com a construção do Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, da Alameda da Estação, de vários parques infantis e áreas de lazer, das nossas escolas, com a conclusão do Parque das Azenhas e com a recuperação da antiga Estação Ferroviária, entre muitas outras obras. Mas nós vamos continuar e, em breve, vamos avançar com a construção da Ciclovia do Coronado, com um investimento de 1,8 milhões de euros, e com a construção da Ciclovia Norte, pelo que, em pouco tempo, a Trofa ganhou projeção e reconhecimento nacional, resgatou o dinamismo que viveu noutros tempos, mas agora adaptado às exigências dos cidadãos e hoje somos uma terra de oportunidades e queremos continuar a distinguirmo-nos pelo que nos diferencia, pelas nossas empresas, pela garra e empreendedorismo dos nossos munícipes, pela nossa boa gastronomia, pelos nossos talentos, pela nossa cultura, pelas nossas tradições, pelas nossas crianças saudáveis e felizes, pelos nossos idosos tratados com respeito e com carinho, pelo nosso movimento associativo que mobiliza milhares de trofenses e pelos nossos jovens com apoio para estudarem e para se formarem como cidadãos plenos e é este o nosso caminho. Quando colocamos a nossa ambição, o nosso amor, a nossa determinação e a nossa dedicação ao serviço da causa pública, cada obra ou cada realização é apenas mais um degrau que subimos numa escada que não termina”, mencionou Sérgio Humberto.

As comemorações do 20º aniversário da criação do município da Trofa encerraram com a tradicional vitela, que foi distribuída à população pelo Rancho Etnográfico de Santiago de Bougado, na tenda que estava localizada no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, momento que foi animado pelo grupo “Sons e Cantares d’Outrora”.