Vivemos dias difíceis com a COVID-19. Não é ali ao lado é aqui. Todos passamos pelo desafio de enfrentar este novo vírus. Os açorianos, uma vez mais, demonstraram estar à altura de qualquer combate.
Não obstante das circunstâncias, o desfecho poderia ter sido muito pior, apesar de ainda não ter terminado. Se não tivéssemos tomado as medidas que tomámos isto poderia estar a ter outro rumo, mas é certo também que poderíamos ter ido mais longe.
Defendi, em publicações nas redes sociais, que o Governo Regional poderia ter ido mais longe e ter tomado medidas mais restritivas logo no início desta pandemia. Defendo que fechemos os aeroportos. Apesar de esta ser uma decisão do Governo da República, podíamos ter assumido uma posição de defensa da nossa Região, o que não aconteceu. De que serve a Autonomia se quando nos deparamos com um problemas destes, baixamos os braços e não exigimos? Não nos esqueçamos que António Costa e Vasco Cordeiro são da mesma cor política, fizeram ambos campanha juntos em setembro passado e ambos prometeram defender a Região. Ora, está à vista de todos essa defesa. António Costa recusou e Vasco Cordeiro baixou os braços e amuou.
O facto de o Governo Regional não ter assumido a defesa dos estudantes deslocados é uma questão que também me fez alguma confusão. É verdade que defendo o fecho dos aeroportos mas como existem exceções nas cercas sanitárias, também deveria haver no fecho dos aeroportos e esta podia e devia ser uma exceção perfeitamente aceitável. Os nossos estudantes são o futuro da nossa Região e não basta proclamá-lo, é preciso agir em conformidade destas nossas palavras. Se não lhes estendemos as mãos agora, depois poderá ser tarde. Não podemos deixar estes jovens ao abandono nas cidades onde estudam e não agir para os trazer para junto das suas famílias. Muitos destes jovens estão sozinhos, sem apoio de amigos ou familiares, distantes das suas famílias. Nem consigo imaginar o sentimento de cada pai ao pensar que não pode ajudar os seus filhos e, por isso, aproveito esta oportunidade para mandar um abraço de esperança a cada um deles.
Ao passar esta turbulência, é hora de arregaçar as mangas e meter mãos à obra pela economia regional, que já estava doente antes da pandemia mas que veio agravar. As medidas de apoio às empresas são muito importantes para muitas delas sobreviverem, mas considero que são muito “poucochinhas”. Podíamos e devíamos ter ido mais longe.
Para finalizar deixo dois agradecimentos. Um primeiro a todos os profissionais de saúde, agentes da Polícia de Segurança Pública, colaboradores dos poderes autárquicos e do poder regional, àqueles que nos asseguram os serviços mínimos, entre muitos outros que direta ou indiretamente andam na linha da frente no combate a esta pandemia. A todos eles um muito obrigado pela sua dedicação e empenho. Um outro agradecimento a todos os açorianos. A todos aqueles que seguiram e seguem as indicações da Autoridade Regional de Saúde. Por cuidar de si e cuidar dos outros. Mostramos que somos um povo de garra e que, apesar das dificuldades, sabemos estar unidos e ultrapassar essas mesmas dificuldades. Continuemos a cuidar de todos. Cuidem-se!