Passados quase seis anos, a guerra síria custou mais de 312.000 vidas, metade das quais civis, segundo dados proporcionados pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
A resolução 2139 adoptada pelo Conselho de Segurança da ONU em 22 de Fevereiro de 2014 apelou a todas as partes do conflito sírio para respeitarem as leis humanitárias internacionais e, por consequência, a protecção dos civis que não participavam nas hostilidades.
Dividida em duas partes desde 2012, a população de Alepo oriental ficou sob as leis, nem sempre unânimes, dos diferentes grupos opositores, tendo a Amnistia Internacional denunciado, num relatório do passado mês de Julho, os crimes de guerra cometidos por várias facções rebeldes.
Enquanto os grandes meios de comunicação social de todo o mundo vão transmitindo os mais apocalípticos cenários em relação à administração Trump, a criminosa administração Obama encerrou o mandato radicalizando a sua política externa, incluindo com o fornecimento de sofisticado armamento aos terroristas a quem sempre chamou de oposição ao governo sírio.
Apesar da abstenção sobre a resolução da ONU quanto aos colonatos israelitas, a «tentativa» gorada de eliminar o bloqueio económico a Cuba, da entrega do território de Guantánamo, ilegalmente ocupado, do apoio ao regime pró nazi da Ucrânia e à invasão da Síria, dois países soberanos hoje em ruínas, com centenas de milhares de mortos civis e uma onda de refugiados, nunca vista após a II Grande Guerra Mundial, tornam o nobel da paz Obama como alguém que deixa um rasto de destruição, agressão e guerra ainda pior do que o dos seus antecessores.
O seu sucessor na Casa Branca afirmou há dias que «Nós cessaremos de correr para o derrube de regimes estrangeiros de que não sabemos nada, com os quais não deveríamos estar envolvidos. O nosso foco, ao invés, deve ser derrotar o terrorismo e destruir o ISIS, e nós o faremos. Não queremos ter forças armadas esgotadas porque estamos por toda a parte a combater em áreas que não deveríamos estar a combater. Não vamos ser esgotados nem mais um minuto…
Construiremos nossa força militar não como um acto de agressão, mas como um acto de prevenção. Em suma, procuramos a paz através da força».
Não devemos também esquecer que as potências europeias e a Turquia, interessadas e apoiantes desta política, tiveram papel preponderante na guerra da Síria com destaque para a França e a Alemanha que disponibilizaram armamento sofisticado, inclusive aviões, à Arábia Saudita, a monarquia feudal que ambiciona o domínio na zona do golfo e contribuiu para o agravamento das hostilidades na Síria.
A completa libertação de Alepo do domínio terrorista, constitui, pois, um acontecimento militar e político internacional de grande alcance e significado, colocando em destaque a política hegemonista e militarista do imperialismo, apoiada pela União Europeia, via NATO.
Diversos vídeos foram compartilhados na internet mostrando cidadãos de Alepo comemorando nas ruas com bandeiras do país e retratos do presidente Bashar al-Assad e a agência estatal de notícias Sana também divulgou um vídeo em que Assad cumprimenta os militares após a libertação da cidade.
Conforme as tropas oficiais foram avançando com a operação, o governo confiscou depósitos de alimentos e, de acordo com o canal de televisão libanês al-Mayadeen, os alimentos encontrados nos depósitos são de origem estadunidense e turca e eram fornecidos a partir dos Estados Unidos e Turquia para os terroristas que controlavam a zona, enquanto parte da população ficava sem comida.
Alepo é uma lição para o imperialismo, mas constitui um dever de todo o cidadão condenar sem hesitações este e outros crimes idênticos e desmascarar os seus verdadeiros responsáveis, que violam os direitos humanos e atentam contra a soberania e independência dos povos, colocando em sério perigo a Paz Mundial.