A EDUCAÇÃO NOS DIAS DE HOJE

Não será fácil ensinar a cidadãos com diferentes níveis de educação, jovens e idosos o conhecimento sobre si mesmos e as pessoas em geral, pois até agora, eles foram educados de forma autoritária pelos Pais, Igreja e Estado e estão programados de tal forma que será difícil consciencializá-los de seus  problemas.

No entanto e pensando melhor sobre o tema, educar significa ensinar as pessoas como resolver seus problemas e como viver, para além da sua aprendizagem em relação á opinião sobre os seus congéneres e o Estado.

Não foi até à era moderna que as pessoas começaram verdadeiramente a reconhecer-se em comunidade, dado que na Idade Média, com a prevalência da religião e do misticismo, existiu um condicionamento e domínio sobre o ser humano, em contraste com a ciência baseada na causalidade e, assim sendo, as sociedades acreditavam que a alma do homem, na sua efémera passagem terrena, com a morte subia ao céu para iniciar nova vida.

Ludwig Andreas Feuerbach, filósofo alemão e ateu humanista antropológico, foi quem alterou esta visão, chegando mesmo a influenciar o pensamento de Karl Marx e Sigmund Freud, no entanto, o destino sobrenatural do homem, ainda é válido hoje nas escolas.

Foi somente no século passado, através da visão materialista da história, que o ser humano  começou a olhar para si próprio com outros olhos, reconhecendo, interpretando e explicando aos congéneres as razões do seu comportamento.

A concepção materialista da história foi uma grande incursão no mundo dos sentimentos das pessoas e Karl Marx começou a ver o homem duma forma diferente e, se esse pensamento não tivesse sido combatido, como é ainda hoje, a humanidade veria melhores dias, com mais capacidade para se organizar, mais igualdade e justiça social, ou seja, a consciência do homem é determinada por condições, o Ser determina a consciência, para mudar o mundo é preciso transformá-lo.

Liberdade significa que o homem tem sua segurança e não precisa mendigar para comer, que todo o trabalhador não podendo mais trabalhar, ou adoecer, terá a mesma oportunidade de receber o salário e manter a sua casa e a sua família.

A Educação e os seus métodos, são cruciais para um futuro digno de ser vivido, tanto pais, como professores, pedagogos e psicólogoso devem estar conscientes de que o homem é o produto de sua educação.

A democratização da educação no sentido do respeito pela personalidade da criança e a devoção amigável do educador ao seu aluno, na base de uma anti autoridade interpessoal consistente, serão a contribuição mais valiosa para a construção de uma ordem social humana, pois quem não luta pelo futuro que quer, sujeita-se a ter de aceitar o futuro que vier, portanto, encaremos o actual problema de frente, escutemos o clamor dos professores nas ruas e nas escolas e as suas justas reivindicações, sob pena de condenarmos a Escola Pública e ignorarmos o conteúdo da Constituição.

O clamor que se escuta nas escolas e nas ruas reflecte bem as causas da falta de professores e a reduzida atracção que a profissão exerce sobre os mais jovens pela desvalorização e a estagnação da carreira,  por uma progressão que não incentiva nem cativa, pelos baixos salários, pela elevada carga horária, pela transumância mal paga e incerta de professores tantas vezes desterrados centenas de quilómetros e anos a fio, por um regime de mobilidade por doença que privou quase três mil professores da proximidade dos locais de tratamento, do acompanhamento pela família ou da residência.

Por estas e outras razões, o PCP defende a vinculação de todos os docentes com três ou mais anos de serviço, tendo apresentado na Assembleia da República propostas para a abertura de concursos para a vinculação, neste ano, dos profissionais com dez ou mais anos de serviço e, em 2024, de docentes com três ou mais anos.