A FIGURA DO PADRE LEÃO VISTA POR SAMUEL DE BASTOS OLIVEIRA

Ouvem-se ainda os ecos das inúmeras conversas havidas durante a concentração prévia duma confraternização histórica, que envolveu antigos alunos do Grande Colégio de Gaia, ainda hoje uma instituição de ensino secundário que emancipou, em tempos mais ou menos recentes (e actuais também), inúmeras pessoas da comunidade gaiense, numa iniciativa impulsionada por Luís Filipe de Bastos Oliveira, que no sentido de rever “amizades antigas” e congregou mais de meia centena de antigos alunos, entre mulheres e homens, alguns dos quais (e porque o tempo não pára!) detêm hoje uma vasta descendência que se fez gente (senhoras e homens) ao longo da vigência da instituição gaiense que, indubitavelmente, ainda hoje se mantém como referência marcante no sector do ensino na área do Grande Porto.

Referia na altura o impulsionador do Encontro, enquanto encaminhava os presentes numa visita às actuais instalações, que era importante motivar os antigos alunos, aqueles que durante anos conviveram entre si, sentindo e valorizando de perto o pulsar duma Instituição de qualidade em matéria de ensino, que ainda hoje vai resistindo às vicissitudes da civilização, às vezes também com tiques de “retrocesso” aparente.

A História de um Director consagrado ao ensino

Antes do também agendado “repasto” na Quinta da Boucinha, para além da visita às instalações do Colégio e do natural convívio entre os intervenientes neste tipo de acontecimentos, a apresentação da publicação dedicada à vida e obra do antigo Director, Padre Manuel Leão, assumiu particular curiosidade, quer pela sua entrega total ao exercício do sacerdócio e do ensino pelo qual enveredou de “alma e coração”, os participantes puderam saber um pouco mais da “Vida e Obra” do Padre Manuel Leão e da própria Instituição de ensino a que se consagrou.

Relativamente à publicação alusiva, patrocinada pela Liga dos Amigos da Feira e intitulada “Manuel Leão Ilustre Feirense”, ela descreve a “notável figura” com algum pormenor, citando que “nasceu na freguesia feirense de Milheirós de Poiaresem 1920, ingressando uma década depois (1930) no então Seminário do Sagrado Coração de Jesus, que posteriormente adoptou a designação de Colégio de Trancoso, denominação da quinta onde então funcionava. estava localizada. Todavia, foi já em 1947 que o Padre Manuel Leão assumiu a Direcção do Colégio, após uma década em que exerceu funções de sub-director. No entanto, o próprio autor da publicação – Samuel de Bastos Oliveira – que exerceu a maior parte da sua docência na instituição gaiense, que fez questão de citar em pormenor um pouco da vida da Ilustre Figura já desaparecida, começando por recordar no seu registo um excerto do que foram as comemorações do cinquentenário do Colégio, em cujas páginas a dada altura destaca:

Celebramos hoje o cinquentenário da fundação deste Colégio, num imóvel modesto situado na Rua Pádua Correia, constituído por rés-do-chão e primeiro andar, com salas para a Primária e para o Ciclo Preparatório, até ao 5º ano liceal. As instalações eram pequenas, mas os educadores souberam sempre albergar nelas, com carinho e dedicação, centenas de “filhos” não apenas de VN Gaia, mas de outras partes do País. É nessa recordação saudosa, em que são trazidos à memória factos e pessoas, que todos os alunos de então dão conta de quão indelevelmente o Colégio de Gaia os marcou».

NB”- De salientar que o dr. Samuel de Bastos Oliveira, ainda que resida há longos anos na freguesia de Fajões onde constituiu família, nasceu na freguesia de Carregosa, ambas no concelho de Oliveira de Azeméis, tendo-se licenciado na Universidade de Salamanca e exercido a maior parte da sua actividade lectiva, tanto no Colégio de Gaia, onde fundou e dirigiu a publicação interna “O Nascente”, como na Escola Secundária Almeida Garret, nesta mesma cidade da Região do Grande Porto.