As eleições para o Parlamento Europeu servem no essencial para mostrar que a União Europeia é democrática, uma vez que organiza eleições periodicamente, tornando-se claro que este Parlamento não tem nenhum dos atributos dos Parlamentos Nacionais, pois não serve nenhum propósito ligado à execussão de políticas neles propostas.
Por outro lado e desde a sua criação, a Comissão Europeia tem sido a correia de transmissão das determinações da NATO através das várias instituições europeias, tanto no Conselho de Chefes de Estado e de Governo como na Associação Europeia de Empregadores, a BusinessEurope, acrescido facto dos parlamentares possuirem o poder de aprovar resoluções por maioria simples, sem que ninguém as leia ou possa interagir com elas, ou seja, como a maioria actual é atlantista, todas as opiniões seguem a voz do dono transatlântico.
Assim sendo e por governabilidade técnica, surgem aqui duas qualidades da acção governativa da actual liderança política da União Europeia, sobretudo da Comissão, mas também e essencialmente do Banco Central Europeu, ou seja, em primneiro lugar uma habilidade de governar que traz para si mais poder de impor propostas aos Estados membros, por via de pactos, por exemplo o pacto orçamental e a sua regra de ouro, em segundo lugar a anulação da discussão e intervenção política sobre esse poder por via de inquestionáveis consensos técnicos, como por exemplo as decisões do BCE sobre as taxas de juro que na prática só têm prejudicado as economias mais débeis.
O resultados das últimas eleições para o Parlamento Europeu constituem um sério revés para as forças políticas ditas democráticas, com o crescimento da direita fascista e seus acólitos, determinando como tal algumas drásticas decisões em França e na Bélgica.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições legislativas, após a vitória de Marine Le Pen, na Bélgica o Primeiro-ministro da Bélgica demite-se depois de derrota eleitoral frente à extrema direita, afirmando que «esta é uma noite particularmente difícil», na Itália, Austria, Alemanha e Hungria os partidos extremistas de direita ou fascistas consolidam posições.
Relativamente à situação francesa, acresce o facto de após Macron, guerreiro de mangas de alpaca, ter anunciado a disposição de enviar tropas para ajudar o presidente nazi da Ucrânia, quem vence as eleições em França é exactamente um partido apologista da mesma ideologia.
Como demonstra a guerra na Ucrânia, em vez de promover a paz e a diplomacia, a segurança colectiva e a cooperação, a União Europeia aumentou a sua submissão e dependência face aos EUA e à NATO, estando alinhada com uma política de escalada de tensões, que é rejeitada pela grande maioria dos países em todo o mundo.
A dramática situação na Palestina põe em evidência a imensa hipocrisia da UE e a sua inaceitável posição de branqueamento e cumplicidade face aos crimes de Israel contra o povo palestiniano.
Incrementando a sua militarização, a UE desvia cada vez mais recursos para o negócio dos armamentos e a guerra, em vez de os utilizar para resolver urgentemente os problemas sociais e promover a coesão económica e social, ao mesmo tempo que acentua a natureza selectiva, repressiva e desumana das políticas migratórias, ao ignorar as causas da migração, mas criminalizando os migrantes e deixando os refugiados desprotegidos.
Os deputados da CDU no Parlamento Europeu, coligação do PCP, PEV e Independentes, com perfeita noção destas realidades e dos perigos que acarretam, têm apresentado e continuarão a fazê-lo, propostas para rejeição da revisão das regras da governação, tais como, o pacto de Estabilidade da Governação Económica, a Migração e Asilo, de apelo ao cessar fogo imediato nos conflitos existentes, contra a degradação das condições de vida das populações, pois os tempos que vivemos exigem que se unam forças por um rumo alternativo para a Europa que queremos de Paz e cooperação em igualdade com todos os povos do mundo.