“AS PESSOAS JÁ ESTAVAM COM SAUDADES DE VOLTAREM AOS VELHOS TEMPOS”

A população estava ansiosa pelo regresso das celebrações, depois de dois anos de interregno, por isso, as Festas em honra do Sagrado Coração de Jesus, na freguesia da Ribeira Seca, voltaram com força. O autarca fez um balanço positivo das comemorações, que aconteceram entre o dia 19 e 23 de agosto. Além disso, o presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Seca também publicitou o Dia da Freguesia, que acontece a 25 de outubro, e enumerou as necessidades da terra que lidera, lembrando que é preciso saneamento, parques de estacionamento e habitação.

 

As Festas em honra do Sagrado Coração de Jesus, na freguesia da Ribeira Seca, voltaram às ruas entre 19 e 23 de agosto, depois de dois anos de interregno forçados pela pandemia da Covid-19. A população estava ansiosa por esta retoma à normalidade e, por isso, participou em massa, tanto na vertente religiosa, como na vertente profana da celebração.

No dia 19 de agosto, a festividade teve início com a abertura da barraca da Comissão de Festas, seguindo-se a estreia do bazar e a inauguração da iluminação. Nessa noite, atuou o artista Eduardo Simas e, mais tarde, aconteceram as Cantigas ao Desafio. No dia seguinte, durante a tarde, teve lugar a inauguração do Monumento da Madre Teresa e Santo Cristo, sendo que mais tarde atuou Andreia Macário, seguida da Banda Larga e, no final da noite, o DJ Luís Paiva subiu ao palco. No dia 21 de agosto, pela manhã, celebrou-se a eucaristia com Profissão de Fé, enquanto, durante a tarde, os mais novos puderam divertir-se nos pula pulas. Ao final da tarde, aconteceu a procissão em honra do Sagrado Coração de Jesus e, nessa noite, a festa contou com a participação dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, seguindo-se a atuação da Banda Acoustics. Na segunda feira, dia 22 de agosto, pela manhã houve uma eucaristia e, de tarde, aconteceu o cortejo das oferendas, enquanto que há noite o artista Nuno Martins abrilhantou a festividade, tendo sido o DJ Rudinho a encerrar a noite de atuações. No último dia de comemorações, pelas 16 horas houve o cortejo da Música das Canas. Já nessa noite, depois das arrematações a favor da Comissão de Festas 2023, a dupla Zé e Zezinho subiu ao palco. A festa terminou com a saída da imagem do Sagrado Coração de Jesus e com o magnífico espetáculo de fogo de artifício.

José Manuel Aguiar, presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Seca, em declarações exclusivas ao AUDIÊNCIA, recordou o papel da autarquia nesta e noutras festas da localidade, lembrando que, dentro das suas possibilidades, ajuda ao máximo. Na Festa em honra do Sagrado Coração de Jesus, por exemplo, suportou todos os custos de eletricidade do arraial.

Este foi um ano especial, porque simbolizou o regresso da festividade, depois de dois anos em que a mesma não se realizou, devido aos constrangimentos da pandemia que assolou o país e o mundo. “As pessoas já estavam com saudades de voltarem aos velhos tempos, de se juntarem todos, conversarem, de dialogarem e conviverem, que era o que já estava a faltar há algum tempo, por isso, as pessoas estavam recetivas à festa em si, participaram, colaboraram, o que é muito importante”, destacou o autarca. Também os emigrantes tiveram um papel importante. “Eles tiveram estes dois anos sem poderem vir cá e, este ano, vieram em massa (…). Alguns ficaram mais tempo, aliás, alguns até apanharam as duas festas, o São Pedro, no final do mês de junho, e o Sagrado Coração de Jesus, em agosto, tiraram praticamente dois meses de férias”, afirmou o presidente José Manuel Aguiar.

O padre Roberto Cabral, no entanto, achou que a vertente religiosa perdeu alguns adeptos, face a anos anteriores, no entanto, garantiu que, tendo em conta os mais de dois anos de interregno, os números são animadores. “Apesar das pessoas estarem ávidas de se encontrarem, de voltarem a celebrar em conjunto, por vezes, há aquela situação que a pandemia também trouxe, de algum afastamento de caráter religioso. Apesar disso, houve uma boa afluência das pessoas”, referiu o pároco, que confessou que está, bem como todos os colegas sacerdotes, ciente desta realidade e do facto dela poder perdurar no tempo. “Algumas pessoas, por diferentes razões, entenderão não regressar à sua participação e vida religiosa ativa, mas pronto, cabe-nos a nós ir tentando que eles regressem, mas dependerá, depois, da escolha de cada um”, finalizou. Ainda assim, tanto o autarca como o padre destacaram a procissão como um dos momentos mais participados da comemoração. “Houve uma grande participação das pessoas na procissão, mas também houve o cuidado, o empenho e o brio de ornamentarem os caminhos para a passagem da procissão, o que também é de realçar”, referiu o pároco Roberto Cabral.

O balanço, foi, no entanto, bastante positivo. “Espero, agora, que no próximo ano seja, não digo igual, porque não há festas iguais, mas que continue a haver uma projeção em relação às festas daqui do Coração de Jesus, e claro que a Junta de Freguesia está sempre disponível para ajudar naquilo que for necessário”, aludiu José Manuel Aguiar, que terminou lembrando que o orçamento da autarquia é pequeno, mas que, mesmo assim, tentam ajudar todas as festividades e que sabem que é preciso ajudar a Comissão de Festas porque, “principalmente a parte profana, requer alguma disponibilidade financeira”.

 

Dia da Freguesia é o próximo grande evento da Ribeira Seca

Verão e festas terminadas, a Junta não para, até porque no dia 25 de outubro, a Ribeira Seca comemora os seus 446 anos como freguesia. O Natal, esse, só começará a ser preparado depois do Dia da Freguesia, porque, segundo o presidente, “as coisas têm de ser programadas aos bocadinhos”.

Mas, nem só de comemorações vive uma freguesia e José Manuel Aguiar destacou o contrato interadministrativo que a Junta da Ribeira Seca tem com a Câmara Municipal da Ribeira Grande que lhe está a permitir levar a cabo o alargamento do cemitério da freguesia, uma obra há muito esperada pelos habitantes. “É um anseio da população há alguns anos e que foi sempre se arrastando. Eu disse basta e decidi que, neste mandato, vou deixar a ampliação do cemitério feita, de uma vez por todas”, disse o edil.

Além desta obra, a Junta de Freguesia vendeu uma casa e, com o dinheiro dessa venda, está a arranjar, aos poucos, um armazém nas traseiras da Casa Mortuária. “É um espaço para dar apoio ao pessoal da Junta, para guardar material, o camião, e mesmo para outras coisas. É necessário um sítio seguro”, mencionou.

Os sonhos, esses, são muitos. “Uma das coisas que eu gostava muito de ver acontecer, e que é uma obra da responsabilidade do nosso Governo Regional, é o saneamento básico da Rua Direita de Cima e da Rua Direita de Baixo”, referiu José Manuel Aguiar. A este sonho juntou, também, a construção de mais dois ou três parques de estacionamento, uma vez que, com o aumento do número de carros por casa, a situação do trânsito tem-se vindo a complicar na freguesia.

Apesar de tudo isto, José Manuel Aguiar pediu a confiança dos seus fregueses. “A população pode confiar naquilo que o executivo da Junta de Freguesia está a fazer pela nossa terra. Eu vivi toda a minha vida nesta freguesia, e este projeto de quatro anos não é só meu, é de toda uma equipa. Neste mandato como presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Seca aprendi, estou a aprender que é diferente, que as pessoas têm de ser, acima de tudo, ouvidas. A minha vontade de desenvolver a Ribeira Seca, nos próximos anos, deve ser marcada pela diferença, pela minha capacidade de trabalho, e da minha equipa, e pela competência, características estas que nos dão motivação”, finalizou.