Duas comitivas representativas da Câmara Municipal da Maia e da Junta de Freguesia da Cidade da Maia (Porto) visitaram a Maia do concelho da Ribeira Grande, aquando da data comemorativa da fundação desta freguesia. Em vista está uma futura geminação com a freguesia da Cidade da Maia.
Lideradas por Paulo Ramalho, vereador da Câmara Municipal da Maia e Olga Freire, presidente da Junta de Freguesia da Cidade da Maia, duas comitivas da Câmara Municipal da Maia e da Junta de Freguesia da Cidade da Maia, respetivamente, visitaram a Maia por ocasião das comemorações da fundação desta freguesia.
O principal momento deste encontro deu-se no Centro de Informática e Multimédia bem como na sede da Junta de Freguesia da Maia, com a assinatura do compromisso para a promoção das Terras da Maia por Paulo Ramalho, Olga Freire e Jorge Rita, presidente da Junta de Freguesia da Maia. A presidente da Junta de Freguesia da Cidade da Maia explicou a importância que ela e a sua equipa dão a geminações, apesar de verificar que “às vezes fazem-se geminações para andar a passear. Eu entendo que esse não é o papel da junta de freguesia e, portanto, se não houver algo que sustente a geminação, não vale a pena fazê-lo. Há outras formas de gastar o dinheiro”.
Tal como Jaime Rita fez anteriormente, também Olga Freire afirmou que as semelhanças entre ambas as freguesias são “mais que aquelas que estamos a perceber numa primeira fase”, mostrando-se convencida “de que com o desenrolar destes estudos, vai tornar as nossas Terras da Maia mais rica, e também a freguesia da Maia mais conhecedora do seu passado”.
A líder da Cidade da Maia expunha assim os motivos por que levaram ambas as freguesias a quererem conhecer-se mutuamente, estando na base a possibilidade da fundadora da Maia, Inês Maia, ter origem nas Terras da Maia. Tal como o presidente da Maia pediu, durante esta cerimónia, a presidente da Cidade da Maia comprometeu-se a fazer o que esteja ao seu alcance para ajudar a “estudar a nossa história”.
Olga Freire, que se fez acompanhar nesta deslocação pelos vogais Manuel Tavares, Sandra Campos e José Carlos Azevedo, aproveitou o momento para afirmar que esta relação, que provavelmente resultará numa geminação entre a Cidade da Maia e a Maia, é exemplo de que é possível que “forças políticas diferentes trabalhem em conjunto” em prol da população, fazendo referência de forma implícita ao facto de representar o PSD e Jaime Rita o PS nas respetivas freguesias.
Também presente neste momento histórico para a Maia esteve Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, que recordou que a “afinidade com o norte do país não vem de agora” e reforçou “o papel que o Joaquim Ferreira Leite [diretor do Jornal AUDIÊNCIA] tem tido em aproximar-nos ao norte do país”. O autarca deixa ainda a recomendação para que os nortenhos sejam “embaixadores do nosso concelho” de forma a que “possam passar o bom nome da Ribeira Grande” tendo em vista a mobilidade de turistas para que “a nossa economia local também se possa desenvolver”, bem como dá uma novidade ao executivo e aos habitantes da Maia: o projeto da estrada Maia – Lombinha “está concluído” e será apresentado à população brevemente.
De acordo com Alexandre Gaudêncio, a obra, que é “aguardada há dezenas de anos e é algo de que a freguesia precisa”, tem data prevista de início ainda durante este ano civil. O vereador da Câmara Municipal da Maia, acompanhado por Marta Vieira e Maia Marques, destacou o papel dos açorianos enquanto influenciadores de comunidades nos Estados Unidos da América e no Canadá, dando o exemplo da Maia (concelho) de que “as geminações tanto podem ser feitas entre cidades como entre geografias estrangeiras”.
Paulo Ramalho fez questão de lembrar que no passado as geminações eram “apenas atos típicos que tinham por missão promover e desenvolver a amizade, hoje são também polos de parcerias estratégicas, de construção de pontes e acima de tudo de trabalho em rede”, valorizando assim a iniciativa de ambas as juntas de freguesia, bem como congratulando a presença e apoio de Alexandre Gaudêncio nesta iniciativa.
Quanto ao presidente da Junta de Freguesia da Maia, após as suas palavras de emoção e contentamento em receber e, assim, retribuir a estada que teve (juntamente com a sua comitiva) nas Terras da Maia recentemente, ficou o desejo de que “neste dia [daqui a um ano] estejamos aqui a assinar o acordo de geminação definitivo” entre as duas freguesias.
Jaime Rita pede também ajuda aos líderes provenientes das Terras da Maia para que confirmem de Inês Maia tem origem nas suas terras, alertando para o facto da documentação existente nos Açores ser pouca. Após esta cerimónia, que incluiu as trocas de lembranças entre o vereador da Câmara Municipal da Maia e os presidentes da Junta de Freguesia da Maia e da Cidade da Maia, teve lugar um beberete na Biblioteca Infantojuvenil Prof.ª Doutora Maria da Graça Borges Castanho.
No programa das festas constava ainda a conferência “A Fundação da Freguesia da Maia: Relação Histórica com as Terras da Maia e de Portugal Continental”, proferida pelos oradores Maia Marques, Mário Moura e Elias Pereira, para além de uma visita e explicação sobre a exposição acerca do descendente de açorianos Craig Mello, Nobel da Medicina, no Centro de Informática e Multimédia da Maia, bem como pelo desfile das atividades culturais e económicas da Maia, cuja atenção recaiu sobre o grupo “Bombo Mania” e sobre a Associação Musical Lira do Espírito Santo da Maia. No final da tarde foi possível admirar a exposição de maios no adro da igreja Matriz, na qual estavam 100 maios expostos (incluindo o de Inês Maia com 10 metros de altura) num concurso em que o prémio, atribuído ao Centro de Dia da Casa do Povo da Maia, foi uma viagem à Maia no Porto.
A festa não acabou sem a Junta de Freguesia homenagear todos os trabalhadores que se encontravam presentes, ocasião que acabou por ser protagonizada por Vânia Dilac (uma voz já bem conhecida dos açorianos e dos micaelenses em particular, mas também pelo resto do país devido à sua participação no concurso “The Voice Portugal”) ao interpretar um trecho da música açoriana “Chamateia”, de António Melo e Sousa e Luís Alberto Bettencourt. A voz da cantora mereceu a atenção dos convidados do norte de Portugal que, rendidos ao seu talento, procederam a uma troca de contactos para que Vânia Dilac possa deslocar-se até à Maia (Porto) para dar um concerto naquele concelho.