CANELAS E A SERRA

Na carta foral, concedida pelo Rei D. Manuel I, a “Vila Nova de Gaya”, em 1815, Canelas está designada com o nome de “Canêlhas”.

Antes da constituição do concelho de Gaia, no ano de 1834, Canelas fazia parte do concelho da Feira.
Como pontos de interesse, encontra-se a Capela do Senhor do Calvário, na Serra de Canelas; a Igreja Matriz, reconstruída em 1779; o famoso e artístico coreto de Canelas, de 1907 e sob o ponto de vista histórico, esta freguesia, entre outros factos, foi palco de violentas lutas na época das invasões francesas e nela há um local, no lugar da Rechousa, que serviu de cemitério aos que tombaram nas lutas e que está assinalado com uma capela miniatura.
Possui óptimos estabelecimentos de ensino, excelente vias de comunicação, colectividades recreativas, muito frequentadas, para além a Casa da Cultura, resultante da grande evolução sócio-cultural que Gaia teve nestes últimos anos.

Geograficamente encontra-se situada entre as freguesias de Gulpilhares, Vilar do Paraíso, Mafamude, Vilar de Andorinho, Pedroso, Perosinho e Serzedo.

No coreto metálico, o visitante não se deve esquecer de apreciar as artísticas pinturas, onde sobressaem os retratos de músicos célebres, como Mozart, Schubert, Alfredo Keil e outros. Foi mandado construir por um anónimo, desconhecendo-se ainda as razões que o levaram à construção de tão artística como dispendiosa obra: o Coreto Metálico de Canelas.

Aqui se encontra o centro do concelho e ainda recentemente lá foi inaugurada uma ligação à EN Nº 1, que prestou uma significativa homenagem ao ex-Presidente da Câmara de Gaia, Heitor Carvalheiras que foi durante muito tempo presidente da Junta de Freguesia, transitando de para a presidência da Autarquia Gaiense, cedendo o lugar ao actual presidente, Luís Filipe Menezes. Esta via encontrava-se encravada há muitos anos, sendo só agora inaugurada como prova da grande evolução verificada nesta e noutras freguesias de Vila Nova de Gaia.

No epicentro do concelho
esta freguesia hoje é
quase uma cidade moderna
tal a evolução de ultimamente
a Câmara lhe tem oferecido.

 

A pesca na Afurada

Afurada, situada na margem esquerda do rio Douro, é uma freguesia antiquíssima, pois o seu nome já foi citado no Foral de Gaia, de D. Afonso III em 1255, mais tarde no Foral de D. Dinis, em 1288 e, finalmente, no Foral de D. Manuel I, em 1518.

Nos referidos forais, este lugar é designado como Furada, sendo pois este o seu primitivo nome e só mais tarde, talvez nos meados do século passado, é que se deu a prótese do “A” ficando a chamar-se Afurada. Segundo a citação dos forais, Afurada era uma espécie de areal onde os pescadores trabalhavam, à varga, de cujo produto deviam pagar uma quinta parte do foro.

Os terrenos onde estão construídos os prédios de Afurada são arenosos o que vem provar a afirmação. Nos meados do século passado, vieram algumas famílias de pescadores de Espinho, fixando-se na Afurada onde começaram a construir as suas habitações.

Em 1892 houve uma grande catástrofe no mar, na qual perderam a vida muitos chefes de família da Afurada e foi então que Bento Carqueja, ao tempo director de “O Comércio do Porto”, fez uma subscrição, com cujo produto construído o edifício da Creche, para os órfãos desses náufragos, sendo também estabelecidos subsídios para as viúvas e dotes para as filhas.

A Casa dos Pescadores tem uma história que dava para fazer uma enciclopédia e que estava debaixo da alçada da Capitania do Porto. Em 1951 foi então criada a freguesia de S. Pedro da Afurada.

Tudo tem mudado na Afurada
dos tempos de hoje e de ontem
de quase nada nasceu a frota piscatória
e o Município e Autarquia Local
tudo têm feito para a cidade lá ficar

 

*Escrito em 2011