COLETIVIDADES COMEMORARAM O CENTENÁRIO DA OBRA “PEROSINHO – APONTAMENTOS PARA A SUA MONOGRAPHIA”

As coletividades de Perosinho assinalaram, no passado dia 24 de julho, o centenário da obra “Perosinho – Apontamentos para a sua Monographia”, da autoria do Padre José Ribeiro d’Araújo. O programa comemorativo contemplou uma missa de sufrágio na Igreja Matriz de Perosinho, e uma sessão evocativa no Auditório do Grupo Musical da Mocidade Perosinhense. As celebrações foram agraciadas com a presença e intervenção de Elísio Pinto, vereador da autarquia gaiense, em representação de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, João Morais, presidente da Junta de Freguesia de Serzedo e Perosinho, Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, Gil Guedes, perosinhense, e Barbosa da Costa, historiador.

 

 

 

A Biblioteca Pública de Perosinho convidou o Rancho Folclórico de Perosinho, a Associação Recreativa de Perosinho, a Associação Recreativa e Cultural de Sirgueiros, o Grupo Musical Mocidade Perosinhense e o Clube de Futebol de Perosinho para se unirem na celebração dos 100 anos da publicação da obra “Perosinho – Apontamentos para a sua Monographia”, da autoria do Padre José Ribeiro d’Araújo.

As comemorações decorreram no passado dia 24 de julho e contemplaram uma missa de sufrágio presidida pelo Pároco Manuel Lopes Ribeiro, que teve lugar na Igreja Matriz de Perosinho, e uma sessão solene evocativa do centenário da obra, que decorreu no Auditório do Grupo Musical da Mocidade Perosinhense. A celebração contou com um momento musical proporcionado por um quarteto de cordas da Escola de Música de Perosinho e com a presença e participação das coletividades organizadoras, do vereador da autarquia gaiense Elísio Pinto, do presidente da Junta de Freguesia de Serzedo e Perosinho, João Morais, do presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, Paulo Rodrigues, do perosinhense Gil Guedes e do historiador Barbosa da Costa.

Vítor Fontes, presidente da direção da Biblioteca Pública de Perosinho, explicou em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, que “nós queríamos ter comemorado o centenário desta obra o ano passado, mas tivemos de cancelar muitas vezes devido à evolução pandémica, mas não podíamos deixar esta data por assinalar e concretizou-se a 24 de julho deste ano e muito bem”, ressaltando que “este documento histórico não é património da Biblioteca e só faria sentido se o celebrássemos com a comunidade e foi por isso que desafiamos as nossas amigas coletividades, para se juntarem a nós. Portanto, a Biblioteca ficou como coletividade coordenadora, apenas isso”.

Segundo afirmou o presidente da direção da Biblioteca Pública de Perosinho, a obra “Perosinho – Apontamentos para a sua Monographia” tem uma importância “enorme para esta ideia de comunidade. Perosinho é uma pequena Vila e uma freguesia de média dimensão, no contexto de Vila Nova de Gaia, e estes documentos históricos, como são as monografias, em particular esta, são muito relevantes, porque sabemos que é uma das mais completas a nível nacional, escritas há precisamente 100 anos, com muito poucos meios, porque hoje seria muito fácil e, portanto o Padre José Ribeiro d’Araújo sendo natural de Perosinho, pároco de Ovar durante muito tempo e a viver em Ovar, conseguiu à distância, que, na altura, era considerável, digamos, cristalizar as tradições, as lendas, aforismos, a própria identidade desta gente que, como o próprio livro aponta, é muito, muito, remota. As origens de Perosinho são, de facto, muito recuadas no tempo. E, portanto, para nós, este é, talvez, o testemunho mais antigo que Perosinho tem, organizado entenda-se, e é para nós motivo de festa e não podíamos deixar esta data passar, sem uma comemoração que dignificasse não só a obra, mas também o seu autor”.

Acreditando que “é um documento que dignifica muito a nossa terra”, o dirigente associativo sublinhou, ainda, que a ligação da coletividade a esta publicação “é, também, muito umbilical, digamos assim. Portanto, há muito poucos exemplares. Nós não sabemos qual foi a primeira tiragem da obra de 1920. Sabemos é que são muito poucos e muito raros. A Biblioteca conseguiu encontrar uma, a sua segunda primeira edição, há cerca de dois meses, num alfarrabista e adquirimos por um preço considerável. É uma obra classificada como rara. Portanto, como havia o risco de se perder, em 1980, a Biblioteca avançou para uma segunda edição, com uma tiragem já bastante confortável, de cerca de 1000 exemplares. Essa segunda edição rapidamente, também, esgotou e no ano de 2000 avançamos para uma terceira edição, que temos disponível para venda e para oferta. A ligação da Biblioteca é esta defesa desta obra e se não tivesse sido, de facto, esta ação, que teve o apoio da Junta de Freguesia, no seu tempo, da Câmara Municipal, da Associação Cultural Amigos de Gaia e até dos próprios familiares do Padre Ribeiro d’Araújo, não teria sido possível preservar este documento”.

Vítor Fontes aproveitou, ainda, a ocasião para revelar que “a Biblioteca assumiu o compromisso, e vai cumpri-lo, de fazer chegar a todas as salas de aula das escolas do 1º ciclo, aqui, de Perosinho, quer de Brandariz, quer a Escola do Loureiro, um exemplar a cada sala de aula, para que os professores do ensino básico possam trabalhar com as crianças, desde muito cedo, os aforismos, as origens, os jogos tradicionais, que estão registados, alguns não são característicos apenas de Perosinho, mas são de um tempo e há todo um vocabulário que, hoje, caiu em desuso, mas que faz todo o sentido recuperar e isso é muito importante”, enaltecendo que “importa, de facto, preservar e chamar à atenção para a leitura, porque é um documento muito fácil de consultar, está muito bem estruturado, usa uma linguagem que é bastante acessível a qualquer um de nós. O enfoque tem de ser as novas gerações”.

O presidente da direção da Biblioteca Pública de Perosinho destacou, ainda, que “a monografia projeta esta ideia de comunidade, de laços que são comuns, de um chão que é comum, de uma terra que é partilhada”.