EDUARDO VÍTOR RODRIGUES ABANDONA A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DE GAIA

O presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, acabou de anunciar, em conferência de imprensa, a renúncia ao mandato.

Esta decisão decorreu no seguimento do Tribunal Constitucional ter confirmado a perda do mandato do autarca gaiense, que foi condenado pelo crime de peculato, por uso indevido de um carro deste município.

Apesar da decisão não ter sido definitiva e de existir a possibilidade de apresentar uma reclamação, Eduardo Vítor Rodrigues, anunciou, hoje, que “continuarei a lutar pela verdade, a recorrer até obter a justiça devida. Mas, chegados aqui, não espero mais pelos resultados finais da justiça, que bem podem ir para além do mandato. Já havia dito que ponderava sair e chegou o momento. Não saio da política, nem da luta. Continuarei a participar nos espaços de intervenção cívica, a pensar, a falar e a escrever”.

Evocando o trabalho desenvolvido à frente dos destinos da terceira maior Câmara do país, o edil reforçou que, “em 12 anos, nunca tive processos ou suspeições por fraude ou corrupção, e vejo-me, agora, a discutir uma perda de mandato por uma ida à padaria com o carro da Câmara. O ridículo tomou conta de todos nós e vamos todos pagar caro por isso, vamos pagar com o prestígio das instituições junto das pessoas, que não compreendem esta situação absurda. Isto é humilhante, é desproporcionado, é injusto”.

Agradecendo o empenho e o trabalho da equipa e dos colaboradores da autarquia, assim como o apoio e a confiança dos gaienses, o autarca sublinhou que, “em causa está a idoneidade, a isenção e a credibilidade de todo o processo e das decisões tomadas; está em causa a nulidade do mesmo, bem como um conflito de interesses evidente do dito magistrado e uma inaceitável decisão em claro interesse próprio e pessoal. Os intervenientes devem ser imparciais, isentos e sem interesses associados. Não foi obviamente o caso”.

Por fim, Eduardo Vítor Rodrigues, adiantou que “importa-me preparar o próximo ano letivo, o meu enquanto professor universitário, e o dos 34 mil alunos de Gaia, enquanto autarca. Voltarei ao meu meio profissional, de onde suspendi o vínculo, para me dedicar pela primeira vez a uma atividade política remunerada. Não sou político e não quero sê-lo. (…) Neste contexto, entendo também ser minha obrigação antecipar a saída e preparar o novo ciclo da vida”.

A demissão terá efeitos a meados de junho.

 

Notícia em atualização.

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