“FAZER ALGO DIFERENTE, DE FORMA A AJUDAR E ORIENTAR AS PESSOAS, ENCAMINHANDO-AS”

Alcides Couto, em exclusivo ao Jornal AUDIÊNCIA, falou sobre a situação atual do país e do concelho onde nasceu. Além de referir problemas estruturais a nível nacional, como a saúde, o antigo líder concelhio do partido CHEGA referiu a necessidade de Gaia investir numa zona industrial na região mais interior do município e falou sobre a associação que vai nascer, este ano, e que tem como grande objetivo ajudar as pessoas e orientá-las nas suas necessidades.

 

 

 

Alcides Couto, antigo líder do CHEGA em Vila Nova de Gaia, membro da Distrital do Porto do partido e diplomata civil, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, referiu que 2022 foi um ano de desafios, de escolhas e de decisões. “2022 foi um ano bom, estamos com três deputados nas freguesias, em Vila Nova de Gaia, e um na Assembleia Municipal. Como pertenço, também, à Distrital do Porto, o balanço, para nós, foi excelente, temos formação quer pessoal, quer política e até na vida ativa”, elucidou Alcides, sobre o partido.

“É uma vergonha o que estamos a viver”, disse o político, relativamente a questões como “portas giratórias no Governo”, saúde, aumento dos preços e todas as questões, que estão a preocupar, cada vez mais, os portugueses, no novo ano. “Temos de lutar todos pelo mesmo objetivo, neste caso, lutar pela injustiça que está a existir em Portugal. Os bens de primeira necessidade não deviam ter o IVA, para reduzir as cargas fiscais das famílias, por exemplo, no pão, em Espanha, já não se paga o IVA, aqui paga-se e, no azeite, a mesma situação”, mencionou como alternativas à crise que se vive. Em alguns casos, Alcides Couto nomeou aumentos de 50%, em bens do dia a dia, como arroz e massa. “Vê-se muita gente que acaba a licenciatura e emigra, porque vão ganhar mais e, apesar da Europa não estar bem, ainda assim, veem, lá, mais oportunidades”, contou Alcides sobre o resultado dos aumentos do custo de vida e de, por exemplo, as taxas de juro nos créditos à habitação.

“O Governo tem feito muito pouco em relação ao sistema de saúde. O problema não é só a obstetrícia, mas também, por exemplo, o acesso a médicos de família. Se alguém tiver doente e for à USF, ou não tem vaga, ou tem de ir para uma urgência e essa é limitada. Vão ao hospital, são horas à espera, e ninguém fala disso. Há cirurgias com dois e três anos de atraso”, é outro dos assuntos que preocupa o diplomata civil.

Apesar de já não estar à frente dos destinos de Vila Nova de Gaia, é cidadão gaiense e, por isso, contou sobre as suas preocupações em relação ao território onde nasceu e vive, onde acredita que se devia apostar, sobretudo, na criação de emprego, habitação e na melhoria dos transportes. “Gaia tem de começar a ser mais dinâmica, temos de ser mais ambiciosos. Têm de ser dados mais apoios aos jovens para abrirem os seus próprios negócios, tem de haver mais atenção em relação à habitação e ao transporte, por exemplo (…). As zonas interiores, como Sandim, Olival, Lever, Sermonde são as mais prejudicadas. O que faz falta lá? Uma zona industrial. Há uns anos atrás estive num movimento independente e uma das coisas que eu pedi foi uma minizona industrial para Sandim. O transporte é precário e a zona industrial vai criar postos de trabalho e dinamizar a região, porque se a população mais jovem sai, a que fica começa a ficar cada vez mais envelhecida e a população começa a reduzir”, disse, reforçando que acredita, inclusive, na futura desertificação de algumas das freguesias do interior.

“É preciso, a nível coletivo e pessoal, mais paz, justiça, liberdade e mais igualdade”, defendeu o militante do CHEGA, completando que “a paz tem um nome: desenvolvimento”.

“Os partidos novos são uma mais-valia para a democracia, porque trazem para o debate público os problemas”, referiu Alcides Couto, referindo que o CHEGA é um desses partidos, e que, cada vez mais, é uma escolha entre os jovens que estão cansados do sistema e da situação. “O PS e o PSD não gostam, mas o partido Chega é importante”, salientou.

A nível pessoal, Alcides Couto admite que passou por muitas mudanças, algumas até parecem ser uma regressão, mas tudo com o intuito de avançar mais, futuramente. “Pertenço a uma instituição internacional, sou diplomata civil. Além disso, após os tempos complicados que vivemos, após a Covid-19, e com estes aumentos das taxas, a inflação, todas essas situações que estão a prejudicar muito os portugueses, e a pedido de algumas pessoas, estamos a organizar uma instituição, de forma a poder ajudar as crianças, os idosos, os mais necessitados, e vai ser já no ano 2023”, desvendou. “A maioria das pessoas não tem os conhecimentos necessários, a população é, maioritariamente, idosa e tem de haver alguém a ajudar e a encaminhar. O projeto que eu vou iniciar com algumas pessoas, começando pelo Grande Porto, mas a maior parte das pessoas são de Gaia, é nesse sentido. Fazer algo diferente, de forma a ajudar e orientar as pessoas, encaminhando-as. Vamos ter uma parte jurídica, a nível de processos, até mesmo de educação, formação e informação para jovens, sobre o que devem fazer, porque as pessoas andam perdidas”, terminou, garantindo que, neste momento, está a tratar de burocracias legais e, em breve, esta novidade será uma realidade.