NEYA PORTO HOTEL: ONDE A HISTÓRIA SE UNE À ALMA E SUSTENTABILIDADE

Após um período de soft opening, por imperativo da proliferação da Covid-19 em Portugal e no mundo, o NEYA Porto Hotel foi inaugurado, oficialmente, no passado dia 11 de maio, uma iniciativa que contou com a presença de Rita Baptista Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, vereadores da Câmara Municipal do Porto, representantes do Turismo de Portugal, assim como autoridades civis e militares. Esta unidade hoteleira, que nasceu nas ruínas do antigo Convento da Madre de Deus de Monchique, na zona ribeirinha da Invicta, foi a primeira do país a obter o certificado LEED Gold, que premeia a sustentabilidade dos edifícios.

 

 

 

Com um investimento de 18 milhões de euros, cofinanciado em cerca de seis milhões pelo COMPETE – Portugal 2020, o projeto foi desenvolvido pelos gabinetes da PK Arquitetos e Colodd, tendo como principal objetivo transformar parte das ruínas do antigo Convento da Madre de Deus de Monchique no NEYA Porto Hotel, cujo processo de construção contou com a assessoria ambiental da empresa Edifícios Saudáveis, para a gestão de todo o processo até à certificação LEED Gold (Leadership in Energy and Environmental Design).

Depois da abertura do NEYA Lisboa Hotel, em 2011, o Grupo ergueu a sua segunda unidade hoteleira a partir dos destroços do Convento da Madre de Deus de Monchique, que foi fundado em 1533 e fechou portas em 1834, tendo albergado inúmeras fábricas, até cair no esquecimento, e ficou imortalizado na obra “Amor de Perdição” de Camilo Castelo Branco.

Projetado pela arquiteta Francisca Ramalho, o NEYA Porto Hotel conta com 124 quartos, que contemplam uma almofada de massagens shiatsu, para relaxamento, entre os quais 12 suites, que estão decoradas com o tema “Rota das Indústrias”, e contaram com a colaboração de marcas como a Bordallo Pinheiro, Corticeira Amorim, Delta Cafés, Castelbel ou Vista Alegre.

Esta unidade hoteleira dispõe, ainda, de um business center, três salas de reuniões, spa, ginásio e o restaurante Viva Porto, com vista para o Douro e uma carta inspirada na gastronomia portuguesa. No terraço, encontra-se o bar Último, com uma oferta de cocktails, snacks e refeições ligeiras, que beneficia de uma vista panorâmica sobre o Douro e o claustro ajardinado, pertencente ao antigo convento.

Assumindo-se como sendo um hotel quatro estrelas superior, 100% português e sustentável, o NEYA Porto oferece uma localização privilegiada na frente ribeirinha e está aberto à comunidade.

Após um período de quase dois anos a operar em soft opening, esta unidade hoteleira assinalou, no passado dia 11 de maio, a sua inauguração oficial, com o descerramento da placa correspondente ao galardão da certificação LEED Gold, um certificado internacional, que avalia a sustentabilidade dos edifícios, desde o design, à manutenção, passando pela construção e operação.

Por conseguinte, no âmbito da cerimónia de abertura, Amin Herj, presidente do Conselho do grupo Largo Tempo SGPS, detentor dos NEYA Hotels, fez questão de afirmar que “este foi, sem sombra de dúvida, o projeto mais desafiante, mais trabalhoso, mais complexo e mais difícil de concretizar de toda a nossa carreira de empresários. Mas, também, mais gratificante, porque é, hoje, a obra que melhor retrata e incorpora a nossa visão do mundo, a nossa postura empresarial e o nosso conceito de sociedade”.

Garantindo que este é “um hotel marcado pelas linhas de força da sustentabilidade tripartida, isto é, sustentabilidade ambiental, económica e social”, Amin Herj sublinhou que “temos, aqui, um refúgio para descansar do rebuliço da cidade, para usufruir, ao máximo, de um espaço com história, com uma identidade própria que, ao mesmo tempo, nos transporta para longe, pelos espaços exteriores relaxantes, tirando partido da belíssima vista sobre o Douro, com toda a qualidade, comodidade e conforto”.

A sustentabilidade é, portanto, uma das maiores bandeiras desta unidade, que manteve a presença de vários elementos arquitetónicos e patrimoniais, que foram recuperados para o edifício atual.

Neste seguimento, o representante da empresa Edifícios Saudáveis, Ricardo Sá, também foi convidado a dirigir algumas palavras aos presentes, um momento no qual aproveitou para salientar que vários critérios rigorosos levaram o NEYA Porto Hotel a ser a primeira unidade, em território nacional, a receber o certificado LEED Gold, que têm a ver com o facto de “usar menos 40 a 45% de água do que um hotel convencional”, além de “75% da água que é usada para descargas das sanitas, já foi utilizada nos chuveiros”. Segundo o representante, o edifício consegue “20% de poupança ao nível energético”, algo positivo, sendo que se trata de uma reabilitação e “95% dos resíduos de construção foram encaminhados para reciclagem, apenas 5% foram para aterro”, “cerca 30% dos materiais usados têm conteúdo reciclado”, pelo que outros “30% dos materiais utilizados vêm de zonas próximas” do hotel.

Por conseguinte, também Yasmin Bhudarally, CEO do Grupo NEYA Hotels, interveio na inauguração oficial, aproveitando a ocasião para enaltecer que “infelizmente, esta cerimónia leva dois anos de atraso, por força da pandemia. Com efeito, o NEYA Porto Hotel abriu em período experimental, exatamente, na primeira semana de março de 2020, recebendo um grupo de operadores turísticos estrangeiros, mas já não recebeu o grupo seguinte, cuja entrada estava prevista para a segunda semana de março, quando o país entrou em confinamento. Foram 18 penosos meses de portas fechadas, com tudo isto que significou de traumático, para um hotel em arranque de operação”, evidenciando que “retomamos o nosso caminho a 3 de agosto do ano passado, reabrindo o hotel, justamente para assinalar o dia em que as freiras do Convento da Madre de Deus de Monchique fecharam as suas portas, no longínquo ano de 1834”.

Sustentando que o Grupo NEYA Hotels é um projeto de família, que “sempre teve a preocupação e vontade de fazer a diferença no turismo sustentável”, Yasmin Bhudarally assegurou que a hotelaria tem de se posicionar de forma “socialmente responsável”, sendo uma “mais-valia para as regiões onde se insere e para as comunidades que connosco convivem todos os dias. Um hotel não pode ser visto como um corpo estranho à sociedade envolvente e apenas acessível a clientes, tem de ser um modelo, uma montra de valores, princípios e partilha com a comunidade, sendo esse reconhecimento de ofertas sustentáveis e que tenham redução ao mínimo da sua pegada ambiental a que traz mais-valia aos destinos”.

Segundo referiu a CEO, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, “de alguma maneira, nós achamos que o negócio tinha de ser uma extensão do «eu» e como acreditamos no turismo sustentável, queremos que o NEYA Porto Hotel seja o exemplo vivo de boas práticas, uma referência e um parceiro de confiança na cidade do Porto, assim como na comunidade hoteleira nacional e internacional”.

Revelando que nesta unidade hoteleira “houve, de facto, um casamento entre a contemporaneidade dos tempos, do edifício e da arquitetura, com a história”, Yasmin Bhudarally atestou que “os hóspedes, aqui, podem desfrutar de experiências totalmente diferentes e, independentemente da motivação da viagem pode ter, aqui, uma bandeira para aquilo que pretende”.

Para a CEO do Grupo NEYA Hotels, “de facto é, para nós, uma responsabilidade ter este posicionamento ao nível do turismo sustentável, pelo que os valores da sustentabilidade ambiental, social e económica são, efetivamente, muito importantes. Ao nível da responsabilidade social, nós temos várias atividades, nomeadamente protocolos com determinadas instituições, como a Acreditar e a Fundação Ronald McDonald, sendo que, por exemplo, todos os nossos excedentes alimentares válidos, não efetivados, são doados para essas casas e também fazemos muitos menus solidários, para apoiarmos as fundações com quem temos protocolos. Portanto, eu diria que o ciclo se fecha, no âmbito dos Hotéis NEYA, e isso acresce, não só à nossa responsabilidade, mas ao orgulho que temos do que fazemos, porque entendemos que as empresas têm de ter uma força distintiva, porque os hotéis são mais do que edifícios, são mais do que vendas de quartos e nós queremos trazer alma aos edifícios que, de alguma forma, exploramos, e isso significa trazer aquilo que é o ADN NEYA”.

Assim, a cerimónia de inauguração do NEYA Porto Hotel foi encerrada por Rita Baptista Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que confessou ter ficado marcada pelas mensagens transmitidas, reconhecendo que “estou grata, enquanto cidadã, enquanto política, mas, também, enquanto governante, por esta visão, sobretudo por este compromisso que ficou bem patente pelas palavras que nos dirigiram”.

Ressaltando que “a sustentabilidade vive-se e respira-se”, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, asseverou que “temos de honrar este investimento e estes compromissos. Portanto, da nossa parte, temos, aqui, uma grande responsabilidade. Nós já percebemos a vossa responsabilidade, que é muita, mas nós também temos uma responsabilidade grande e eu espero que nós, enquanto país, enquanto concelho, enquanto setor, possamos honrar este compromisso, que, aqui, firmaram e com isto quero dizer que Portugal tem de continuar a pugnar por ser líder na sustentabilidade, no que diz respeito, também, ao setor do turismo”.