PEREGRINAÇÃO A CAVALO ATÉ SANTIAGO DE COMPOSTELA

Quinze cavaleiros arrancaram da Portela do Homem em direção a Santiago de Compostela, no dia 21 de agosto, com a intenção de promover o Caminho da Geira e dos Arrieiros. A peregrinação, que juntou um total de 20 cavaleiros, terminou no dia 27 do mesmo mês, e a Associação Rapa das Bestas de Sabucedo, principal impulsionadora da atividade, espera que esta sirva de incentivo à homologação, por parte das autoridades portuguesas e espanholas, deste percurso jacobeu.

 

 

 

A Associação Rapa das Bestas de Sabucedo, na Galiza, foi a principal impulsionadora de uma peregrinação a cavalo até Santiago de Compostela pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros, que une Braga ao destino referido. A viagem, que tinha como principal objetivo a promoção do itinerário, arrancou com a participação de 15 cavaleiros, todos provenientes das comunidades autónomas da Galiza, Valência (Castellón) e de Castela e Leão (Burgos), sendo que dois deles eram muito jovens, um com 13 e outro com 15 anos. No concelho de A Estrada (Galiza), juntaram-se mais cinco cavaleiros ao grupo. A peregrinação começou no dia 21 de agosto, tendo terminado com a chegada a Santiago de Compostela no dia 27 do mesmo mês.

“Um dos primeiros objetivos da peregrinação é dar a conhecer esta rota jacobeia ainda pouco frequentada”, explicou Vicente Pereiras Marquez, da Associação Rapa das Bestas de Sabuceda. A intenção da organização era começar na Sé de Braga, mas por questões burocráticas não foi possível a autorização da entrada dos cavalos em Portugal, tendo o percurso sido iniciado, então, na zona da Portela do Homem.

Para a Associação Rapa das Bestas de Sabucedo, “é fundamental divulgar este caminho entre os portugueses e os galegos”, pelo que durante a peregrinação houve diversas atividades promocionais e os cavalos ostentaram os símbolos da Associação de Amigos do Caminho da Geira e dos Arrieiros e dos itinerários jacobeus.

Os promotores da peregrinação a cavalo pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros defendem que a homologação pelas autoridades galegas e portuguesas deste itinerário jacobeu contribuirá para travar a desertificação do interior das regiões por onde passa. “A homologação levaria à criação de novos negócios e à fixação de pessoas, à repovoação do meio rural ou, pelo menos, a que não continue o abandono, evitando-se que as aldeias caiam no esquecimento”, explicou Vicente Pereiras Marquez. Segundo o responsável, que até agora percorreu 11 caminhos de Santiago, “quase se vêm as lágrimas nos olhos das pessoas idosas ao constatarem como é bonito haver, de novo, gente a passar por aldeias onde já só vai o padeiro ou o peixeiro. É uma alegria verem alguém de fora com quem possam trocar uma palavra”. Por isso, “a homologação é muito necessária para dar vida às regiões despovoadas ou abandonadas de Portugal e Espanha”, disse, defendendo que se devia proceder, no imediato, “à manutenção e recolocação de sinalização e à limpeza do traçado nalguns pontos”.

“O melhor que levamos desta peregrinação é, sem dúvida, as paisagens, e uma satisfação enorme por completamos um desafio pelo qual passavam os nossos antepassados durante muitas centenas de anos”, referiu Vicente Pereiras Marquez.

Em 2017, a Associação Rapa das Bestas de Sabucedo organizou a primeira peregrinação a cavalo que percorreu, embora parcialmente, o Caminho da Geira e dos Arrieiros, com a participação de oito cavalos e cavaleiros. “Hoje o caminho é mais conhecido, as pessoas ajudam mais com locais para deixar os cavalos, oferecendo água e outras ajudas”, adiantou Vicente Pereiras Marquez, destacando “o apoio fundamental ao projeto, pela segunda vez, das autoridades locais do concelho de A Estrada (Galiza)”.