“PODEMOS AFIRMAR QUE FOI A MELHOR EDIÇÃO DE SEMPRE”

Em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, Alexandre Gaudêncio confirmou que a Festa da Flor é uma aposta ganha e que esta 4ª edição do evento “foi a melhor de sempre”, batendo todos os recordes de visitantes.

Que balanço faz desta edição?
Fazemos um balanço extremamente positivo e podemos afirmar que foi a melhor edição de sempre, segundo os números que temos, não só a nível de visitantes, mas também do feedback extremamente positivo que fomos recebendo de quem nos visitava. Um dos pontos altos, que foi o desfile alegórico, foi um dos mais participados de sempre, com mil figurantes, 17 carros alegóricos, representação de todas as localidades da Ribeira Grande. Por isso, fazemos um balanço extremamente positivo no sentido em que, tanto as localidades como as instituições que participaram, perceberam realmente, que esta é uma excelente montra daquilo que podemos mostrar relativamente às nossas tradições locais, no caso em concreto em que a flor era o tema principal.

Dado que esta é uma aposta do município também no turismo, pode quantificar a presença de visitantes estrangeiros nesta edição?
Ainda não temos esses números, temos alguma noção presencial, mas podemos dizer que também bateu todos os recordes de edições passadas e também não é em vão que organizamos nesta altura do ano este certame porque sabíamos, à partida, que na ilha estariam mais visitantes estrangeiros, não só devido à escala dos inúmeros cruzeiros que foram passando cá ao longo da semana, mas também devido à proximidade da festa do Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada. E isso também tem sido uma preocupação nossa, de promovermos os eventos junto das agências de turismo, junto dos operadores turísticos, e podemos afirmar que bateu todos os recordes em relação às edições anteriores. Prova disso também sido como disse o feedback extremamente positivo que fomos recolhendo dos estrangeiros que nos visitavam e a expetativa agradável com que saiam da Ribeira Grande, e com toda a decoração alusiva à festa da flor. É precisamente esta imagem e mensagem que queremos passar, uma boa imagem da Ribeira Grande, uma imagem acolhedora de pessoas que sabem receber mas, acima de tudo, uma imagem que fica para a memória de quem nos visita, para que possa depois vir cá mais vezes.

 

O orçamento de 30 mil euros para a realização destas festas é um pouco limitativo quando há cada vez uma exigência maior. O que quer dizer que em 2019 terá de ser uma aposta ainda maior por parte do município, não?
Estamos sempre recetivos a novas estratégias, a novos desafios. Relativamente à Festa da Flor, já percebemos que a grande aposta passa muito pela decoração exterior, que é um dos pontos altos, principalmente para quem nos visita, ficar com uma boa memória, uma boa recordação da Ribeira Grande a nível de decoração. E acho que foi uma aposta ganha relativamente aos anos anteriores. Quanto à animação, neste caso, vimos a reforçar, ano após ano, e reconhecemos que a nível da animação, se calhar, pode haver uma aposta maior, como forma de retermos as pessoas durante mais tempo na Ribeira Grande e, dessa forma, consumirem mais aqui no comércio local. Por isso, estamos sempre recetivos a novos desafios. Mas é importante salientar que isto não se faz sem parcerias, e estas parcerias não são quantificáveis a nível de valor, nomeadamente, a participação das várias localidades, das várias instituições das freguesias. Não há trabalho que pague as horas de dedicação que essa gente faz em torno desta festa. Por exemplo, os carros alegóricos levam várias horas a serem decorados e isto é feito por pessoas que graciosamente o fazem, sem qualquer contrapartida financeira. Portanto, isto não é quantificável porque, realmente, já conseguimos mentalizar os ribeiragrandenses que esta é uma excelente montra daquilo que temos para oferecer e, acima de tudo, é uma boa imagem que passa da Ribeira Grande, numa altura em que o turismo veio para ficar, nada melhor do que causar sempre uma boa primeira impressão.

 

Houve também comparações com a festa da flor da Madeira, da qual ainda está um pouco aquém, mas a ambição é para que o visitante, seja ele continental ou estrangeiro, saia com uma ideia ainda mais favorável?
Em termos de comparação com a Madeira julgo que não é comparável. Atendendo, por um lado, ao orçamento porque a Madeira tem milhões e nós temos tostões, como costumamos dizer, mas não é por causa disso que não nos dedicamos de corpo e alma a esta festa. Mas julgo que a comparação fica por aí, a nível do tema, nós fazemos a festa à nossa dimensão, e principalmente com a limitação orçamental, mas não é por causa disso que ficamos atrás de seja quem for. Torno a frisar, não nos podemos comparar com a Madeira porque não é comparável o orçamento, mas acaba também por ser um motivo diferente para as pessoas visitarem a Ribeira Grande. Nesta altura do ano não houve mais dinamização cultural no resto da ilha o que fez com que também as atenções se centrassem na Ribeira Grande e isto é feito conscientemente porque trata-se aqui de uma linha estratégica que traçamos no início do ano e ao longo do ano são vários os eventos culturais que nos propusemos a organizar e que pretendem, acima de tudo, trazer muita gente à nossa cidade.

 

Este ano, a RTP, pondo em prática uma outra política que é cobrar pela transmissão dos eventos que valorizam as localidades, não marcou presença em termos de transmissão direta.
Sim, aliás, nunca contamos com a RTP Açores nesta festa em particular, já reivindicamos a quem de direito que fazia falta, se calhar, da parte da RTP, que a Ribeira Grande fosse tratada de outra forma. Felizmente, temos uma grande projeção a nível da RTP Açores na Festa da Senhora da Estrela mas fica por aí, o que é manifestamente insuficiente e isso já foi transmitido a quem de direito, como forma de reivindicarmos cada vez mais visibilidade à Ribeira Grande a nível da sua televisão pública. Não sendo possível, também não ficamos de braços cruzados. Tivemos a preocupação de transmitir em direto, principalmente o desfile alegórico de sábado, através dos canais das redes sociais e do YouTube o que fez com que muita gente assistisse em direto e com inúmeros comentários, principalmente da nossa comunidade emigrante que também foi com esse objetivo que tivemos essa preocupação, e foram seguindo de perto e deixando comentários muito prestigiosos relativamente ao desenrolar da festa.

 

Em termos de grandes eventos, o próximo é já em junho.
Sim, quando nos propusemos a organizar o calendário cultural para este ano sabíamos, à partida, o que queríamos, e uma coisa é certa. Não queremos misturar uma organização, neste caso municipal, com outras organizações que acontecem no concelho. E dando o caso concreto, a partir de agora até ao mês de junho, as festividades do Espírito Santo fazem com que, semanalmente, haja diversas atividades a desenrolar-se nas várias localidades do concelho. Por isso mesmo, até junho, a nível de Câmara Municipal, não irá haver um grande evento por forma que as pessoas também se possam deslocar a estas festas mais locais que existem. Depois, a partir de junho, temos as tradicionais festas de São Pedro, que é o nosso feriado municipal, e vamos contar novamente com as Marchas de São Pedro no dia 28, e no dia 29 com as tradicionais Cavalhadas de São Pedro e com o nosso feriado municipal com a sessão solene. Já no fim de semana de 30 de junho e 1 de julho, acontece a festa do comércio, este sim com um toque que queremos retomar, neste caso, o comerciante como centro de atenção desta festa, porque os nossos comerciantes também merecem essa nossa atenção. Ainda durante o mês de julho, vamos ter depois a Feira Quinhentista, que será no terceiro fim de semana de julho, e no último fim de semana do mês o RFM Beach Power, que também já é uma marca sobejamente conhecida e que se associa à Ribeira Grande, neste caso, na sua promoção. Depois, em agosto, teremos o Festival Internacional de Folclore de Porto Formoso, e também o Monte Verde Festival que irá acontecer de 10 a 12 de agosto. No princípio de setembro vamos ter o Azores Burning Summer que é um festival mais alternativo, mas que é organizado também em parceria com o município na freguesia de Porto Formoso, e depois vamos ter também, aqui no centro da cidade, uma novidade, a partir do mês de junho até meados de setembro, que é animação no centro da cidade, no Largo Hintze Ribeiro. São as chamadas Noites de Verão que vão ter um programa bastante intensivo aos fins de semana. Portanto, achamos que são motivos mais do que suficientes que podem colocar novamente a Ribeira Grande no mapa e trazer muita gente à nossa cidade.