PREFERE O DESEMPREGO OU A MOBILIDADE FORÇADA?

Para muitos, a resposta a esta pergunta seria imediata, tendo no espelho o reflexo do rosto dos filhos com o seu futuro ameaçado, ou sem saber-se muito bem como os vamos alimentar, ou a imagem do regresso a casa dos pais, ou o rosto do amigo que ficou sem emprego e está, hoje, num emprego precário, tão diferente à formação académica que recebeu, ou o vizinho que está profundamente deprimido e nunca mais foi o mesmo.

Os exemplos no espelho seriam infindáveis e todos eles têm um cunho triste e dramático.

Para outros, a atracão cíclica ao subsídio, por mais que nos custe admitir, e até seja caricata, esta opção não seria propriamente um problema. A razão assenta, algumas vezes, apenas porque o emprego em funções não trazia nem felicidade nem uma remuneração por aí além.

O emprego que o antecedeu também era assim, bem como o anterior. No meio destes empregos estão os subsídios que fazem a ponte deste ciclo vicioso para tantas pessoas. Mas antes de tudo isto está a gestão criativa, uma nova área da Gestão, que qualquer dia apelida um curso superior.

É a Gestão Criativa destes gestores de topo que nos saem caríssimos a todos, doutorados em criatividade, sendo, muitos deles, pessoas sem silhueta ao espelho e que não sabem o que é fazer uma noitada a queimar pestanas pelo meio dos livros.

O esforço e as dificuldades, na maioria dos casos, nunca foram uma realidade nas suas vidas. São pessoas para quem só existem os números que lhes enchem o bolso e os números que lhes garantem os lucros que as empresas tanto perseguem.

Pelo meio estão outros números que, ao que parece, se chamam pessoas. Seres humanos de carne e osso, com família, sonhos, filhos, esposas e maridos em casa. Mas, para eles, são números, uns iguais aos outros. Números para subtrair e dividir, números para eliminar…

Numa empresa, quando chegam tempos de sufoco financeiro, a primeira coisa que se descarta são os gastos não prioritários, o que culmina sempre na redução de pessoal.  As pessoas deixam de ser prioritárias perante a força dos números.

Entretanto, e com tudo isto, surgiu a nova moda da gestão criativa: espremer os números. Ou seja, utilizar os recursos humanos da empresa para os negócios milionários, que se celebram à velocidade da luz, com ou sem um oceano pelo meio.

São funcionários que veem sem humanidade as suas vidas mudarem do dia para a noite. São convidados a ir 6 meses, um ano, ou dois, para longe dos seus e das suas vidas, ou ficam sem emprego. A culpa de tudo isto é dos números, que somos todos nós, pessoas de carne e osso. Se este for o seu caso faça a experiência valer a pena …