“Permitam-me primeiro cumprimentar os nossos anfitriões e, portanto, cumprimento o senhor presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e, na sua pessoa, todos os autarcas e demais autoridades e naturalmente, o nosso diretor do Jornal AUDIÊNCIA, Joaquim Ferreira Leite, e todos os seus colaboradores, a Tânia, a Joana e o António e as nossas belíssimas apresentadoras. Cumprimentar, também, todos os homenageados e todos os convidados.
Permitam-me primeiro que vos diga que o Jornal AUDIÊNCIA está de parabéns, esta Gala faz 20 anos e na minha terra, na Ilha Terceira, diz-se que dá muito trabalho fazer uma festa e fazer uma festa destas dá imenso trabalho, portanto dar-lhes os parabéns do fundo do coração. Em segundo lugar, dizer que é sempre ótimo voltar ao Norte, é gente generosa, gente de trabalho e todas as vezes que saio de cá levo uma carteira de amigos ainda maior. E, portanto, hoje tenho gosto de ter três amigas comigo, que me acompanharam, e a minha filha, mas posso dizer-vos que já saio de cá com muitos mais amigos, nomeadamente o doutor Joaquim Leite e a sua esposa, que me trouxeram até cá, o pessoal da Casa dos Açores do Norte, a quem comprimento e é sempre muito gratificante vir cá, é maravilhoso.
Finalmente, dizer-vos que agora percebo as atrizes que vão receber os prémios, quando são nomeadas, porque todas elas dizem que já tem uma honra ser nomeada e, portanto, já foi uma honra ser nomeada. Quando o Joaquim Ferreira Leite me disse que eu estava nomeada para um prémio, eu pensei que era uma honra estar nomeada, porque é tão difícil ser reconhecido num país tão grande, tão diversificado e tão rico e nunca mais pensei nisso e quando ele me disse que, realmente, recebia o prémio fiquei, obviamente, reconhecida. Como um amigo meu me disse hoje numa mensagem, os prémios são reconhecimento, mas devem ser, acima de tudo, um motivo para nos entusiasmarmos e fazermos melhor. Portanto, eu recebo este prémio para fazer melhor.
Mas, digo-vos que tem sido um privilégio trabalhar na cultura. Dá muito trabalho, mas é muito gratificante. Os agentes culturais são das pessoas mais criativas e mais generosas que existem, embora muito reivindicativas. Os agentes culturais sempre que há uma tragédia, seja na nossa cidade, seja no nosso país, seja fora, são os primeiros a organizarem-se para apoiar. Nós reconhecemos e bem que todos os profissionais de saúde salvaram a nossa vida e a nossa saúde, os agentes culturais salvaram a nossa sanidade mental, o que teria sido de nós sem os livros, sem a música, com as nossas crianças a encherem as janelas de desenhos, de arte plástica e as pessoas foram para a rua e foram para as janelas cantar. Além disso, vivemos num tempo louco, mais às vezes do que os políticos ou do que os jornalistas, as pessoas ouvem os artistas, porque eles também são muito grandes. Eles são o grande falante, eles têm uma voz que amplifica os nossos sonhos e, portanto, a eles eu também dedico este prémio. São eles a verdadeira razão de tantos como eu, nos bastidores, tentamos que eles tenham condições para fazer um bom trabalho.
De resto, que a noite já vai longa, dizer-vos o seguinte, ninguém faz nada sozinho. Eu tenho tido imensa sorte de ter equipas fantásticas com as quais trabalhei e isso faz toda a diferença. E por último e como muitos aqui disseram, eu faço questão de fazer um agradecimento à minha família. Há um provérbio africano fantástico que diz que é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança, pois também é preciso uma aldeia para proteger os nossos idosos e é preciso uma aldeia para que cada um de nós possa lutar pelos seus sonhos e perseguir as suas carreiras. No centro da minha aldeia, está a minha família, as minhas filhas, os meus pais, os meus irmãos, os meus tios e a todos eles um grande agradecimento e a todos vós também. Bem-haja, sejam felizes”.