Uma tosse que já me afetava há alguns dias e tirava o sono levou-me a fazer uma experiência com o nosso Serviço Nacional de Saúde. Cumpri as recomendações do novo plano para diminuir a pressão nas urgências hospitalares “Ligue antes salve vidas”. Liguei para o SNS 24.
Cerca de uma hora em espera! Atendeu-me finalmente uma enfermeira. Diligente, profissional, atenciosa. Fez a triagem e reencaminhou a chamada para um profissional para marcar uma consulta no centro de saúde. Tinha horário disponível para o dia seguinte. Nesse dia eu não tinha possibilidade.
Como a tosse era constante, fui ao hospital para uma consulta de urgência. A rececionista deu-me pulseira verde. Cerca de quatro horas depois desisti. Era elevado o número de pacientes com pulseiras de maior urgência.
Dirigi-me à urgência de um hospital privado. Fui atendido cerca de cinco minutos após a chegada. A médica, simpática e boa profissional, analisou os pulmões, confirmou que não era grave e prescreveu a receita.
Não conclui que o SNS funcionou mal. Se tiver em conta as constantes críticas altamente negativas estava à espera de bem pior.
Demoraram tempo excessivo a atender a chamada? Sim.
Evitar que os cidadãos entupam as urgências dos hospitais com uma triagem por telefone parece boa ideia. Mas, para resultar é preciso investir para um atendimento em tempo razoável.
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional