TURISMO E DEFESA DO MEIO AMBIENTE SÃO PRIORIDADES NA AUTARQUIA RIBEIRAGRANDENSE

A cidade de Ribeira Grande comemorou o seu 38.º aniversário a 29 de junho, numa cerimónia solene na qual se distinguiu Ferdinando José Ferreira, João Manuel da Silva Cabral de Melo e Manuel Nunes Coelho. Esta sessão também foi marcada pelo discurso do presidente do município “O sonho de um rapaz”.

A sessão solene comemorativa do 38.º aniversário de elevação de Ribeira Grande a cidade aconteceu a 29 de junho, data que coincide com as tradicionais Cavalhadas de São Pedro, na Ribeira Seca, e que é também feriado municipal.

Neste dia, a Câmara Municipal distinguiu três figuras do concelho com a Medalha Municipal de Mérito no Teatro Ribeiragrandense. Esta medalha visa distinguir as pessoas coletivas ou singulares, que se distingam pelo seu significativo contributo no âmbito social, cultural, económico, humanitário, desportivo, entre outros, de notável importância, que justifiquem esse reconhecimento. Os graus desta medalha são ouro, prata e cobre, dependendo da concessão de cada um deles, do valor e da projeção do ato praticado.

Este ano, Ferdinando José Ferreira, João Manuel da Silva Cabral de Melo e Manuel Nunes Coelho (a título póstumo) foram os três homenageados com a Medalha Municipal de Mérito Grau Ouro.

Manuel Nunes Coelho, nasceu a 12 de setembro de 1910 em Pedrógão Grande (Leiria), tendo-se fixado na Ribeira Grande em 1935, onde viria a falecer a 29 de agosto de 1986. Desenvolvei atividade comercial nas áreas de retrosaria, vestuário e outros, tendo também se dedicado ao negócio de importação/exportação de leguminosas. Foi presidente da Banda Triunfo, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande de 1963 a 1972, e, ainda, presidente do Ideal Sport Clube, clube que alterou o nome para Sporting Clube Ideal em 1965. Pertenceu, ainda, aos corpos diretivos dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande. A medalha foi entregue a título póstumo, sendo que a filha do homenageado, Lisete Coelho, subiu a palco para recebê-la.

Ferdinando José Ferreira nasceu na freguesia de São José, em Ponta Delgada, a 15 de abril de 1938. Em 1960 inicia a sua carreira docente na Ribeira Grande, onde exerceu o cargo de delegado escolar de 1975 a 1992. Foi presidente da Junta de Freguesia da Matriz, vereador e secretário da Assembleia Municipal e desempenhou, ainda, diversos cargos em instituições socioculturais e instituições particulares de solidariedade social.

João Manuel da Solva Cabral de Melo também nasceu em Ponta Delgada, na freguesia da Matriz (agora São Sebastião). Em 1965 ingressou na Direção Geral das Contribuições e Impostos. Passou por todos os níveis de chefias até atingir o topo da sua carreira como gestor tributário. Em 1989 iniciou o voluntariado na Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande como presidente do Conselho Fiscal, passando depois para presidente da Mesa da Assembleia Geral. Em 1994 tomou posse como provedor, função que exerceu durante 20 anos. Também foi fundador e dirigente de várias associações sediadas em Ponta Delgada e na Ribeira Grande.

Esta cerimónia contou ainda com a presença do orador convidado Onésimo Teotónio Almeida, natural do Pico da Pedra, doutorado em Filosofia pela Universidade de Brown nos Estados Unidos da América, onde também fez mestrado. Fundou e dirige a editora Gávea-Brown, dedicada à edição, em inglês, de obras de literatura e cultura portuguesa.

O Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, no âmbito das comemorações deste aniversário, colocou o foco no turismo e no desenvolvimento da Ribeira Grande através deste setor, afirmando que “não restam dúvidas que somos o concelho que melhor tem sabido tirar partido do crescimento turístico na região” e que “somos o concelho que recebe maior investimento privado nesta área”, disse, admitindo que já deram entrada na Câmara mais de 20 pedidos de licenciamento, que representam um investimento de cerca de 60 milhões de euros, capazes de empregar cerca de 300 pessoas.

Por outro lado, a autarquia também se tem demonstrado preocupada com a defesa do meio ambiente. Exemplo disso foi a Feira Quinhentista, na qual se reduziu significativamente a utilização dos plásticos reutilizáveis, através da proibição do uso dos mesmos. Ainda neste âmbito, Alexandre Gaudêncio conta estarem a ser desenvolvidas “campanhas junto dos mais jovens, nas escolas principalmente, que apelam à reciclagem e à recolha de resíduos orgânicos para a criação de composto natural”.

A sessão solene comemorativa do 38.º aniversário da Ribeira Grande como cidade contou com a presença de José António Garcia, presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande, e Berto Messias, Secretário Regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares.

No final, alunos do Conservatório Regional de Ponta Delgada trouxeram ao palco do Teatro Ribeiragrandense a opereta francesa “Une éducacion manquée” (“Uma educação incompleta”), de Emmanuel Chabrier, sob a responsabilidade da professora Helena Ferreira.

Carolina Constância, aluna do Conservatório Regional de Ponta Delgada

Começámos os ensaios desta opereta em outubro. Isto faz parte da disciplina que temos no conservatório, chamada “Arte de Representar”. A ideia [da opereta] foi incluída na disciplina. Trabalhámos e ensaiámos durante seis meses e fizemos a apresentação em março. A Câmara Municipal pediu a colaboração do conservatório e como nós já tínhamos isto pronto, decidimos trazê-la.

É difícil trazer este tipo de peça para os Açores porque, principalmente, o público não está habituado. Nós também não estamos habituados a ver este tipo de ópera e de obra encenadas ao vivo, por isso também é difícil termos alguma coisa como referência. O que nos “salvou”, digamos assim, foi a nossa professora Helena Ferreira, que estudou arte de representar e ópera na Alemanha, e ajudou-nos. Mas, realmente, é um tipo de peça que não são habituais cá.