A Junta de Freguesia de Rabo de Peixe assinou, no passado dia 2 de junho, um Protocolo de Colaboração Sociocultural com a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira. Este acordo, que prevê, também, o intercâmbio de conhecimentos ao nível empresarial e educativo, começou a ser elaborado em fevereiro de 2023, aquando da participação do edil Paulo Ramos de Carvalho na XVIII Gala AUDIÊNCIA, que decorreu no Teatro Ribeiragrandense. A cerimónia, que teve lugar no salão nobre da autarquia rabopeixense, contou com a presença de Octávio Torres, diretor regional da Cooperação com o Poder Local, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, e autarcas, assim como de representantes de entidades civis.
O dia 2 de junho ficou marcado pela cerimónia de assinatura do Protocolo de Colaboração Sociocultural entre a Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, da Ilha de São Miguel, e a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, do distrito do Porto, que uniu as duas localidades.
A sessão solene decorreu no salão nobre da edilidade rabopeixense, na presença do executivo, de António Pedro Costa, presidente da Assembleia de Freguesia de Rabo de Peixe, Octávio Torres, diretor regional da Cooperação com o Poder Local, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, presidentes de Junta e deputados, assim como representantes de entidades civis.
O acordo, que prevê o intercâmbio de conhecimentos ao nível social, cultural e recreativo, económico e administrativo, começou a ser elaborado em fevereiro do presente ano, aquando da participação do edil da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Paulo Ramos de Carvalho, na XVIII Gala AUDIÊNCIA, que decorreu no Teatro Ribeiragrandense, depois da qual foram analisadas as potencialidades de uma parceria entre os dois territórios.
O momento das intervenções foi inaugurado por António Pedro Costa, presidente da Assembleia de Freguesia de Rabo de Peixe, que fez questão de ressaltar que “o ato que, hoje, testemunhamos, aqui, vai ao encontro da determinação e vontade das nossas comunidades de cooperarem, aproveitando as sinergias socioculturais de ambas as autarquias e o aprofundamento das relações emanadas, que identificam os dois territórios separados fisicamente, mas culturalmente com tantas particularidades em comum”.
Posteriormente, Jaime Vieira, presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, foi convidado a dirigir a palavra aos presentes, recordando que “quem deu a oportunidade para assinarmos um protocolo entre estas duas freguesias foi o meu amigo, jornalista, Joaquim Ferreira Leite, aquando da última Gala do AUDIÊNCIA, que nos aproximou. Por isso, para o Joaquim, o nosso muito obrigado, pois sem a sua presença e a sua mão, não era possível hoje estarmos aqui a festejar e a celebrar este protocolo”.
Não escondendo a vontade de transformar estes dois territórios em freguesias irmãs, o edil rabopeixense afirmou que “é uma relação que vai perdurar e ter muitos frutos e uma parceria que não vai ficar, apenas, no papel”. “Acredito que esta parceria trará grandes vantagens para ambas as partes. Aquilo que nós pretendemos é conhecer ambas as realidades, que têm os seus problemas, mas também as suas virtudes. Aquilo que nós pretendemos também é permitir que as nossas associações possam também participar em diversos intercâmbios culturais e educativos, tendo em vista a troca de experiências. Queremos, igualmente, criar cada vez mais uma dinâmica diferente, ao nível do tecido empresarial, permitindo que os nossos empresários estabeleçam contactos com os de Matosinhos e Leça da Palmeira e vice-versa”, reforçou Jaime Vieira.
Na ocasião, o presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe destacou o facto de os dois autarcas serem de partidos diferentes, asseverando que “isto é uma demonstração de grande elevação de cidadania e que assim vale a pena estar na política, dando resposta aos interesses da nossa população”.
Aproveitando a presença de Octávio Torres e Alexandre Gaudêncio para lançar o desafio a “diversos empresários e dirigentes associativos para acompanharem a visita da comitiva rabopeixense, em julho, a Matosinhos e Leça da Palmeira. Acho que temos todos a ganhar, para que possamos começar a dar os primeiros passos, rumo àquilo que nós pretendemos que é ganhar mais experiência e, acima de tudo, conhecimento, porque este é um verdadeiro protocolo de parceria e não tenho dúvidas de que será uma mais-valia, para ambos os territórios. Será o início de uma nova era para esta terra e será, acima de tudo, o início de novas relações nas quais nós pretendemos afirmar, ainda mais, o nome desta vila no território nacional, mas por bons motivos”.
Posteriormente, foi a vez de Paulo Ramos de Carvalho, presidente da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, intervir, afiançando que “esta é mais do que a assinatura de um Protocolo Sociocultural, pois podemos entender que, aqui, hoje, discutimos também aquilo que é o conceito de uma comunidade, que nós temos, cada vez mais, de ter e de preservar, enquanto cidadãos”.
Garantindo que a data em causa constitui, igualmente, um momento importante para a defesa do poder local, o autarca reiterou a relevância de “acreditarmos nas freguesias, nas Juntas, nos presidentes e nos seus executivos, dando-lhes mais competências e também cada vez mais recursos, para que esse trabalho seja sentido pelas pessoas”. “Hoje, nós chamamos-lhe sociocultural, mas é muito mais. É um conjunto de intenções e vontades de duas comunidades, que querem estar de mãos dadas a trabalhar em conjunto, para construir um mundo melhor e eu tenho a certeza de que com a força e a abnegação destes dois povos e com a entrega destas duas Juntas de Freguesia, nós vamos conseguir construir um dia de amanhã, certamente, muito melhor, do que quando aqui chegamos e fazer com que sejamos mais solidários”.
Para o edil, a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira e a Freguesia de Rabo de Peixe são “dois territórios extremamente importantes, unidos pelo horizonte, pelo mar, pelos pescadores e pelos agricultores. Matosinhos é uma terra de pescadores e Leça da Palmeira começou, por certo, por ser uma terra de agricultores. Rabo de Peixe é isto tudo. Então, nós temos essências e problemas comuns. Que orgulho eu tive de regressar, hoje, a Rabo de Peixe e de conhecer ainda melhor esta vila. Que linda terra, com pessoas boas e boas pessoas. Se nós somos solidários e trabalhamos em comunidade, nós temos de estar do lado daqueles que, todos os dias, estão a ser atacados pelas piores razões e Rabo de Peixe tem sido atacado pelas piores razões, quando é muito mais do que aquilo que as pessoas falam”.
Demonstrando a sua vontade de querer voltar a esta freguesia do concelho da Ribeira Grande, Paulo Ramos de Carvalho voltou a frisar que “é um dia muito feliz para Matosinhos e Leça da Palmeira, mas também é muito feliz para Rabo de Peixe, porque este pode ser um exemplo a ser seguido por outros, pode ser um mote para outros fazerem igual, para que, rapidamente, consigamos ter um poder local mais forte, mais unido, para fazermos mais e melhor, com diferenças, com dificuldades, claro que sim, mas é por isso que estamos cá, é por isso que somos presidentes de Junta”.
Também Octávio Torres, diretor regional da Cooperação com o Poder Local, aplaudiu o estabelecimento da ligação entre estes dois territórios, salientando que “este é um momento feliz, mas para nós, Governo Regional e autarcas, é um momento de relevância para a vila de Rabo de Peixe e também para a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira. Não tenho dúvidas nenhumas de que este protocolo irá produzir frutos, não vai ficar pelas palavras, pelas assinaturas e pelas fotografias. Sei muito bem que as relações, entre os seus intervenientes, vão ficar cada vez mais estreitas, mas, sobretudo, vai solidificar parcerias e a troca de experiências e quem ganha com isto são as populações de cada uma das localidades. (…) É caso para dizer que, hoje, estamos, aqui, perante um casamento perfeito”.
Por conseguinte, foi Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, quem encerrou os discursos, evidenciando que “não é de todo comum estas parcerias entre freguesias e acho que é de todo conveniente podermos alinhar, cada vez mais, estratégias ao nível do poder local. Acho que há, aqui, sinergias muito positivas que podemos fazer, quer a nível cultural, como educativo e empresarial”.
Evocando a série “Rabo de Peixe”, da Netflix, o edil ressaltou que esta localidade “nunca foi tão falada como está a ser nos últimos dias. Não vamos, aqui, discutir se foi boa ou menos boa, o que é facto é que temos de aproveitar esta onda da moda, capitalizando esta tendência positiva de pesquisas em todo o mundo que, neste momento, Rabo de Peixe está a ter e acho que cabe ao poder local aproveitá-la”.
Assim, o autarca ribeiragrandense destacou, ainda, o potencial da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, desafiando Paulo Ramos de Carvalho a “ser o embaixador da nossa terra” e fazendo “votos para que este protocolo saia do papel”.
No final da assinatura deste pacto, que pretende ficar na história, Jaime Vieira convidou o presidente da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira para participar na Festa do Império da Caridade em honra do Divino Espírito Santo, que iniciou no dia 1 de junho e decorreu na localidade rabopeixense até ao passado dia 4. “É, aqui, que se vive, de forma mais calorosa e sentida, as Festas do Espírito Santo, e a vinda do amigo Paulo cá, hoje, é para vivenciar aquilo em que somos ricos e, acima de tudo, também adquirir mais conhecimento sobre o que de melhor se faz nesta terra. Sinta-se em casa, mas também como mais um elemento desta lindíssima vila, que é Rabo de Peixe. Esta é uma terra incompreendida por alguns, mas, acima de tudo, amada por muitos”, enalteceu o presidente desta freguesia do concelho ribeiragrandense.
A tradição manteve-se e estas voltaram a ser as maiores festas religiosas do Espírito Santo, tendo contado com a adesão em massa dos rabopeixenses. Este ano, Rúben Farias, presidente da AQUA – Cooperativa para o Desenvolvimento Sustentável do Mar, e a esposa, Mafalda Pimentel, assumiram o papel de Mordomos do certame, tendo passado, nos últimos dias do evento, o testemunho para o empresário rabopeixense Rúben Pacheco Correia, proprietário do Botequim Açoriano e do Mercado da Vila, que assumirá, pela primeira vez, a Bandeira da Caridade juntamente com os seus pais, Álvaro Correia e Donária Pacheco, concretizando um sonho antigo.