Os debates quinzenais voltaram à nossa vida política. Se tivermos em conta que em Inglaterra o primeiro ministro vai todas as semanas ao parlamento prestar contas da sua governação, penso que em Portugal, o executivo com mais governantes da nossa História, terá que prestar contas da ação deste enorme elenco de políticos.
Muito surpreendido fiquei, quando ouvi as declarações da presidente de câmara socialista, Inês de Medeiros, a dizer que esta frequência de debates só seria útil para achincalhar o sistema político e em que nada serviria para o progresso de Portugal.
Se ao menos argumentasse que o debate ficaria mais “afunilado” nos líderes partidários e tiraria agenda à prestação de esclarecimentos dos ministros no parlamento, ainda poderia concordar, agora usar o argumento de degradação do sistema político, parece-me desapropriado e um argumento exagerado, só compreensível devido a algum receio dos partidos do “bloco central” ou não fosse este receio também sentido nas declarações de Ribau Esteves do PSD a propósito da participação do CHEGA nestas sessões que passarão a ser mais frequentes.
Estes debates quinzenais foram introduzidos no mandato de José Sócrates, talvez pelo o próprio achar-se um “animal feroz” na sua capacidade argumentativa mas acabou por expor as suas próprias fragilidades, devido à realidade dos portugueses ser bem diferente, além de outros episódios importantes como os gestos deploráveis de Manuel Pinho que levaram à sua demissão.
A desastrosa liderança de Rui Rio e da sua calamitosa direção, retirou de forma errada, estes debates que agora são repostos a bem da fiscalização do governo, embora com regras temporais mais limitadas do que anteriormente.
Veremos pois os episódios dos próximos capítulos da governação socialista e se não acontecerá como na modalidade desportiva do judo, em que o próprio adversário muitas vezes cai, fruto da sua própria força…