Analisar o estudo da PORDATA confirma-se o que sabemos: os portugueses não confiam nos partidos. A percentagem é muito preocupante: 80%. Nem conseguem militantes em número razoável: apenas 200 mil portugueses são filiados em partidos. (2%).
Naturalmente que esta preocupante realidade afeta a representatividade daqueles que conduzem os destinos do país. Cada vez são mais aqueles que decidem não votar. Cerca de metade dos eleitores não vota!
“O fim dos partidos políticos?”. O insuspeito e sempre irreverente histórico socialista António Barreto afirmou-o há poucos dias. “Esta eleição veio acelerar o desaparecimento dos partidos políticos. Pelo menos, tal como os conhecemos durante décadas”. É a sua conclusão. Que deve merecer reflexão. Mas, estará o insuspeito António Barreto a afirmar o que sente a grossa maioria dos portugueses? A elevada abstenção não deixa dúvidas. O afastamento e o desinteresse dos cidadãos da vida coletiva é uma (triste) realidade. Não votam porque acham que o seu voto de nada vai valer. Acreditam que vai continuar tudo igual, que só mudam os rostos. Não acreditam que a sua qualidade de vida vai melhorar. Cansados de promessas que não são cumpridas.
Os políticos do poder central que nos governa estão sempre muito distantes dos cidadãos que os elegem. Por vezes parece que não conhecem o país que governam. São raros os que sensíveis aos problemas dos cidadãos. Sejam empresários, trabalhadores ou jovens que anseiam concluir os estudos para emigrar.
A poucos meses da celebração dos 50 anos da Revolução de abril, devemos perguntar: onde está o país que nos foi prometido?!