A BATALHA HISTÓRICA PELA PAZ E DEMOCRACIA

Em 27 de outubro de 2022, o Departamento de Defesa norte americano publicou a Revisão da Posição Nuclear do País não classificada-NPR e, salvo indicação em contrário, todas as citações e declarações do posicionamento dos Estado Unidos estão no texto desse documento que publicou esta revisão, a primeira desde 2018, incluindo  a Estratégia de Defesa Nacional 2022 e a Revisão da defesa antimísseis de 2022, ou seja, aí se descrevem «estratégia, política, actuação, forças nucleares» dos Estados Unidos e também se «reafirma um compromisso contínuo com um ambiente seguro, protegido e uma dissuasão nuclear eficaz, alargada, forte e credível».

No entendimento do Congresso, a NPR cobre assuntos como energia nuclear, orientação sobre emprego de armas, bem como armas nucleares, produção e infraestrutura associada, que influenciam directamente considerações legislativas e de supervisão, aí se afirmando também que o  governo «actualizará o guia da utilização de armas nucleares».

Os Estados Unidos pretendem «continuar a implantar uma energia nuclear trípla composta por ogivas nucleares» utilizadas por aeronaves, submarinos e veículos terrestres, estando o País  «totalmente comprometido» com a modernização das armas nucleares e seus programas, mas não planeando efectuar testes explosivos nucleares  ou retomar a produção de material enriquecido com urânio e plutónio.

O documento NPR expressa da mesma forma apoio à modernização do sistema de comando, controle e comunicações nucleares, assim como da sua infra-estrutura de produção e suporte.

Os programas de modernização das armas nucleares incluem o Programa Sentinela de Mísseis Balísticos Intercontinentais-ICBM, em substituição do ICBM Minuteman III, o Programa classe COLUMBIA submarinos com mísseis balísticos SSBN para substituir o OHIO-classe SSBN, o Programa W93 para produzir uma nova ogiva para mísseis balísticos lançados por submarino SLBM, o Programa B-52H modernização de bombardeiros B-21 para substituir pelo 2A Spirit de longo alcance, o Programa para substituir o míssil de cruzeiro lançado do ar ALCM e a ogiva SLBM de baixo rendimento W76-2.

O documento NPR também anuncia a retirada da bomba gravitacional B-83-1 e o cancelamento do míssel de cruzeiro marítimo lançado com armas nucleares, assim como determina diversas vezes a necessidade de medidas «flexíveis» para as forças nucleares do País, mas não definindo como o vai fazer.

Contrariando algum conteúdo do documento atrás referido, os Estados Unidos anunciaram há dias o envio para a Ucrânia de munições com urânio empobrecido, destinadas a utilização nos carros de combate Abrams e lançadores múltiplos, também fornecidos anteriormente e, perante este anúncio, as correntes mediáticas ocidentais de imediato publicaram a garantia dada pela porta voz do Pentágono, Sabrina Singh, de que «não há provas» do urânio empobrecido provocar cancro ou outras doenças graves nos seres humanos.

Seguramente que as mesmas correntes mediáticas ocidentais não desconhecerão os efeitos causados pelo urânio empobrecido utilizado em armamento na antiga Jugoslávia em 1999 e anteriormente no Iraque em 1991, com um saldo tenebroso de diversos tipos de cancro, patologias renais, digestivas e neurológicas, malformações e infertilidade, que atingiram as populações e os  próprios militares, situação esta corroborada por várias instituições de investigação internacionais, de tal forma que em 2007 a Assembleia Geral das Nações Unidas defendeu uma moratória à utilização das referidas munições e o Parlamento Europeu adoptou no ano seguinte uma resolução propondo a sua proibição total.

Notícias recentes, apontam para o fornecimento possível à Ucrânia de mísseis ATACMS de longo alcance, situação que a concretizar-se levará a Rússia a atacar novos alvos, de acordo com as afirmações proferidas por Vladimir Putin.

Estamos, pois, perante mais uma «ajuda» substancial para alimentar o conflito na Ucrânia, à qual se acrescenta a posição de alguns guerreiros de mangas de alpaca da nossa praça sempre a pugnar pela sua continuação, rejubilando estrondosamente pela conquista ucraniana de alguns quilómetros quadrados de terreno árido, esquecendo insanamente que uma nova conflagração mundial ameaça o futuro da Humanidade em que seguramente desaparecerão milhões de hectares de terreno fértil.

Em resumo, a própria reunião do G-20 foi um espetáculo frustrante de diferentes países mais preocupados com as suas razões particulares, do que em resolver os problemas que o mundo enfrenta, entre os quais, o preocupante incremento da ideologia nazi-fascista e as questões económicas candentes do momento, estas últimas e em contra ponto a preocupar as delegações russa e chinesa.

Entretanto e na 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU realizada há poucos dias, foi declarado que, face a múltiplas crises mundiais, como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a crise climática e a luta contra a pobreza e a desigualdade a nível mundial, o sistema multilateral estagnou e a confiança nele está a desgastar-se, pois o sistema de governação das Nações Unidas tornou-se disfuncional e precisa de reformas que o tornem mais justo e inclusivo.